O Presidente da República pediu esta sexta-feira aos atletas portugueses que vão participar nos Jogos Paralímpicos Paris2024 que tenham “a autoestima em plano elevado” e que “façam pedagogia” sobre a importância do desporto na vida das pessoas com deficiência.

“Lembrem-se sempre de que são muito bons, tenham a autoestima num plano elevado sempre, que corra bem, muito bem ou menos bem. Vocês são muito bons e irão fazer o melhor que podem, estamos certos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, na receção à comitiva portuguesa aos Jogos Paralímpicos, que começam na quarta-feira.

O Presidente da República destacou a importância dos Jogos Paralímpicos, considerando que estes são bem menos antigos do que os Jogos Olímpicos, porque “o mundo acordou para essa realidade tarde demais”.

“Também na sociedade portuguesa aconteceu isso, atrasámo-nos, a vários níveis nesta área, mas estamos a fazer caminho”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, alertando os atletas de que os Jogos Paris2024 são “um momento único para trabalhar para um futuro melhor”.

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Na receção à missão, que integra um total de 67 pessoas, das quais 27 atletas que vão competir em 10 modalidades, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a 11.ª participação portuguesa aos Jogos Paralímpicos “pode ser um momento decisivo” para o desporto para pessoas com deficiência.

O secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, afirmou que os atletas “são Portugal nos Jogos”, mostrando-se convicto de que todos vão superar-se para obter os melhores resultados.

“Vocês são Portugal nos Jogos, o nosso maior desejo é que consigam superar-se. É apenas isso que vos pedimos, desfrutem”, referiu.

O presidente do comité paralímpico nacional, José Lourenço, garantiu que Portugal chega a Paris com o sentimento de “dever cumprido” na renovação e no futuro do desporto, lembrando ainda que este “foi o primeiro ciclo completo em que se verificam condições de equidade entre olímpicos e paralímpicos”.

“Partimos para Paris com vários motivos dos quais nos podemos orgulhar: temos a média mais baixa de idades (31 anos, contra os 36 de Tóquio2020), a mais baixa desde Pequim2008, o maior rácio de participação feminina e um número recorde de modalidades”, afirmou.

Na receção à comitiva, que decorreu no antigo Picadeiro Real, em Lisboa, foram apresentados como porta-estandartes para a cerimónia de abertura o nadador Diogo Cancela e a atiradora Margarida Lapa.

Portugal vai contar com 27 atletas nos Jogos Paralímpicos Paris2024, o número mais baixo desde os Jogos Seul1988, mas vai estar representado num número recorde de 10 modalidades.

Em relação aos Jogos Tóquio2020, Portugal leva menos seis atletas, mas mantém na comitiva o canoísta Norberto Mourão e o lançador do peso Miguel Monteiro, os ‘donos’ dos dois bronzes conseguidos em 2021, depois de os Jogos terem sido adiados um ano devido à pandemia de Covid-19.

A comitiva paralímpica aos Jogos de Paris, que decorrerão entre quarta-feira e 08 de setembro, integra sete estreantes, um dos quais Filipe Marques, no triatlo, modalidade na qual Portugal fará a sua estreia em competições paralímpicas.

Os restantes estreantes na comitiva nacional, com uma média de idades de 31 anos, são Mamudo Baldé, no atletismo, Ana Correia, José Gonçalves e David Araújo, no boccia, Tomás Cordeiro, na natação, e Margarida Lapa, no tiro.