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O ataque de domingo a um campo de deslocados em Rafah, que matou pelo menos 46 pessoas, 23 delas mulheres, crianças e idosos, foi “indiscriminado e desproporcional”, afirmaram nesta quarta-feira cerca de 50 especialistas da ONU.

Num comunicado, a cerca de meia centena de relatores e especialistas em direitos humanos defenderam que Israel não pode fugir à sua responsabilidade por esses crimes, alegando que foi “um erro”.

Israel admite “erro trágico” no ataque a Rafah que matou 50 pessoas. UE condena, EUA pedem precaução com os civis

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Os relatos do terreno indicam que os ataques foram indiscriminados e desproporcionados, e que muitas vítimas ficaram presas em tendas de plástico em chamas, resultando num terrível número de mortos”, afirmaram os peritos.

O ataque a áreas que abrigam palestinianos deslocados, muitos deles mulheres, crianças, deficientes e idosos, “é uma grave violação das leis da guerra e uma lembrança sombria da necessidade de ação internacional e de responsabilização”, acrescentaram.

Os relatores e especialistas em direitos humanos afirmaram que o facto de os dirigentes israelitas atribuírem este ataque a um erro não os isenta de uma responsabilidade legal.

“Dizer que foi um erro não legaliza estas ações, não traz os mortos de volta à vida, nem conforta os sobreviventes”, afirmaram.

Nesse sentido, exigiram também uma investigação internacional independente ao incidente, recordando que dois dias depois, na terça-feira, um incidente semelhante a oeste de Rafah matou mais 21 palestinianos, 13 dos quais mulheres.

Perante tais violações dos direitos humanos, os peritos insistiram no imperativo de que o fluxo de armas para Israel “seja interrompido imediatamente, dadas as provas de que são utilizadas para matar cruelmente e mutilar civis palestinianos“.

Entre os signatários do comunicado contam-se a relatora da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, e a sua homóloga para os direitos das pessoas deslocadas internamente, Paula Gaviria.