790kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Bruxaria no futebol? Quatro décadas de histórias com buracos na relva, garrafas de cachaça, bodes e muito mais

Zandinga fez buracos na relva. Delane Vieira partia garrafas de cachaça na praia. E ainda há Alexandrino, "firme e hirto como uma barra de ferro", e o Bruxo de Fafe, que tem sorte no Euromilhões.

Começo por esclarecer qual é a minha linha de culto: sou seguidor da Umbanda. Trabalho escorado no Pai João de Camargo, também conhecido como ‘Preto Velho’ – uma das mais poderosas entidades espirituais. A maioria dos umbandistas tem em comum a fé. Esta linha, de origem angolana, consiste em consultar os espíritos dos mortos; curar pelos espíritos; catequizar os espíritos a influenciar os vivos; estabelecer contacto entre vivos e mortos. A Umbanda não tem nada a ver com o culto de Quimbanda – que é a linha da magia negra. Eu, no futebol, não trabalho para destruir o adversário: trabalho para vencer. Outra entidade poderosa com quem me identifico é São Jorge – o mais responsável dos orixás, manipuladores da vida terrena”.

A apresentação é de Delane Vieira. Odiava que o chamassem de bruxo, preferia o termo parapsicólogo. “Sou essencialmente um mentalista com o dom de prever acontecimentos. Não prevejo o futuro”, disse num livro de memórias a que chamou “O que eu fiz para ajudar o FC Porto a ganhar tudo”. Nascido em São Paulo, chegou ao Benfica no final dos anos 60 pela mão de Otto Glória. Depois, esteve no União de Coimbra (onde aconselhava a contratação de jogadores e conseguiu que os equipamentos fossem alterados para a equipa subir à 1.ª Divisão) e chegou ao FC Porto em 1984, quando Artur Jorge, que conhecera na Luz como jogador, era treinador. “Não trabalho só para ganhar a Liga, isso sabe a pouco. Trabalho para ser campeão europeu”, explicou-lhe. E os dragões ganharam mesmo.

As questões ligadas a misticismo e bruxarias no futebol têm décadas em Portugal. Histórias são muitas. Delane Vieira, que morreu em 2013, aos 72 anos, é exemplo paradigmático disso mesmo. Mas há mais. Superstições, como todos sabemos, existem e os jogadores não as escondem: entrar com o pé direito em campo, usar a mesma roupa interior em caso de vitória, transportar consigo algum objeto. Os treinadores, mais reservados nesse aspeto em termos públicos, ligam a pormenores como a entrada do autocarro não ser feita de marcha atrás, por exemplo. Mas além dessas superstições, existe um outro mundo menos conhecido, menos falado mas sempre comentado. E que voltou à baila com a denúncia de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, de que o Benfica recorria a bruxaria através de Armando Nhaga (e o mestre, Tito Sanha), que se descrevia como Comissário Nacional da Polícia da Guiné-Bissau.

Do sal e dos alhos colocados por António Oliveira no balneário no Mundial de 2002 ao bruxo Pepe que, em 2009, terá lançado um feitiço para lesionar Cristiano Ronaldo, sempre ouvimos falar de histórias que, em alguns locais, são levadas ao extremo: no Ruanda, a federação de futebol proibiu mesmo oficialmente o recurso a bruxarias no seguimento de um jogo em que… Bom, neste caso o melhor é ver as imagens do jogo. Mas em Portugal, o que se conhece desde os anos 80, com Zandinga ou Delane Vieira, até aos recentes Alexandrino e Bruxo de Fafe?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

https://www.youtube.com/watch?v=Xj2qSQDvg98

Delane Vieira: as fitinhas, a moedinha e as garrafas de cachaça

Ao longo do seu livro de memórias, Delane Vieira vai contando vários episódios. Os clubes onde trabalhou (Benfica, União de Coimbra e FC Porto), os três jogadores que colocou no Boavista do Major Valentim Loureiro, a hipótese de poder ir para o Sporting que, depois de tudo estar acordado, não se consumou porque Carlos Queiroz substituiu Bobby Robson como treinador. Nega contudo que tenha feito nevar em Tóquio, na final da Taça Intercontinental, como sempre se ouviu (“mas disse que para o FC Porto ganhar, o jogo tinha de ser naquele dia”), e abomina os comentários de quem lhe coloca o rótulo de enterrar sapos ou matar galinhas – “só uso frangos e galinhas para os meus gostos gastronómicos e já os compro mortos, os espíritos ficariam mais satisfeitos se as galinhas fossem entregues a quem tem fome em vez de serem mortas como oferenda”, explica –, enquanto conta como ganhou a confiança dos jogadores do FC Porto no início.

“Tinha a minha casa em Lisboa. Ia todas as quintas-feiras para o Porto e regressava no fim dos jogos. Era muito cansativo porque tinha de preparar em Lisboa os ‘trabalhos’ e levar tudo para o Porto. Chamo ‘trabalhos’ a tudo o que decorre da minha ação como médium, o dom que permite contactar e receber as informações das entidades espirituais que me acompanham. Era preciso, por exemplo, preparar fitinhas para um ou outro jogador prender nas pernas por debaixo das meias e preparar uma moedinha, que era atirada para o campo antes dos jogos. Era necessário, ainda, levar garrafas de cachaça que, às sextas-feiras à noite, eram partidas numa praia em oferenda ao Pai João. A pouco e pouco fui conquistando os jogadores, ganhando a confiança deles”, recorda.

"No início da época, recebia 1.200.000 escudos; entre dezembro e janeiro, mais 1.200.000 escudos; o salário mensal era de 300.000 escudos, com subsídio de férias e de Natal, além das despesas de alojamento e deslocações ("a pagar pelo senhor Reinaldo Teles")"
Delane Vieira e o FC Porto

E como era o pagamento nessa altura? Assim, conta ele: no início da época, recebia 1.200.000 escudos; entre dezembro e janeiro, mais 1.200.000 escudos; o salário mensal era de 300.000 escudos, com subsídio de férias e de Natal, além das despesas de alojamento e deslocações (“a pagar pelo senhor Reinaldo Teles”, como dizia a ordem de pagamento). Depois havia os prémios: 8.000.000 escudos nas taças europeias; 4.500.000 escudos no Campeonato; 2.000.000 escudos na Taça de Portugal. Tudo isto era referente à temporada 1990/91.

O sábio Dembo Cassamá, distinto hóspede no hotel Zurique

Dembo Cissé Cassamá terá estado hospedado no hotel Zurique, em Lisboa, durante a temporada 2004/05. E alguns jogadores do Benfica terão mesmo visitado o sábio, que começou a trabalhar com os encarnados por influência do então diretor do futebol, José Veiga. Foi o próprio, em novembro de 2004, que explicou tudo numa entrevista concedida ao Correio da Manhã, tal como se de um atleta se tratasse.

“A primeira vez que me contactaram foi em março. Foi um intermediário ligado ao Benfica, só estive com Veiga na segunda vez que fui a Lisboa. Desde que saí de Lisboa e até voltar na segunda vez, o Benfica não perdeu. A 23 de julho foi o José Veiga, pessoalmente, quem me chamou para assinar contrato. Mas não assinei nada porque me deviam dinheiro referente à vitória na Taça, ao segundo lugar e ao tal trabalho no estádio (…) Voltei a dizer que sem dinheiro não trabalhava. As pessoas desconhecem, mas há custos grandes, há sacrifícios. Logo que o clube regressou da Bélgica, já depois de ter perdido a Supertaça, Veiga contactou-me e disse que queria atacar forte o Campeonato. Voltei a mostrar que sou forte, o Benfica venceu e ainda hoje lidera”, disse na altura, quando estávamos ainda a meio da temporada.

"Desde que saí de Lisboa e até voltar na segunda vez, o Benfica não perdeu. A 23 de julho foi o José Veiga, pessoalmente, quem me chamou para assinar contrato. Mas não assinei nada porque me deviam dinheiro referente à vitória na Taça, ao segundo lugar e ao tal trabalho no estádio" 
Dembo Cissé Cassamá e o Benfica

Guineense, na altura com 48 anos, Dembo Cissé Cassamá formou-se no Senegal, onde terá feito os seus estudos com o grande “mestre”. Terá passado ainda pela Guiné-Conacri para aperfeiçoar os seus poderes. Era descrito como “uma figura reconhecida e respeitada na Guiné-Bissau, com clientes em todo o Mundo”. O que fez ao certo ninguém sabe (ou não quer dizer ou saber), mas é certo que o Benfica quebrou um jejum de 11 anos sem Campeonatos. Quanto a José Veiga, os seus negócios futuros em África acabaram na justiça.

A pomba branca que virou preta e acabou por vir com um par

O Sporting de Marinho Peres começou o Campeonato de 1990/91 a todo o gás, com 12 vitórias e um empate nas primeiras 13 jornadas. Seria desta que os leões quebravam o jejum na prova, que se arrastava desde 1982? A resposta veio nas semanas seguintes e foi não: as derrotas frente a FC Porto e Benfica desviaram a equipa da carreira de sucesso que estava a fazer, sucedendo-se mais uma série de resultados inesperados que desviaram a equipa do título. Sobrava a Taça UEFA, onde o conjunto verde e branco estava bem lançado. Mas queria mais.

Após afastar Malines (Bélgica), Timisoara (Roménia), Vitesse (Holanda) e Bolonha (Itália), o Sporting cruzou nas meias-finais com o poderoso Inter de Milão, que tinha como estrangeiros o trio de alemães Brehme-Matthäus-Klinsmann, além dos transalpinos Zenga, Bergomi, Berti ou Bianchi. Na primeira mão, em Alvalade, registou-se um nulo mas com as únicas duas oportunidades a pertencerem ao leão Oceano. Havia esperança para o segundo jogo… e algo mais: segundo se soube, dois responsáveis ligados ao clube terão visitado a casa de uma médium africana para tentar encontrar solução para ir à final. No entanto, a anfitriã, após ler as cartas e fazer mais algumas coisas, admitiu que tal era impossível.

"O tempo passou, passou e nada. Até que, de facto, passaram duas pombas mas pretas, dez minutos antes do apito inicial. E os leões perderam esse jogo por 2-0"
Uma médium africana e o Sporting

Perante a insistência, disse que faria um último forcing mas que não queria receber qualquer verba, porque não conseguia prometer que a equipa portuguesa conseguisse o apuramento.

A 24 de abril, dois dias depois, o Sporting defrontou o Inter em San Siro e as pessoas que conheciam a história tinham os olhos no céu, à espera que passasse alguma pomba branca, que seria o sinal de vitória. O tempo passou, passou e nada. Até que, de facto, passaram duas pombas mas pretas, dez minutos antes do apito inicial. E os leões perderam esse jogo por 2-0, com golos de Matthäus e Klinsmann ainda na primeira parte.

O professor Alexandrino, “firme e hirto como uma barra de ferro”

O professor Alexandrino ficou famoso depois de ter aparecido num programa de Herman José, onde utilizava uma expressão que não mais ninguém esqueceu: “Firme e hirto como uma barra de ferro”. Em 2001, o V. Guimarães enfrentava grandes dificuldades para permanecer na Primeira Liga, tendo contado com três treinadores ao longo da temporada: Paulo Autuori, Álvaro Magalhães e Augusto Inácio, que tinha sido campeão no ano antes no Sporting.

Um dia, depois de se ter oferecido a mais clubes, o professor Alexandrino passou a trabalhar com o V. Guimarães, um “segredo” que foi mantido até final de abril de 2001, altura em que começou a ser noticiado nos jornais… e muito criticado. Nessa fase, Inácio saiu em defesa do grupo. “Acho piada porque na comunicação social vêm artigos com ar de técnicos que apontam o psicólogo como peça importante num conjunto técnico de alta competição e agora, quando o Vitória entendeu ser útil alguma dessa ajuda, seja criticado de forma inqualificável sem se cuidar de saber motivos e funções de quem nos procurou para nos ajudar nestas quatro finais derradeiras do campeonato”, disse.

Alguns jogadores negaram que algum dia tivesse recorrido a uma sessão de hipnose, mas admitiram, em declarações ao jornal Record, “conversas com a malta que às vezes metiam piadas de partir a rir”. O certo é que o V. Guimarães ficou mesmo na Primeira Liga e Alexandrino, após a festa, explicou a influência que tinha exercido. “Sou um bruxo, mas um bruxo como eu não deve ser associado a aldrabices. Pertenço à classe dos terapeutas, a qual engloba as mais variadas vertentes (bruxos, videntes, hipnotizadores, entre outros). Sim, um bruxo pertence à classe dos terapeutas! É evidente que ando a fazer bruxaria 24 horas por dia. Mas, atenção, um bruxo não faz mal. Através da mente e dos aspetos psicológicos melhoram-se determinadas situações e, vá lá, espantam-se fantasmas”, salientou.

O bruxo de Fafe com azar no futebol mas sorte no jogo

O V. Guimarães voltou a sentir dificuldades na temporada de 2005/06 mas, dessa vez, quem se destacou foi Fernando Nogueira, mais conhecido por Bruxo de Fafe. Sócio dos vimaranenses, tornou-se notícia quando percorreu os 20 quilómetros do estádio em Guimarães ao Sameiro, em Braga, com uma cruz de dois metros onde estavam todos os jogadores do clube por forma a acabar com o “mau olhado” que teria sido lançado. Vítor Magalhães, presidente do V. Guimarães, comentou que apenas tinha falado com Fernando Nogueira enquanto associado do clube, mas explicou que o clube não estava disponível para se associar a bruxarias, “respeitando as crenças de cada um”. Neste caso, a equipa desceu mesmo à Segunda Liga, mas o Bruxo de Fafe ficou no futebol.

Em 2012/13, época em que o Benfica perdeu em duas semanas Campeonato Nacional, Liga Europa e Taça de Portugal, defendeu que tinha havido bruxaria encomendada por alguém que estava contra os encarnados mas não identificou. “Cheguei a ligar à dita pessoa e disse: ‘Então recebes 30 mil euros, tens mais 30 mil euros no fim e o Benfica vai na frente?’. Disse-se que nem que fosse no final do Campeonato, ia perder. O que eu vi? Dois bodes, que faz parte da bruxaria, coelhos pretos, brancos, charutos cubanos, um alguidar com sangue com uns dez corações de porco e orações satânicas. Depois de fazer o trabalho tem de vigiar sempre, menos de noite, e tem de levar de 15 em 15 dias às encruzilhadas e ao mar”, disse à CMTV. No entanto, falhou em 2015: apesar dos rituais satânicos feitos pelo próprio a pedido de alguém que lhe pagou 50 mil euros, o Benfica foi mesmo campeão e, por isso, deixou de receber 200 mil euros que estariam prometidos.

"O que eu vi? Dois bodes, que faz parte da bruxaria, coelhos pretos, brancos, charutos cubanos, um alguidar com sangue com uns dez corações de porco e orações satânicas"
O bruxo de Fafe e o V. Guimarães

No entanto, e sem fazer qualquer ritual, a verdade é que Fernando Nogueira já ganhou vários prémios no Totobola, no Totoloto e no Euromilhões, onde arrecadou 250 mil euros em 2008.

Os “despachos” da família Kwiek, da mãe Cristina à filha Márcia

Em outubro de 2005, os jornais trouxeram à baila o nome de Márcia Kwiek, uma vidente brasileira que reclamava 200 mil euros do Boavista que tinham ficado por liquidar depois de ter feito um trabalho para prejudicar alguns inimigos do clube, algo a que João Loureiro, presidente dos axadrezados, nunca deu grande atenção.

Contava-se então que a dupla Márcia Kwiek e o marido, Alexander Juvanovich Queiroz (que esteve preso em Portugal) já teria recebido os primeiros 30 mil euros, mas o restante nunca chegou a ser pago. Uns anos antes, tinha-se falado também de um alegado recurso dos responsáveis do Boavista a um bruxo muito reputado no Recife para fazer aquilo que se dominava de “despachos”. Algo que também foi negado por todos, tal como a “purga espiritual” contra um feitiço que teria sido lançado pelo Mestre Alves a pedido do Gil Vicente (outra história que acabaria por ser negada pelos intervenientes).

Ainda assim, há um pormenor curioso nesta história: em 2015, a Folha de São Paulo contou a história de um empresário, Emídio Mendes, dono do Riviera Group, que tinha sofrido um golpe de 50 milhões de reais (mais de 13,3 milhões de euros) de uma falsa vidente chamada Vitória, recomendada por um amigo português para curar de vez as tonturas de que sofria há anos. Questão: em vez de ir ter com essa pessoa, esteve com Maria Helena Giménez, também conhecida por Cristina Kwiek, mãe de… Márcia Kwiek. De acordo com fontes judiciais citadas pela publicação, houve muitos mais vítimas deste tipo de esquemas.

Zandinga, o empate nas Antas e o convite (adiado) para Alvalade

Lesagi Zandinga foi o primeiro nome conhecido nestas andanças da bruxaria fuetbolística na década de 80, mais precisamente a partir de novembro de 1980. No seguimento de um verão muito atribulado no FC Porto, António Oliveira assumiu a função de jogador-treinador do Penafiel, levando consigo o parapsicólogo. No regresso às Antas, reza a história que Zandinga terá feito alguns buracos na relva e uma macumba junto à baliza de Fonseca, guarda-redes dos dragões, que sofreria os dois golos do empate 2-2 nesse mesmo local.

Outra das histórias mais conhecidas era a necessidade de Pinto da Costa e José Maria Pedroto, então treinador dos azuis e brancos, terem de tomar banho junto à Capelinha do Mar de madrugada com lua cheia e as célebres previsões do ano em que o Sporting seria campeão, sendo que, a certa altura, tal só aconteceria quando fosse convidado a ir ao estádio José Alvalade. Os leões quebraram o jejum em 2000, quando Zandinga já tinha morrido.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora