O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, acusou este sábado a China de uma escalada de ações ilegais no mar da China meridional, algumas horas antes de se encontrar com o seu homólogo chinês em Laos, à margem de uma reunião regional.

O secretário de Estado americano chegou este sábado de manhã a Vienciana, a capital do Laos, para o primeiro dia de uma nova digressão pela Ásia, a sua 18.ª na região, no curso da qual pretende reafirmar a liderança dos Estados Unidos da América face à influência da China.

A sua prioridade é a promoção de uma “região do Indo-Pacífico livre, aberta e próspera”, a expressão norte-americana para designar uma zona que seja livre de influencias, uma forma velada de criticar a China pelas suas ambições económicas, territoriais e estratégicas na região.

Os Estados Unidos da América e a Associação das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN) devem trabalhar juntas para ultrapassar os desafios, declarou Blinken aos ministros dos dez países membros daquele bloco regional, designadamente “as ações crescentes e ilegais da China contra as Filipinas no Mar da China Meridional nos últimos meses”.

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Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei, membros da ASEAN, têm conflitos com a China devido às suas reivindicações de soberania sobre praticamente todo o mar do Sul da China, uma das vias navegáveis mais importantes do mundo. A Indonésia também manifestou preocupação com o que considera ser a invasão de Pequim na sua zona económica exclusiva.

Os Estados Unidos e aliados têm efetuado regularmente exercícios militares e patrulhas na zona para afirmar a sua política de “Indo-Pacífico livre e aberto”, incluindo o direito de navegar em águas internacionais – o que suscita críticas da China.

Este ano, as tensões entre as Filipinas — país aliado dos Estados Unidos – e a China aumentaram. Em junho, uma embarcação chinesa e um navio de abastecimento filipino colidiram perto das disputadas ilhas Spratly no Mar do Sul da China, provocando alarme.

Os países da ASEAN – Indonésia, Tailândia, Singapura, Filipinas, Vietname, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Camboja, Brunei e Laos – sublinharam, nas suas reuniões de abertura, que é importante não se deixarem arrastar pela China e pelos EUA, que procuram expandir a influência.