A existir fumo branco será à noite. O Conselho Europeu arrancou ao início da tarde, mas os líderes europeus vão discutir primeiramente a guerra na Ucrânia, depois vão debater a situação no Médio Oriente e só mais tarde, segundo apurou o Observador, serão discutidas as indicações para os cargos de presidente da Comissão Europeia, de Alto Representante e presidente do Conselho Europeu, que deverá, ao que tudo indica e com grande grau de probabilidade, cair mesmo para António Costa.

Pelo menos, é essa a previsão que existe neste momento. De resto, a reunião dos líderes que compõem o Partido Popular Europeu, família política onde se inclui Luís Montenegro, terminou ao fim da manhã desta quinta-feira e, ao contrário do que aconteceu há uma semana, não houve qualquer incidente a registar.

Recorde-se que nessa primeira reunião do PPE houve quem levantasse sérias reservas em relação à escolha de António Costa como presidente do Conselho Europeu e até quem contestasse o facto de os socialistas, enfraquecidos depois das últimas europeus, terem uma preponderância tão grande.

A António Costa eram essencialmente apontados três fragilidades: o processo judicial em que está envolvido, uma posição pouco entusiasta sobre a inclusão da Ucrânia na União Europeia e uma política de imigração considerada demasiado soft.

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Segundo fontes conhecedoras do processo, a intervenção assertiva de Luís Montenegro nessa reunião terá sido muito importante para manter viva a então putativa candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu.

Desta vez, no entanto, a reunião do PPE, que decorreu já depois de os negociadores indicados pelas três famílias europeias (liberais, centro-esquerda e centro-direita) acabou por decorrer sem particulares incidentes, o que indicia que não haverá qualquer surpresa ao jantar. António Costa está cada vez mais perto de ser indicado como presidente do Conselho Europeu.

À saída da reunião do PPE, Luís Montenegro disse esperar que “decisões [sobre os top jobs] possam ser tomadas hoje”. “O desejo é que os trabalhos deste Conselho Europeu não terminem sem essa decisão, é esse o nosso desejo porventura já hoje” disse o chefe de Governo português. “O mais tardar amanhã [sexta-feira], aquilo que se espera é que haja uma decisão e essa decisão – é a minha convicção – neste momento está bem encaminhada para corresponder àquilo que são as pretensões do Governo de Portugal”.

Também Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, manifestou esse desejo, dizendo acreditar que o acordo para os top jobs da União Europeia será alcançado ainda hoje, durante o Conselho Europeu — que já decorre.