O presidente da Câmara de Lisboa acusou o vereador social-democrata António Prôa de “oportunismo político” por este o ter definido como “primeiro responsável” dos incidentes na festa do Benfica no Marquês de Pombal.

“Não gostava de terminar este tema sem dizer ao vereador António Prôa que o que tentou fazer (…) é do mais lamentável de oportunismo político”, disse Fernando Medina, que falava na reunião pública, nos Paços do Concelho.

A reação do autarca socialista deve-se à exigência de responsabilidades por parte do vereador do PSD, na sequência dos incidentes na festa do Benfica, no dia 17 de maio, na praça do Marquês de Pombal.

“Vou pedir esclarecimentos na sequência dos incidentes e tendo em conta a informação de que a Câmara não respeitou as preocupações que a polícia transmitiu”, afirmou António Prôa à agência Lusa na semana passada, manifestando a intenção de “sobretudo exigir responsabilidades” ao presidente do município, Fernando Medina, por ter autorizado os festejos do Benfica na praça do Marquês de Pombal.

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O social-democrata disse, na ocasião, que Fernando Medina “não pode tentar fazer com que as pessoas julguem que ele não tem responsabilidade”, já que este foi, a seu ver, o “principal responsável” por esta situação.

Hoje, Medina considerou que Prôa se comportou como “o primeiro e maior oportunista político desta cidade”, já que proferiu estas palavras sem “nenhuma informação sobre os factos” e num “momento difícil e da maior delicadeza”.

O presidente do município lisboeta disse ainda estar de “consciência tranquila com o trabalho que a Câmara Municipal fez”.

O problema deveu-se a um “conjunto de arruaceiros que causaram problemas”.

“Já pedi várias vezes aos responsáveis [Ministério da Administração Interna] para explicarem o que aconteceu e como aconteceu”, mas até agora não houve informações da parte do Governo (PSD/CDS-PP), adiantou.

Em resposta, António Prôa referiu não estar “surpreendido” com as acusações de Fernando Medina, por este não ter “capacidade de encaixe para conviver com diferenças de opinião”.

Segundo o social-democrata, Medina “devia dar um sinal de confiança de que, no futuro, os lisboetas que queiram comemorar títulos no Marquês o possam fazer sem receio”. Contudo, em vez disso, “não foi humilde para dizer nem tudo correu bem”, frisou António Prôa.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, mostrou “solidariedade” para com Medina, por também não ter “nenhum poder de encaixe” face a críticas deste género.

O tema foi levado à reunião pelo centrista João Gonçalves Pereira, que solicitou esclarecimentos sobre os incidentes.

O vereador do Ambiente, Estrutura Verde e Energia, José Sá Fernandes, também participou no debate, salientando que Fernando Medina “deu a cara” e foi “um presidente de Câmara que esteve à altura”.

Já o comunista João Bernardino defendeu que “todos os cidadãos devem ter o direito de viver o espaço público sem restrições nenhumas”.

Na sexta-feira, dia 22 de maio, Medina afirmou, em conferência de imprensa, que a Polícia de Segurança Pública (PSP) nunca se mostrou contra a realização da festa do Benfica no Marquês de Pombal, tendo-se oposto apenas à venda de bebidas e ao palco.

Preocupações que, segundo Medina, o município salvaguardou.