Os trabalhadores da Valorsul, empresa responsável pelos resíduos da região de Lisboa e Oeste, vão realizar uma greve entre sexta-feira e sábado para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho, anunciou fonte sindical.

De acordo com o pré-aviso de greve, entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA), a paralisação decorrerá entre as 00h00 de sexta-feira e as 08h00 de sábado.

Os motivos para a convocação da greve são “aumento dos salários e restantes matérias de expressão pecuniária”, reenquadramento salarial dos técnicos de sistemas de exploração, redução do horário semanal para as 35 horas e aumento dos dias de férias para os trabalhadores em horário geral.

A aplicação integral do acordo de empresa, a revisão de regras de progressão salarial, melhores condições de segurança e saúde no trabalho, e “fim do recurso a prestadores de serviço para funções com caráter permanente” também constam do caderno reivindicativo.

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Segundo a organização sindical, filiada na CGTP-In, serão assegurados os serviços “habitualmente necessários nos dias de descanso semanal ou outros dias em que é suspensa a laboração, sem prejuízo de situações excecionais concretas” em que a administração da empresa “comprove que a segurança não é assegurada pela sua paragem controlada”.

Numa nota, a comissão sindical considerou que, após a falta de comparência na mesa das negociações com o argumento de não negociar “sob um pré-aviso de greve”, ficou “bastante claro para os trabalhadores que foi a sua força e a sua determinação que conduziu a gestão da Valorsul a encontrar uma solução em 2023”.

Os sindicalistas acusam também a administração de fazer depender a redução horária semanal da redução de direitos consagrados no acordo de empresa e da alteração estrutural dos horários, fazendo “com que alguns trabalhadores, apesar da redução para as 35 horas semanais, passem mais tempo dentro da empresa”.

A comissão sindical apontou ainda que a comissão-executiva da Valorsul continua a afirmar que está disponível para o diálogo, mas nas negociações alega não ter mandato para negociar as matérias pecuniárias, entre outras.

“A verdade é que a gestão da Mota-Engil não quer despender nem mais um cêntimo para valorizar os salários dos trabalhadores depois de uma distribuição de cerca de 6 milhões de euros pelos acionistas”, frisou.

Os trabalhadores da Valorsul estiveram m greve entre 22 e 26 de maio para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho, numa paralisação que, consoante o dia, afetou setores e infraestruturas diferentes.

A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.