O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reuniu-se nesta sexta-feira com a presidente do Banco Europeu de Investimento, Nadia Calviño, tendo debatido formas de reforçar o apoio ao país, com investimentos estratégicos, segundo um comunicado divulgado.

Assim, o governante e a líder da instituição encontraram-se “para aprofundar relações e refletir sobre como o grupo BEI pode reforçar o apoio ao país, através de investimentos estratégicos”.

Segundo a nota, “esta reflexão centrou-se nas prioridades estratégicas do BEI e nas oportunidades de financiamento para fazer avançar a transição ambiental e digital em Portugal”, bem como “promover a coesão, reforçar a competitividade das PME portuguesas e apoiar o desenvolvimento de infraestruturas fundamentais para o país”.

O Governo aponta, neste caso, “a habitação a preços acessíveis, as infraestruturas de ensino ou os transportes sustentáveis”.

Para Joaquim Miranda Sarmento, “o Banco Europeu de Investimento tem sido e é um parceiro determinante para o desenvolvimento e promoção do investimento” no país.

“O encontro que tive com a presidente Nadia Calviño foi precisamente no sentido de aprofundar esta relação e parceria estratégica, para que possamos potenciar o investimento em Portugal e acelerar a implementação dos fundos europeus, em particular o PT 2030 e o PRR”, disse, citado na mesma nota.

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Por sua vez, a presidente do BEI referiu que a instituição é um parceiro muito próximo de Portugal, apoiando investimentos estratégicos em infraestruturas essenciais, nas áreas da saúde, educação e habitação, bem como no âmbito do seu promissor ecossistema empresarial”.

A presidente do BEI, que visita Portugal pela primeira vez, reuniu-se ainda com o ministro da Economia, Pedro Reis, esta quinta-feira.

“Tivemos a oportunidade de apresentar em detalhe os eixos do programa de crescimento económico sustentável da economia portuguesa para os próximos anos e de refletir sobre potenciais oportunidades comuns com o BEI, nomeadamente através da parceria com o BPF [Banco Português do Fomento], para acelerar o financiamento e a capitalização de projetos de investimento em vários setores, tanto públicos como privados, com uma forte componente de inovação, mobilidade, transição digital e energética”, referiu o Ministro da Economia, Pedro Reis, citado num outro comunicado, do BEI.

Nadia Calviño reuniu-se ainda com os presidentes das Câmaras do Porto e de Lisboa e com o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.

Os investimentos da instituição em Portugal vão desde o apoio às PME “em domínios tão diversos como as ‘startups’ tecnológicas, a educação, a hotelaria ou os cuidados de saúde” até aos grandes projetos de infraestruturas críticas para o país, “como o sistema de prevenção de inundações de Lisboa, o novo Hospital Oriental de Lisboa, a melhoria do acesso marítimo ao Porto de Leixões ou a habitação a preços acessíveis em Loures”, disse o BEI.

O BEI lembrou ainda que apoiou “a transição para um modelo energético mais sustentável e seguro, através de projetos de energia eólica como o WindFloat Atlantic, de centrais fotovoltaicas ou da modernização da rede elétrica do país”.

No ano passado, o grupo BEI “concedeu 2,1 mil milhões de euros em financiamento a projetos em Portugal”, lembrou o Governo, por sua vez, “o que representa um aumento de mais de 25% em relação ao ano anterior”, sendo que “cerca de metade deste financiamento destinou-se a PME”.

O BEI já assegurou mais de 56 mil milhões de euros para financiamento de projetos desde o início da sua atividade em Portugal.

Portugal é um dos principais beneficiários do BEI em termos de Produto Interno Bruto (PIB), tendo o financiamento no ano passado representado cerca de 1% do PIB português, recordou a instituição.