O presidente russo Vladimir Putin pediu à câmara alta do Parlamento que autorize a utilização de forças militares no estrangeiro, informou o Kremlin num comunicado citado pela Reuters. Segundo a agência noticiosa Ria Novosti, o pedido foi aprovado por unanimidade.

Em declarações aos jornalistas depois da votação, o chefe de gabinete de Putin confirmou que a intenção da Rússia é intervir na Síria, mas apenas com ataques aéreos. “O objetivo militar da operação é, exclusivamente, dar apoio aéreo às forças armadas sírias na sua luta contra o Estado Islâmico”, disse Sergei Ivanov.

Todos os 162 membros do parlamento votaram a favor das pretensões do presidente russo, que desde o início da guerra civil na Síria tem sido um dos mais fortes apoiantes do regime de Bashar al-Assad. Depois de um encontro com Barack Obama em Washington na terça-feira, Putin admitiu que a hipótese de utilizar tropas russas no conflito era uma possibilidade — mas excluiu uma intervenção terrestre.

Na mesma intervenção, o presidente russo sublinhou que qualquer atuação militar seria feita dentro dos parâmetros do Direito internacional. Esta quarta, Sergei Ivanov voltou a frisá-lo. “Para que a lei internacional seja cumprida, uma de duas coisas deve acontecer: ou o Conselho de Segurança da ONU aprova uma resolução ou um país faz um pedido de assistência militar”, disse aos jornalistas.

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Quero informar-vos que o presidente da República Arábica da Síria fez um pedido à liderança do nosso país de ajuda militar”, afirmou.

O responsável adiantou ainda que os países da coligação internacional de combate ao Estado Islâmico serão informados das ações militares da Rússia.

A última vez que Vladimir Putin pediu uma autorização deste género, a Rússia invadiu a Crimeia, na Ucrânia. Foi em março de 2014.