O presidente da Faculdade de Belas Artes de Lisboa (FBAUL) apelou esta quarta-feira a um cessar fogo em Gaza e a esforços para o fim dos combustíveis fósseis até 2030, solidarizando-se com reivindicações de estudantes que ocupavam faculdade.

Jovens do movimento Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil estavam desde dia 13 a ocupar a faculdade, exigindo o fim “do genocídio” em Gaza e o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável.

Os jovens, em comunicado, disseram esta quarta-feira que perante a posição do presidente, António de Sousa Dias, iam sair da FBAUL e juntar-se a outros jovens que estão a ocupar a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.

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A posição do presidente surge na sequência de uma reunião com os estudantes, na terça-feira, para que ele subscrevesse publicamente as reivindicações dos jovens, dizem.

No comunicado do presidente da FBAUL diz que manteve “total abertura para o diálogo com os ativistas”, procurando que o protesto decorresse nas melhores condições.

“Neste contexto e atento às reivindicações dos estudantes, venho manifestar o meu apelo” ao “cessar fogo imediato e incondicional em Gaza“, e a que o Governo “dê os passos apropriados e necessários para que Portugal possa reconhecer, em estreita articulação com parceiros próximos no âmbito da UE, o Estado da Palestina, viável e sustentável”.

António de Sousa Dias apela ainda à melhoria das condições e procedimentos de concessão de asilo ou proteção subsidiária a refugiados palestinianos.

No documento o presidente diz também manifestar apoio ao processo, contra Israel, a decorrer no Tribunal Internacional de Justiça, e à iniciativa do procurador do Tribunal Penal Internacional Karim Khan de pedir mandados de captura de dirigentes de Israel e do Hamas.

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“Apelo ainda a que se envidem todos os esforços a fim de se conseguir o fim ao fóssil até 2030, bem como o apoio a iniciativas que nos permitam atingir a produção de eletricidade 100% renovável até 2025“, diz o presidente da faculdade no comunicado de hoje.

Os jovens dizem que vão continuar a mobilizar e organizar os estudantes para não “dar paz” a instituições de poder “que nada estão a fazer em relação ao genocídio corrente e à crise climática.”

E apelam a toda a sociedade para que se junte a eles numa marcha no dia 8 de junho até ao Gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Portugal.