Pelo menos 30 instalações de autarquias em 10 concelhos do distrito de Évora ainda têm placas de fibrocimento, que podem ter amianto, material considerado cancerígeno, segundo um levantamento do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Em declarações à agência Lusa, José Leitão, da Direção Regional de Évora do STAL, indicou esta segunda-feira que as instalações em causa “são propriedade ou arrendadas por autarquias”, ou seja, são de câmaras municipais e também de juntas de freguesia.

“Continuamos a ter autarquias que têm placas de fibrocimento, com todos os riscos que isso implica para a saúde e bem-estar dos seus trabalhadores e também das pessoas que usufruem das instalações”, lamentou.

Contactado pela Lusa, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), David Fialho Galego, disse não ter conhecimento deste levantamento do sindicato, mas mostrou-se disponível para abordar o assunto com os autarcas.

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“Se o STAL entender fazer chegar à CIMAC essa informação, irei levar o assunto ao conselho intermunicipal para o discutir com os restantes presidentes de câmaras e perceber qual o ponto de situação”, salientou o também presidente da Câmara de Redondo.

Nas declarações à Lusa, o dirigente sindical disse que o levantamento do STAL, já entregue à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), apurou a existência de cerca de 30 instalações com fibrocimento em 10 dos 14 concelhos do distrito de Évora.

“Há quatro concelhos no distrito em que a questão já não se coloca”, porque o problema da possível presença de amianto em instalações “já foi tratado”, nomeadamente Arraiolos, Portel, Redondo e Vila Viçosa, precisou.

Assim, referiu o sindicalista, “todos os outros [Alandroal, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Viana do Alentejo] têm pelo menos uma instalação com fibrocimento”.

As placas com fibrocimento “encontram-se muito em estaleiros municipais, piscinas e pavilhões gimnodesportivos e mais pontualmente, noutros locais”, adiantou.

Reconhecendo que “nem todas as placas de fibrocimento contêm amianto”, José Leitão apontou a necessidade de se fazer uma avaliação das instalações para se determinar qual a intervenção a adotar para cada caso.

“Este levantamento não tem o caráter de denúncia”, visando “sensibilizar para esta situação, que deve ser tratada em definitivo para deixar de continuar a ser o problema que é”, acrescentou.

Antes da entrega do levantamento à ACT, o sindicato também enviou ofícios a todas as autarquias do distrito a dar-lhe conhecimento que o iria fazer.