Os serviços mínimos da TAP durante a greve dos pilotos terão, pelo menos, 276 voos operacionais. A greve, que se prolonga entre 1 e 10 de maio, foi motivada por exigências dos pilotos, nomeadamente quanto ao capital da empresa e às diuturnidades [acréscimo remuneratório alcançado em função da antiguidade].

A lista prevê 70 voos nacionais durante esses dez dias, assim como quase 70 para destinos internacionais, conta o Público. Os Açores terão 40 voos, sendo que dez deles dizem respeito à ligação Lisboa-Ponta Delgada (os restantes voam entre a capital e a ilha Terceira). Também a Madeira está abrangida pelos serviços mínimos, com 30 voos entre Funchal e o Continente, sendo que 28 deles são para Lisboa e os outros dois para o Porto.

Quanto a voos internacionais, o Brasil é quem lidera as ligações com Portugal: 20 voos entre Lisboa e São Paulo, mais 20 entre Lisboa e Rio de Janeiro. A TAP assegura também 26 voos para Moçambique, Alemanha, Bélgica e Itália, Angola, França, Reino Unido, Luxemburgo e Suíça.

Fernando Pinto, o presidente da TAP, anunciou segunda-feira a rutura nas negociações, o que confirmava a greve de dez dias promovida pelo sindicato dos pilotos. “Chegámos a acordo, mas depois apareceram itens adicionais, colocados por eles [sindicato dos pilotos], que também conseguimos acordar. Mas, no final, como é do conhecimento de todos, apareceram dois posicionamentos. Um com relação ao capital da TAP, um assunto de 1999, que só 190 pilotos no ativo têm interesse, num total de 800 pilotos. O outro ponto tem a ver com diuturnidades [acréscimo remuneratório alcançado em função da antiguidade]. (…) Queriam-no de uma forma retroativa, mas explicámos ao sindicato que não o poderíamos fazer, que era contra a lei”, explicou.

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O presidente da TAP disse que “dez dias de greve é algo muito crítico” e informou que a paralisação poderá custar 70 milhões de euros aos cofres da companhia aérea. Fernando Pinto rejeitou também a acusação do presidente do sindicato de pilotos, que disse ter havido “intransigência” por parte do Governo e da TAP. E foi mais longe: “Concedemos mais do que devíamos”.

Fernando Pinto deixou à “consciência de cada um” a decisão de aderir, ou não, à greve. “Temos a certeza que teremos muitos pilotos que, sensibilizados pelo momento, irão pensar no cliente. Temos confirmações de pilotos que o vão fazer”, assegurou.

Quanto aos passageiros afetados com a greve, o presidente da TAP não garante a devolução do dinheiro, mas sim a entrega de um voucher com um crédito para voltar a voar na empresa no prazo de um ano.