O Brasil tenta vencer a batalha contra o vírus Zika, esperando que a chegada do inverno e as medidas de prevenção tomadas o eliminem até agosto, quando começarem os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

O Governo brasileiro declarou guerra ao Aedes aegypti, o mosquito responsável pela transmissão do vírus Zika, que passou a ser o novo inimigo nacional, depois de o terem relacionado com o aumento de casos de microcefalia no país.

Tanto o Governo, como o Comité Organizador dos Jogos Olímpicos, contam com a chegada do inverno austral para controlar o vírus que já foi decretado como “emergência sanitária de alcance internacional” pela Organização Mundial de Saúde.

O Governo assegurou que a proliferação do Zika não representa um perigo para a maioria dos turistas, com exceção para as grávidas, que já desaconselhou a viajarem para o Brasil.

No Rio de Janeiro são feitas fumigações diárias nas instalações olímpicas, que já estão a ser inspecionadas para eliminar qualquer foco de infeção.

O Governo espera que, quando se der início aos Jogos Olímpicos, o risco de contágio já tenha caído a pique, mas o ministro da Presidência, Jaques Wagner, sublinhou que o combate contra o mosquito não está relacionado com o evento desportivo, mas com a proteção da população.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Cerca de 220 mil militares foram mobilizados, tal como um forte contingente de funcionários do setor da saúde para aniquilar mosquitos, que também podem transmitir o dengue.

Uma medida aprovada pela Presidente Dilma Rousseff permite aos militares forçar a entrada nas casas públicas e privadas para eliminar focos de contágio.

“Agora estamos a perder a luta contra o mosquito, mas vamos ganhar a guerra”, afirmou a chefe de Estado brasileira.

As autoridades também tornaram obrigatória a notificação dos casos de Zika a partir da próxima semana, já que até só havia informação sobre os casos de microcefalia.

Com este conjunto de ações, o Brasil espera chegar com total normalidade aos Jogos Olímpicos.

Desde outubro, o Brasil detetou cerca de 4.180 casos suspeitos de microcefalia, uma malformação congénita que faz com que o cérebro não se desenvolva de forma correta.