A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu esta segunda-feira que há muito que o país não consegue atrair profissionais de saúde materno-infantil para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), assumindo o compromisso de reorganizar a Obstetrícia — e não apenas a urgência. Este compromisso vai ao encontro daquilo que a Ordem dos Médicos tem vindo a defender.

“Passou-se uma década onde as coisas se foram deteriorando e deixámos de conseguir atrair equipas de saúde materno-infantil para o SNS. Temos de conseguir — mas não de um dia para o outro — inverter essa tendência”, disse Ana Paula Martins em declarações aos jornalistas à margem da abertura do Centro de Atendimento Clínico (CAC) no Hospital da Prelada, no Porto.

Quatro hospitais com cinco urgências encerradas nesta segunda-feira

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Consciente de que é necessário “tomar medidas”, a governante afirmou que “o compromisso é reorganizar a Obstetrícia, não só a urgência”. “Chegámos a um momento em que já não é possível deixar tudo como está”, disse, sem adiantar, no entanto, qualquer medida ou objetivo temporal a atingir.

As declarações da responsável pela pasta da Saúde surgem quase duas semanas depois de a Ordem dos Médicos se reunir com Ana Paula Martins. No final desse encontro, o bastonário Carlos Cortes defendeu uma mudança na organização das equipas do serviço de urgência, especificamente no que toca à urgência de Obstetrícia, e acrescentou que a ministra da Saúde se mostrou empenhada em resolver os problemas.

A abertura deste CAC aconteceu no mesmo dia em que, segundo as Escalas de Urgência do SNS, cinco urgências dos principais hospitais da Grande Lisboa estão condicionadas e, em todo o país, há quatro unidades com serviços encerrados.