A cabeça de lista do PAN às eleições regionais da Madeira defendeu esta quarta-feira a necessidade de criar uma unidade de combate à toxicodependência, o reforço de equipas de rua e a criação de respostas públicas para os doentes mentais.

Mónica Freitas falava à agência Lusa, em frente ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, onde o partido esteve esta quarta-feira em contacto com a população no âmbito da campanha eleitoral.

O PAN propõe no seu programa “a criação de uma unidade de combate à toxicodependência e o reforço das equipas de rua para que possam identificar e trabalhar junto da população que está em situação de vulnerabilidade e com comportamentos aditivos”, destacou a candidata.

A cabeça de lista, a única deputada eleita pelo PAN nas regionais de setembro, sublinhou também que é preciso fazer uma aposta na saúde mental, “que não pode ficar descurada e é uma área que é órfã” na região, uma vez que “não existe uma tutela específica, nem respostas públicas que façam face às pessoas que têm doenças mentais”.

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O PAN defende que, “numa primeira instância, é preciso regulamentar e definir quem é que fica com a tutela da saúde mental”, considerando que se deve seguir “o exemplo do continente” e existir “uma parceria e um contacto direto de articulação e concertado entre o social e a saúde, no sentido de criar respostas públicas para estas pessoas e as famílias que acompanham pessoas com este tipo de doenças”.

No âmbito do setor da saúde em geral, Mónica Freitas disse ser necessário “apostar nos profissionais e nos trabalhadores”, criando “não só medidas de fixação de médicos e enfermeiros, sobretudo em áreas de especialidade em que estão em falta, como é o caso, por exemplo, da endometriose”, mas também “olhar para todos os trabalhadores, nomeadamente os eletricistas, os assistentes operacionais, a equipa de informática”.

“É preciso também melhores salários e criar medidas que compensem o desgaste profissional“, acrescentou a candidata, sugerindo “prioridade nos atendimentos dos serviços públicos, gratuitidade do serviço de acompanhamento psicológico, mas também de ginásios e de lazer”, para que exista uma melhor conciliação da vida pessoal, profissional e familiar e se torne a profissão mais apelativa.

As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.