Um homem matou a tiro duas pessoas que, em protesto contra um contrato de mineração, bloqueavam uma estrada, no distrito de Chame, Oeste do Panamá, na passada terça-feira. O país tem visto a contestação social aumentar nas últimas semanas, com vários protestos espalhados pelo território.

Depois do governo panamense ter assinado um novo contrato de exploração mineira com a empresa canadiana First Quantum Minerals (FM.TO), o descontentamento tem se materializado em vários bloqueios de rodovias. O novo contrato, assinado a 20 de outubro, confere à First Quantum o direito de exploração durante 20 anos, com opção de prorrogação por mais 20 anos, avança a TeleSUR.

As autoridades têm apelado para que se ponha fim aos protestos liderados por sindicatos de professores e de trabalhadores da construção civil, pelas comunidades indígenas e por ambientalistas mas a população garante continuar a sair à rua até à anulação do contrato.

Uma das vítimas assassinadas era um professor e o autor do crime tem dupla nacionalidade norte-americana e panamense, de acordo com a informação partilhada pela Associação de Professores do Panamá na rede social X (antigo Twitter).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A polícia nacional anunciou, através de uma publicação no X, a detenção do indivíduo suspeito de tirar a vida aos dois manifestantes mas não partilhou mais informações.

Segundo uma associação de executivos empresariais do Panamá, citada pela Reuters, as obstruções nas estradas têm causado perdas diárias de até 80 milhões de dólares às empresas, sendo que há escolas fechadas e mais de 150.000 consultas médicas já foram adiadas.

O Presidente do país já apresentou as suas condolências às famílias das vítimas, numa publicação na rede social X. 

São já quatro as vítimas mortais a lamentar na sequência destes protestos, de acordo com a TeleSUR.