Siga aqui o nosso liveblog sobre a atualidade política em França

A coordenadora do BE defendeu esta segunda-feira a importância de os partidos da esquerda portuguesa dialogarem entre si para apresentar um “programa de rutura com o passado” tal como fez a Nova Frente Popular em França.

Macron pede a Attal que se mantenha como primeiro-ministro “por enquanto” para garantir estabilidade em França

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em reação aos resultados eleitorais em França, Mariana Mortágua afirmou que quem venceu as eleições francesas seguiu um programa “de igualdade, de solidariedade” e de “combate sério à extrema direita“, que tem paralelo, em Portugal, com o programa político do Bloco de Esquerda.

Esquerda vence em França com 182 deputados. Frente Nacional de Le Pen fica em terceiro com 143

Mortágua sublinhou que o partido quer “abrir diálogos à esquerda” em nome de um programa que apresente uma “alternativa credível”, tal como foi feito em França pela aliança de esquerda que reuniu socialistas, comunistas, ecologistas e o partido França Insubmissa e que saiu vencedora das eleições deste domingo.

A “derrota pesada e surpreendente” que impediu a União Nacional de tomar o poder

A líder bloquista afirmou também que o programa político da Nova Frente Popular é um programa de esperança não só para França, como também para toda a Europa, traçando paralelismos com a situação política nacional.

Para a coordenadora do BE, a frente de esquerda deu aos eleitores uma alternativa para lá do “projeto liberal, projeto do centrão, que é o projeto do PSD em Portugal, e o neofascismo, que é o projeto de Marine Le Pen, como é o projeto de André Ventura”.

“Se Bardella vencer, a verdadeira primeira-ministra será Le Pen.” Entrevista a Pierre-Stéphane Fort, biógrafo do candidato a PM

Mortágua afirmou que, para lá das diferenças dos sistemas eleitorais entre Portugal e França, há um padrão que liga os dois países que tem a ver com a aplicação por parte de “um centro liberal” de “um programa neoliberal de destruição das condições sociais, de degradação do Estado social e de precarização das condições laborais”

Esse centro liberal, que é o Macron em França, que em certa medida foram as políticas liberais adotadas pelo PS em Portugal, tem vindo a perder apoio, mas a tentar combater essa falta de apoio com a permanente política de chantagem, dizendo ‘votem em nós por causa da extrema-direita’. Essa política, esse centrão, falhou. E falhou em França de forma muito acelerada”, argumentou.

A líder dos bloquistas lembrou ainda o crescimento da extrema-direita em França que, apesar das “raízes diferentes da extrema-direita portuguesa”, cresceu “baseada nos mesmos princípios e na exploração do mesmo ódio, na exploração da imigração, do racismo, de velhas questões que não foram resolvidas”.

Na segunda volta das eleições, realizadas no domingo, a coligação de esquerda (Nova Frente Popular) alcançou entre 177 e 198 lugares na Assembleia Nacional enquanto a aliança centrista do Presidente francês, Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar, com 152 a 169 lugares.

A União Nacional, de extrema-direita, que obteve a liderança na primeira volta, ficou em terceiro lugar no domingo: entre 135 e 143 deputados.

União Nacional na frente com 33,15% e Renascença em queda. Os resultados de uma noite histórica com a maior afluência das últimas décadas