O governo israelita está furioso pela aprovação de uma resolução contra os colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém nas Nações Unidas na sexta-feira e anunciou este domingo que vai mandar chamar os embaixadores de todos os países que votaram a favor da resolução, no que é equivalente a um raspanete diplomático. A visita do primeiro-ministro da Ucrânia a Israel foi cancelada porque o país votou a favor.

Rússia, China, Reino Unido, França (membros do Conselho de Segurança), Japão, Angola, Espanha, Uruguai e Egito. Todos os países com representação diplomática em território israelita foram chamados pelo governo no dia de natal por terem aprovado a resolução.

Mas a retaliação israelita, que habitualmente responde em força contra decisões que não lhe são favoráveis, não se fica por aqui. O primeiro-ministro ucraniano tinha uma viagem oficial marcada para a próxima semana, mas o governo israelita cancelou a visita porque o país aprovou a resolução.

Logo na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que os embaixadores de Israel em países como a Nova Zelândia e o Senegal, outros dois países que votaram a favor da resolução, foram mandados regressar a Israel, um sinal de corte de relações entre os países. Mas a decisão não se ficou por aqui. Neste caso, Israel anunciou que irá aplicar sanções económicas contra estes dois países.

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Este domingo, depois da reunião do governo israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que o seu gabinete está a desenhar um plano de ação para responder à resolução.

“Faremos tudo o que for preciso para que Israel saia ileso desta decisão vergonhosa”, afirmou o primeiro-ministro israelita, citado pelo New York Times.

O embaixador dos Estados Unidos não foi chamado, porque a representante dos EUA nas Nações Unidas não votou a favor, apenas se absteve. Mas foi precisamente a abstenção de Samantha Power que permitiu a aprovação da resolução, uma resolução histórica depois de décadas de proteção dos EUA a Israel nas Nações Unidas.

As relações entre os dois países durante a administração de Barack Obama têm sido tensas. O ponto mais complicado desta relação, até à aprovação desta resolução, aconteceu quando Benjamin Netanyahu viajou numa visita oficial aos Estados Unidos e discursou no Congressos dos EUA a convite dos republicanos, sem coordenar a visita com a sala oval e sem o acordo da administração Obama.

Depois de aprovada a resolução, Netanyahu atirou-se à administração de Obama, a quem acusou de se aliar a quem odeia os israelitas. Donald Trump, presidente eleito que assume o cargo a 20 de janeiro, já disse que está contra esta decisão e que está do lado de Israel.