A Venezuela iniciou hoje a instalação de 20.000 leitores de dados biométricos e impressões digitais nos supermercados públicos e privados do país, com o propósito de controlar as compras de produtos básicos que escasseiam no mercado nacional.

A instalação das máquinas foi anunciada no último sábado pelo Presidente Nicolás Maduro e confirmada hoje pelo ministro venezuelano de alimentação, Yván Bello, que explicou aos jornalistas, num supermercado de Caracas, que a medida procura combater a revenda e o contrabando de produtos.

Segundo aquele responsável, as “captahuellas” (máquinas leitoras de impressões digitais) estão a ser instaladas nos estabelecimentos estatais e em sete das principais redes de supermercados privados do país.

De momento não foi possível confirmar se as novas máquinas estão a ser instaladas em estabelecimentos comerciais de portugueses, sabendo-se no entanto que algumas das principais redes de supermercados do país são propriedade de empresários lusitanos.

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O novo sistema biométrico controlará as compras de 23 produtos prioritários, por pessoa, entre eles a farinha, arroz, leite, açúcar, papel higiénico, café, margarina, óleo, frango, carne, ‘shampoo’, sabonetes e detergentes, entre outros.

O presidente da empresa de sondagens Datanálisis, Luís Vicente León, questionou fortemente a medida, assegurando que as pessoas só acodem a revendedores quando não conseguem os produtos nos supermercados.

“O problema não é a ‘captahuellas’ mas a razão pela qual o Governo tem de a implementar. A base original do problema é que não há produção, nem importação suficiente, nem confiança nos consumidores. É um processo de deterioração da produção privada, expropriações improdutivas e importações públicas ineficientes e corrompidas”, disse aos jornalistas.