A quinze minutos do esgotar do deadline dado pelos protestantes (17h de Portugal), o governo de Hong Kong decidiu emitir um comunicado anunciando a intenção de dialogar com os cidadãos que gritam por democracia e pelo direito de escolher o Chefe Executivo sem a aprovação de Pequim. Mas ficou uma certeza: “Não me demito”, disse CY Leung, o Chefe Executivo daquele país. Era essa, aliás, a intenção dos protestantes pró-democracia.

“Fui indicado para marcar um diálogo com os líderes estudantis, que farei o mais rapidamente possível, para que possamos discutir o tema da reforma política”, começou por dizer Leung. “As pessoas estão preocupadas porque nos últimos dias os líderes estudantis falaram em ocupar alguns edifícios governamentais em forma de pedido de diálogo com o governo. As consequências de ocuparem esses edifícios são muito sérias”, avisou.

E continuou: “Até agora sabemos que os estudantes estão nas imediações dos edifícios e que estão muitos racionais e contidos. Espero que continuem assim… Não queremos ver nenhum estudante magoado por essa decisão, por conflitos com a polícia. Espero mesmo que este diálogo possa ajudar a mais diálogos sobre a reforma política e espero um diálogo mais pacífico na sociedade em geral.”

Um representante do Executivo de Hong Kong afirmou ainda que, numa carta, os estudantes pediram que essa discussão acontecesse num espaço público. Leung voltou a tomar conta da palavra e acusou o “número muito grande de protestantes nas ruas” de “perturbar a vida das pessoas de Hong Kong”.

“Após o anúncio de Leung as coisas abrandaram um pouco”, começou por dizer Michael Mo, da Amnistia Internacional em Hong Kong, ao Observador. “Não foram usadas balas de borracha, mas a polícia disse que usaria se os protestantes forçarem a entrada no gabinete do Chefe Executivo, por isso eles não ultrapassaram a linha.” Mo informou ainda que não foram registados quaisquer feridos nos confrontos, mas reconhece que as pessoas “têm medo que a polícia use gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão esta noite [de quinta-feira].

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR