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A hermafrodita, a Inquisição e o caso que acabou num auto-de-fé no Rossio

Mudança de identidade, refúgio em conventos, ataques sexuais. Os relatos são dispersos, mas François Soyer foi à procura da história de Maria Duran e transformou-a em livro. Entrevistámos o autor.

Esta é a “história extraordinária de uma pessoa comum”. É assim que François Soyer descreve aquilo que encontrou, praticamente por acaso, quando estava a fazer pesquisa para a sua tese de doutoramento na Torre do Tombo, em Lisboa. Em 2007, numa altura em que o arquivo digital ainda era rudimentar, a busca por documentos em castelhano indicou-lhe o caminho para a vida de Maria Duran. Começou a percorrer um processo da Inquisição com mais de 700 páginas e, quanto mais lia, mais fascinado ficava.

É assim que nasce A Hermafrodita e a Inquisição Portuguesa, da Bertrand Editora. Dividindo o livro em duas partes, o autor começa por recordar a vida da castelhana que nasceu em Prullans por volta de 1711 e que, depois de fugir de um casamento que não queria, de se esconder no sul de França, de se fazer passar por homem e integrar o exército espanhol, acabou em várias instituições religiosas em Lisboa e Évora, onde, contavam alguns relatos, seduziu ou agrediu sexualmente várias freiras, sendo expulsa, presa, interrogada e condenada pela Inquisição portuguesa. As testemunhas, mesmo não se conhecendo, deram versões semelhantes: Maria Duran afirmava ser um homem disfarçado de mulher ou dizia ser hermafrodita. Os médicos e especialistas que a examinaram garantiam que ela não tinha órgãos masculinos. O caso é impressionante por ter tantos detalhes e inúmeras possibilidades de interpretação. Por isso, na segunda parte, François Soyer junta à vertente biográfica os temas de sexualidade transgressiva, transposição de género e performatividade de género.

Filho de um pai diplomata, o agora professor da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália, viveu na América do Sul, onde aprendeu castelhano. A língua portuguesa foi uma adição natural e muito do vocabulário veio das novelas. Ler e entender documentos dos anos 1700 não foi um problema e as 736 páginas do processo de Maria Duran foram por ele transcritas à mão.

Falámos com François Soyer sobre este caso que intrigou a Inquisição portuguesa e que revela também como se vivia em Portugal por essa altura.

A capa de "A Hermafrodita e a Inquisição Portuguesa — O Caso que Abalou o Santo Ofício", de François Soyer (Bertrand)

Como é que foi parar à Torre do Tombo?
Comecei a trabalhar na Torre do Tombo há cerca de 20 anos. Estava a fazer um doutoramento na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e o meu projeto nessa altura era sobre a expulsão dos judeus e dos muçulmanos no reino de D. Manuel I, no final do século XV.

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Tema sobre o qual também escreveu e publicou.
Sim, também foi traduzido para português em 2013 [A Perseguição aos Judeus e Muçulmanos de Portugal — D. Manuel I e o Fim da Tolerância Religiosa (1496-1497)]. Mais tarde, interessei-me pelos arquivos da Inquisição porque são fascinantes. A Inquisição portuguesa esteve ativa do século XVI ao início do século XIX e os arquivos estão impecavelmente intactos. Na verdade, estão bem melhor preservados do que os arquivos da Inquisição espanhola. Cada julgamento é como uma pequena cápsula do tempo com história social, religiosa e económica. Documenta as vidas de pessoas que, normalmente, não teriam deixado rasto na História. Mulheres e homens banais, novos e velhos. Enquanto estava a fazer o doutoramento, consegui algum financiamento e, na Torre do Tombo, comecei a pesquisar a colaboração entre a Inquisição portuguesa e a espanhola. Nessa altura, cerca de 2007, a Torre do Tombo não era muito sofisticada em termos de arquivo digital. Podíamos pesquisar expressões e obter alguns resultados e eu inseri “castelhano”. Por acaso, um dos julgamentos que indicava ter documentos em espanhol era o de Maria Duran, embora no catálogo não houvesse nada que indicasse algo fora do comum neste julgamento.

Então o que é que o intrigou na história desta mulher para começar a investigar mais a fundo?
Existem cerca de 40 mil dossiers que sobreviveram e muitos em muito boas condições. A Inquisição portuguesa, ao contrário da espanhola, focou-se no criptojudaísmo [judeus que praticavam a sua fé em segredo], os “cristãos novos”. Há julgamentos por outros crimes, mas são relativamente raros. Este caso era diferente e a primeira coisa interessante que vi foi o facto de ser enorme, tem umas 736 páginas. Comecei por ler os documentos em espanhol e foi logo muito claro que este não era um julgamento que a Inquisição portuguesa costumasse conduzir. Faz parte de uma mão cheia de processos de homens acusados de se fazerem passar por mulheres e mulheres acusadas de fingirem ser homens. Mas este último grupo era raro, daí este julgamento ser tão incomum. Além disso, os detalhes, a informação e a quantidade de interrogatórios que contém é bastante espetacular. Quanto mais lia, mais fascinado ficava. E, como não estava nada digitalizado, tive de transcrever à mão as mais de 700 páginas. Isso permitiu-me conhecer a história muito bem.

"Maria Duran afirma de forma consistente 'sou uma mulher verdadeira' e eles rejeitam, dizem que não é possível. Ela oferece aquilo que é uma explicação lógica, que é uma mulher atraída por outras mulheres, ou pelo menos uma das explicações, mas para eles faz mais sentido a teoria da possessão demoníaca, a hipótese de ela ter feito um pacto com o diabo. No século XVIII, essa era uma explicação mais válida."

Tal como disse, havia uma quantidade enorme de detalhes, pouco comum nos processos da Inquisição. Porquê?
Penso que, para os interrogadores, era um caso intrigante e desconcertante. Por um lado, têm um número grande de mulheres em recolhimentos e instituições  — para o que chamavam “mulheres desamparadas” de Lisboa  — e no convento de Évora que acusam, de forma consistente, Maria Duran de ser um homem. Dão testemunhos gráficos, dizem que ela tem um pénis e que viram várias evidências disso. Por outro, os inquisidores conduzem uma série de investigações médicas e exames físicos que não oferecem qualquer prova que corrobore isso. Assim sendo, perante esta situação de terem várias testemunhas que não tinham forma de se conhecerem entre elas — não eram todas da mesma instituição, não havia forma de ser uma conspiração — a dizerem o mesmo e de terem especialistas a afirmarem que nada indica que ela seja homem, precisam do máximo de detalhes das duas partes para tentarem que o caso faça sentido, coisa que penso que não eram intelectualmente capazes de processar porque sai completamente fora de tudo o que eles conhecem. Maria Duran afirma de forma consistente “sou uma mulher verdadeira” e eles rejeitam, dizem que não é possível. Ela oferece aquilo que é uma explicação lógica, que é uma mulher atraída por outras mulheres, ou pelo menos uma das explicações, mas para eles faz mais sentido a teoria da possessão demoníaca, a hipótese de ela ter feito um pacto com o diabo. No século XVIII, essa era uma explicação mais válida.

O caso tem muitas testemunhas, mulheres de várias instituições que relatam momentos íntimos e, para algumas, traumáticos. Não era pouco comum, naquela altura, serem necessárias tantas testemunhas para acusar alguém?
Acho que tudo aquilo era tão estranho que quiseram reunir o máximo de informação possível. Do ponto de vista do nosso século XXI, a primeira reação pode ser ridicularizar aqueles testemunhos, mas penso que revelam trauma. Muitas das interações sexuais de Maria Duran, especialmente com as mulheres mais jovens, tendem a não ser consensuais. Atualmente, podíamos descrevê-las como agressão sexual ou até violação, em termos legais. Algumas testemunhas podiam estar em choque e simplesmente incapazes de acreditar que aquela pessoa que as tinha forçado não podia ser outra coisa que não um homem. Há relatos, de estudos modernos, que mostram que vítimas femininas agredidas sexualmente por alguém do mesmo sexo caem numa espécie de negação porque a violência sexual é vista como uma coisa essencialmente masculina.

Na segunda parte do livro, explica esses comportamentos.
Sim, tentando explicar as várias formas de entendermos este caso. Quem e o que é a Maria Duran.

O convento dominicano de Nossa Senhora do Paraíso, em Évora, onde Maria Duran entrou em 1740

Arquivo fotográfico da Câmara Municipal de Évora

Predadora, mentirosa, boa atriz, talvez? O facto de as mulheres com quem se envolveu ou que atacou viverem em instituições religiosas, muitas afastadas do resto do mundo, fazia delas presas mais fáceis?
Quando estava a escrever o livro não tentei fazer da Maria Duran uma heroína. Estamos a falar de uma personalidade profundamente defeituosa e que parece bastante predatória. Os recolhimentos de Lisboa ou o Convento de Nossa Senhora do Paraíso, em Évora, são, de certa forma, ideais para alguém como Maria Duran. Os recolhimentos não são conventos, são sítios para mulheres que não têm outros recursos, mas também são onde as famílias colocam filhas por casar enquanto estão fora, por exemplo. São mulheres que não têm outro sítio para onde ir e o mesmo acontece em Évora. É um bom sítio para um predador e a história da Maria Duran não é única. Há muitos exemplos modernos de comportamentos homossexuais ou comportamentos de predadores, obviamente não são iguais, em conventos em Itália, Espanha e Portugal. Tem havido muitos trabalhos sobre isso.

A Maria Duran deixou a terra natal, na Catalunha, fugiu para França, regressou a Barcelona e depois chegou a Lisboa. Quando foi expulsa da primeira casa de recolhimento, porque não terá ido para outra cidade e recomeçado? Parecia ser comum no comportamento dela.
Ela deixa Lisboa e vai uns tempos para Setúbal, mas depois o padre que a conhecia [e que lhe tinha arranjado um lugar na primeira casa de recolhimento em Lisboa] consegue que ela seja acolhida noutra casa. Talvez estivesse cansada de andar de um lado para o outro, mas é daquelas coisas que só podemos supor, é um dos aspetos frustrantes do processo porque isso não está explicado nos documentos. Além de ser, de certa forma, uma predadora sexual, estamos perante alguém que tem uma duplicidade profunda. Não quero chamar-lhe vigarista, mas é alguém que ganhou o hábito de tirar partido das pessoas e tentar ficar com dinheiro delas.

"Felizmente para nós, a Maria Duran foi presa pela Inquisição, o que nos deu o enorme dossier que temos hoje. Se não tivesse sido o caso, provavelmente haveria uma ou outra menção aos rumores sobre uma “catalã hermafrodita” mas nada mais do que isso. Quando os processos chegam ao fim, alguns são queimados, outros são libertadas mas, a partir daí, perdemos-lhes o rasto."

Depois foi para o convento de Évora, de onde também acabou expulsa. Foi então presa e, durante os interrogatórios, sempre disse ser mulher. Porém, várias testemunhas disseram que Maria Duran tinha afirmado ser hermafrodita. Era comum qualquer pessoa estar familiarizada com esta condição?
Isso é interessante porque temos de ir mais atrás, até à Antiguidade e à medicina galénica. Pode ser difícil para nós, agora, entendermos mas basicamente, até aos séculos XVIII e XIX, havia uma escola de pensamento que entendia que os corpos do homem e da mulher eram iguais. O que acontecia, teoricamente, era que os corpos masculinos tinham temperaturas mais altas e, por isso, o pénis e os testículos eram expelidos. Nas mulheres, com temperaturas corporais mais baixas, esses mesmos órgãos ficavam retidos dentro do corpo. Nem toda a gente concordava, mas era bastante comum achar-se que o útero era um pénis invertido e os ovários uns testículos. Seguindo essa linha de pensamento, era perfeitamente possível que Maria Duran tivesse um pénis dentro dela que fosse expelido quando a temperatura aumentava [chegaram a colocá-la numa banheira de água quente para ver se algo acontecia]. Para nós é absurdo mas, naquela altura, fazia sentido. Portanto, os hermafroditas só estão no centro das críticas da comunidade médica nos séculos XVIII e XIX. Até aí, todo o tipo de malformações podiam levar a isso. No caso da Maria Duran, não sabemos se o facto de afirmar ser mulher era genuíno ou se era uma estratégia da defesa — ela podia saber que, naquela altura, a Inquisição não processava mulheres homossexuais. Porém, é claro, penso eu, que para coagir ou convencer as outras mulheres a terem relações com ela, a Maria Duran explorava essa confusão.

Acaba condenada por feitiçaria e pacto com o diabo, não pelos seus comportamentos sexuais. Quais foram os motivos para esconder essa parte?
Penso que ficam em silêncio quanto a isso porque tudo acontece em vários recolhimentos, além de um convento. Eram instituições prestigiadas e esta história podia manchar a reputação ou acabar com elas. As famílias mandavam para lá as filhas, algumas com grandes dotes. Quem é que o faria se uma coisa destas se soubesse? Além disso, revelar histórias destas despertava o medo de dar armas aos protestantes. A propaganda protestante teria adorado um caso destes.

O Palácio dos Estaus, antes e depois do terramoto de 1755, construído onde hoje é o Teatro Nacional D. Maria II

Depois de condenada, Maria Duran é incluída numa procissão de 41 prisioneiros que desfilam pelas ruas de Lisboa. Qual era a dimensão de um evento destes?
Podemos comparar ao que é a Semana Santa em Sevilha por estes dias. Atraía pessoas de Lisboa e de fora, o meu palpite vai para milhares de pessoas. O rei estava presente com a sua corte, era um acontecimento — parte era curiosidade mórbida, parte era por as pessoas condenadas serem vistas como inimigas da fé e da sociedade [blasfemos, judeus ocultos, membros da maçonaria e pessoas acusadas de bruxaria] e sobre elas circulavam todo o tipo de rumores. É curioso porque tudo no processo da Inquisição é secreto, menos a sentença. Essa é pública, é um grande espetáculo, e depois segue-se a procissão.

Depois do auto de fé público, onde é chicoteada pelas ruas, Maria Duran é exilada do reino de Portugal. É frustrante, enquanto investigador, ter encontrado tantos detalhes sobre a vida dela até aí e, de repente, mais nada?
Infelizmente, é muitas vezes assim nos processos da Inquisição. Felizmente para nós, a Maria Duran foi presa pela Inquisição, o que nos deu o enorme dossier que temos hoje. Se não tivesse sido o caso, provavelmente haveria uma ou outra menção aos rumores sobre uma “catalã hermafrodita” mas nada mais do que isso. Quando os processos chegam ao fim, alguns são queimados, outros são libertadas mas, a partir daí, perdemos-lhes o rasto. É possível que alguém um dia encontre, em Espanha ou noutro sítio, um documento que nos explique o que lhe aconteceu, mas não tenho muitas esperanças.

"Apesar de termos noções com mais nuances de sexo e género, continuamos a ter fortes estereótipos e normas. Tenho duas filhas e um filho e as expectativas que a sociedade lhes associa são diferentes. Espera-se que os rapazes sejam bons a matemática, há toda a questão das cores azul e rosa, chorar continua a ser visto como pouco masculino. Estamos muitos séculos à frente mas, em alguns aspetos, a divisão continua a ser muito acentuada."

Como é que imagina a vida dela depois do processo?
Se pudesse adivinhar, diria que não teria voltado à terra natal e ao marido. É bastante óbvio que havia muita gente que queria vê-la morta. Quem sabe? A única forma que ela tinha de fazer dinheiro era juntando-se ao exército ou arranjando forma de entrar num estabelecimento religioso. Era o modus operandi dela, por isso suspeito que tenha escolhido um dos dois.

Hermafrodita, homossexual, trangénero. Na segunda parte do livro, junta estes conceitos à história de Maria Duran para lhe dar algum sentido. Qual foi a maior evolução nestes séculos e o que continua praticamente igual?
Penso que atualmente temos um entendimento muito mais sofisticado sobre sexualidade e género. Continua a ser controverso e é constantemente tópico de conversa mas, ao olharmos para os inquisidores do século XVIII, eles simplesmente não estavam equipados para lidar com um caso destes. Seria Maria Duran uma mulher homossexual que usurpava a identidade masculina para manipular outras mulheres? Seria trans, como dizemos hoje? Nunca saberemos, mas podemos olhar para o caso de diferentes prismas. Por outro lado, apesar de termos noções com mais nuances de sexo e género, continuamos a ter fortes estereótipos e normas associados ao género. Tenho duas filhas e um filho e as expetativas que a sociedade lhes associa são diferentes. Espera-se que os rapazes sejam bons a matemática, há toda a questão das cores azul e rosa, chorar continua a ser visto como pouco masculino. Estamos muitos séculos à frente mas, em alguns aspetos, a divisão continua a ser muito acentuada, quer seja de forma consciente ou não.

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