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As forças israelitas avançaram na cidade de Gaza em busca de combatentes palestinianos, levando nesta segunda-feira à fuga de milhares de residentes de uma área devastada pelo conflito que perdura há nove meses contra o grupo islamita Hamas.

Segundo a agência Associated Press (AP), as tropas israelitas voltaram a combater milícias palestinianas em áreas da maior cidade da Faixa de Gaza que o Exército de Telavive disse terem sido em grande parte desocupadas há meses.

Os militares ordenaram evacuações antes dos ataques, mas os habitantes insistem que nenhum lugar é seguro num território onde a maior parte da população de 2,3 milhões foi deslocada.

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Israel ordenou a evacuação do norte do enclave palestiniano nas primeiras semanas da guerra e impediu o regresso da maioria das pessoas. Mas centenas de milhares permanecem, vivendo em abrigos ou em casas isoladas.

O Hamas disse ter demonstrado flexibilidade nas negociações indiretas sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns israelitas que conserva na sua posse desde 7 de outubro, e acusou o chefe do governo de Telavive, Benjamin Netanyahu, de estabelecer obstáculos, incluindo a última escalada de violência.

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A incursão na Cidade de Gaza ocorreu depois de Israel e o Hamas parecerem estar mais perto de colmatar lacunas nas negociações.

“Fugimos na escuridão no meio de fortes ataques”, descreveu à AP Sayeda Abdel-Baki, mãe de três filhos que se abrigou junto de familiares no bairro de Daraj, acrescentando: “Esta é a quinta vez que sou deslocada”.

Os residentes relataram disparos de artilharia e tanques, bem como ataques aéreos. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas e com acesso limitado ao norte do enclave, não deu ainda conhecimento do número de vítimas.

Israel emitiu ordens de evacuação adicionais para áreas de vários bairros do centro da Cidade de Gaza.

Os militares disseram ter dados dos serviços de informações indicando que militantes do Hamas e do grupo Jihad Islâmica estavam naqueles locais e pediram aos residentes que se dirigissem para sul, para a cidade de Deir al-Balah.

Israel acusa os homens do Hamas e outros militantes de se esconderem entre os civis.

Em Shijaiyah, um bairro da cidade de Gaza que tem vivido semanas de combates, os militares disseram que as tropas invadiram e destruíram escolas e uma clínica que tinham sido convertidos em complexos do movimento.

Apesar das hostilidades, Israel e o Hamas parecem estar mais perto de um acordo de cessar-fogo que interromperia os combates em troca da libertação de dezenas de reféns capturados pelo Hamas no ataque que realizou em solo israelita em 7 de outubro e que desencadeou o atual conflito.

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O diretor da agência de informações norte-americana CIA, William Burns, regressou nesta segunda-feira à região para conversações no Cairo, de acordo com a TV estatal egípcia Qahera, que é próxima dos serviços de segurança.

Uma delegação de Israel dirigia-se também para capital egípcia, informou a comunicação social israelita.

Israel rejeitou qualquer acordo que obrigasse a terminar a guerra com o Hamas, uma condição que Netanyahu reiterou no domingo.

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O Hamas indicou nesta segunda-feira em comunicado que está a “oferecer flexibilidade” e uma postura positiva para facilitar um acordo, enquanto “Netanyahu está a colocar mais obstáculos no caminho das negociações, aumentando a sua agressão e crimes” contra o povo palestiniano e “persistindo nas tentativas de deslocá-lo à força, a fim de frustrar todos os esforços” para um entendimento.

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 38 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, e a destruição do territíorio.