A Polícia de Segurança Pública (PSP) apreendeu em território nacional 91 armas de alarme passíveis de serem transformadas em armas de fogo, durante uma operação internacional coordenada pela Europol, foi divulgado esta segunda-feira.

A direção nacional da PSP anunciou esta segunda-feira que 84 elementos do Departamento de Armas e Explosivos e dos comandos territoriais daquela polícia participaram, entre 19 e 23 de fevereiro passado, na quarta edição da “Operação CONVERSUS“, inserida na ação da European Multidisciplinary Platform Against Criminal Threats EMPACT) e coordenada pela Europol, com o objetivo de apreender armas de alarme adquiridas sem autorização e facilmente convertíveis em armas de fogo.

O chefe do Núcleo de Investigação e Fiscalização do Departamento de Armas e Explosivos, David Soares, explicou que, apesar de a operação europeia ter sido efetuada em fevereiro, só esta segunda-feira os dados foram divulgados pela Europol e depois podem ser anunciados pelas polícias dos países.

A mesma fonte adiantou que estas armas de alarme com capacidade para serem transformadas em armas de fogo, e depois inseridas nos circuitos de tráfico, é um problema já identificado pelas autoridades europeias e que a legislação proíbe a sua venda, em Portugal desde 2019.

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Na operação realizada em território nacional foram apreendidas 91 armas, 118 munições e elaborados 20 autos crime e contraordenacionais, não tendo sido encontrada nenhuma arma transformada, como já aconteceu em anos anteriores.

Este tipo de armas pode ser transformado para fogo, explicou, adiantando que a maioria é sobretudo proveniente da Turquia e que Espanha também as vendia livremente até há algum tempo.

Em Portugal a sua compra é proibida desde 2019 com uma contraordenação (multa) ou como crime, caso tenha sido modificada.

A operação de fevereiro decorreu em 31 países, nomeadamente Albânia, Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Kosovo, Letónia, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Roménia, Suécia, Montenegro, Norte da Macedónia, Noruega, Países Baixos, Reino Unido, República Checa, Sérvia, Suíça e Ucrânia.

Esta operação assenta na participação da PSP, através do Departamento de Armas e Explosivos, em diversos organismos internacionais como a EUROPOL e INTERPOL, em plataformas de cooperação policial internacional como o EMPACT, e a consequente partilha e análise de informação relacionada com armas de alarme, facilmente convertíveis em arma de fogo, adquiridas por cidadãos portugueses na União Europeia.

No decorrer das várias edições desta ação operacional a PSP já apreendeu um total 383 armas, nomeadamente 292 armas de alarme suscetíveis de serem transformadas em armas de fogo.

A PSP sublinha, numa nota divulgada esta segunda-feira, que “a cooperação policial internacional entre a Europol e as polícias constitui um pilar crucial no combate ao tráfico internacional de armas”.