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Um tanque das forças armadas ucranianas na cidade de Chuhuivn, na Ucrânia
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Um tanque das forças armadas ucranianas na cidade de Chuhuivn, na Ucrânia

Um tanque das forças armadas ucranianas na cidade de Chuhuivn, na Ucrânia

Zelensky de arma nas mãos, aviões de combate abatidos e explosões. As fake news do conflito que circulam na internet

Nas redes sociais e nos jornais russos, já circulam várias informações e imagens falsas sobre a invasão da Ucrânia. Veja quais são as fake news a que tem de estar atento.

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[Este Especial vai estar em permanente atualização com vários Fact Checks]

A Rússia iniciou esta quinta-feira, 24 de fevereiro, uma ofensiva militar contra a Ucrânia. A desinformação sobre o conflito entre os dois países, que já circulava há alguns dias nas redes sociais, atingiu uma dimensão maior.

Numa realidade que é dinâmica e que evolui ao minuto, há imagens antigas que estão a ser partilhadas como retratando o conflito bélico que se iniciou na madrugada desta quinta-feira, fotografias manipuladas e informação deturpada ou sem qualquer fundamento factual que está a ser difundida de forma massiva.

O Observador vai acompanhar o desenrolar dos acontecimentos nas redes sociais e desconstruir as informações falsas que estão a circular.

Fotografias mostram presidente Zelensky a combater contra a invasão russa?

“O Presidente da Ucrânia está na linha da frente a lutar pelo seu povo. O Presidente Zelensky armou-se e junto-se às tropas ucranianas para combater a invasão russa”. É assim que começa um tweet que partilha imagens do líder ucraniano, vestido a rigor, com capacete e colete anti-bala camuflados.

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E apesar de esta semana ter sido pública a vontade de Volodymyr Zelensky em permanecer no seu país, recusando a hipótese de retirada oferecida pelos Estados Unidos da América, as fotografias da publicação não são de agora. São, sim, de 6 de dezembro de 2021, quando Zelensky se encontrou com militares em Donetsk no Dia das Forças Armadas da Ucrânia.

Uma das imagens foi tirada pela agência Reuters e pode ser consultada no site oficial daquele órgão de comunicação social. Ou seja, o momento registado não é de agora. Por agora, não se sabe o verdadeiro paradeiro do presidente ucraniano dentro da Ucrânia que, ainda assim, tem marcado presença pública, especialmente via redes sociais, onde já publicou vídeos nas ruas de Kiev a apelar à resistência dos cidadãos ucranianos.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

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Vídeo mostra perseguição de dois caças?

Um dos vídeos amplamente partilhados foi o de um suposto piloto ucraniano “fantasma” que terá deitado abaixo seis caças  russos em Kiev, capital da Ucrânia, no início da invasão. Vários órgãos de comunicação social deram conta do tal mito, reforçando, no entanto, de que não existia qualquer prova de que o piloto existia, de facto. Foram partilhados outros vídeos de perseguições entre supostos caças quer ucranianos, quer russos. Ainda assim, no Twitter, foram vários utilizadores que partilharam um vídeo específico de uma destas supostas perseguições.

A conta do Ministério da Defesa da Ucrânia partilhou esse conteúdo que, na verdade, foi feito por um canal de Youtube (o Comrad_Corb). Consultando essa mesma página, percebe-se que estamos perante uma montagem de um simulador de aviões (Digital Combat Simulator) feita em homenagem ao tal ‘Fantasma de Kiev”. “Se for real, que Deus esteja com ele, se for falso, rezo para mais como ele”. Esta é a descrição que acompanha o vídeo no Youtube.

Basta, por um lado, utilizar a ferramenta de identificação da origem de determinados conteúdos, o In VID (plug in que pode ser instalado num browser como o Google Chrome) para se perceber que o vídeo não é, de todo, real. Por outro, consultando os vários comentários à publicação, comprova-se, que, de facto, estamos perante uma montagem, feita na vertical, de um videojogo de computador. Praticamente todos os comentários referem que se trata de uma simulação digital.

Quanto à possibilidade de este piloto — o “Fantasma de Kiev” — existir, essa continua a ser alimentada um pouco por toda a internet. No entanto, também precisa de ser corretamente verificada por fontes credíveis.

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Diretor financeiro da Gazprom suicidou-se?

“O diretor financeiro da Gazprom, a maior companhia de gás natural do mundo, foi encontrado morto por suicídio em São Petesburgo.” A alegada notícia foi dada via Twitter no passado dia 26 de fevereiro pelas 20h00 (horas portuguesas). Chegou aos 15 mil gostos e obteve mais de cinco mil retweets. No entanto, mais nenhuma informação ou fonte credível era dada naquela publicação.

Após uma pesquisa nos principais órgãos de comunicação social, percebe-se que estamos perante mais um rumor por confirmar. Vamos aos factos, ponto por ponto. A 18 de outubro de 2010, a agência Reuters lançava uma notícia com o seguinte: “Economista da Gazprom encontrado morto em São Petesburgo.” O nome da pessoa em causa era Sergei Klyuka, economista do departamento financeiro daquela empresa estatal russa. Nessa altura, a Gazprom, segundo a Reuters, lançou um comunicado a dizer que Sergei tinha sido encontrado morto, ainda que a polícia estivesse a investigar as causas da sua morte. Ora, considerando apenas esta parte da história, percebe-se que o tweet já parte de uma premissa possivelmente errada, uma vez que os factos apontam noutra direção.

Entretanto, contas oficiais como a do The Spectator Index, também via Twitter, que conta com mais de dois milhões de seguidores naquela rede social, garantia que “as notícias sobre a morte do diretor financeiro da Gazprom careciam de verificação”. Outros utilizadores, no mesmo tweet, garantiam que se tratava de uma notícia falsa.

Afinal, o homem que tinha morrido seria Alexander Tyulakov, ligado ao departamento de segurança da Gazprom. Noutros artigos espalhados pela internet encontram-se outros nomes de pessoas que terão cometido suicídio no mesmo dia, estando também ligados àquela empresa. Ainda assim, nenhuma destas informações foi confirmada pela empresa de gás, por instituições russas ou por órgãos de comunicação social credíveis. Neste momento, também não é possível aceder ao site oficial da Gazprom.

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Destruição de sexto caça russo pelas forças ucranianos foi captado neste vídeo?

Não. Imagem foi tirada em 1993 e está a ser partilhada como tendo sido tirada nos últimos dias.

Com os constantes ataques aéreos que têm sido registados em solo ucraniano, as redes sociais têm-se demonstrado um terreno fértil para partilhar qualquer tipo de informação não verificada sobre a invasão liderada por Vladimir Putin. No passado dia 24 de fevereiro, foram várias as contas de Facebook e de Twitter que partilharam uma imagem com o suposto sexto caça russo destruído pelas forças ucranianas. Trata-se, no entanto, de uma imagem antiga e, por isso, de uma publicação falsa.

Nessa imagem, é possível ver aquilo que parece ser um piloto a ejetar-se. Ainda que, segundo a CNN, a Ucrânia tenha defendido que destruiu seis equipamentos semelhantes aos que se vêem na fotografia, este não foi um deles. É que a fotografia foi tirada em 1993 mas em solo inglês, como demonstrado por diferentes ferramentas de identificação de imagens como o TinEye,

Esta imagem pode ser consultada no Air Team Images Aviation Image Library. Neste caso, na verdade, é visível uma colisão entre dois jatos russos MiG-29 nesse mesmo ano em Inglaterra. Ninguém morreu e os dois pilotos, de facto, conseguiram escapar. Não foi mais do que um exercício artístico na base áerea de Fairford. Existe também um vídeo, via Youtube, que demonstra o evento em questão, que também chegou a ser noticiado na altura.

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Imagem mostra explosão na Ucrânia?

Não. Fotografia foi tirada em maio de 2021 na Faixa de Gaza e verificada anteriormente. A imagem pode ser consultada no banco de imagens Getty Images.

Ao segundo dia da invasão militar liderada por Vladimir Putin à Ucrânia, a desinformação continua a ser uma das armas mais utilizadas nas redes sociais. Em praticamente todas – Facebook, Instagram ou Twitter – existem vídeos, imagens e publicações que manipulam informações sobre o que se passa em território ucraniano e usam conteúdos que pertencem a conflitos militares anteriores.

Muitos internautas têm usado a sua influência digital para manifestar o apoio ao povo ucraniano, acompanhando algumas reações de choque com a possibilidade de uma iminente Terceira Guerra Mundial na Europa. Um desses internautas, que fez uma publicação no Instagram, entretanto apagada pelo próprio, juntava uma pergunta ao post: “Em que mundo estamos nós a viver?”. Os hashtags estão relacionados com a Ucrânia e a Rússia, vindo igualmente associados com uma imagem de uma explosão.

O problema é que a fotografia em causa foi tirada na Faixa de Gaza em maio de 2021 pelo fotógrafo Mahmud Hams, nada tendo a ver com o conflito que está a ocorrer no leste do mundo. Esta fotografia, que pode ser consultada através do banco de imagens Getty Imagens, representa o bombardeamento de Israel naquela região, depois de o Hamas, organização classificada como terrorista pela União Europeia e Reino Unido e que controla partes da Palestina, ter lançado foguetes em Jerusalém. A agência Lupa, fact-checker brasileiro, já tinha verificado publicações que também tinham partilhado esta imagem. Todas foram consideradas como falsas.

Ou seja, uma imagem tirada em 2021 na Faixa de Gaza está a ser partilhada em várias redes sociais como pertencendo à invasão liderada por Putin à Ucrânia. Essa fotografia, tirada por Mahmud Hams, foi tirada durante um ataque aéreo de Israel naquela região. Pode, no entanto, ser consultada em bancos de imagem como o Getty Images.

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Bandeira russa hasteada em Kharkiv, na Ucrânia?

Nas redes sociais circula uma fotografia de um homem com farda militar a hastear uma bandeira da Rússia em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. A imagem, apesar de ser verdadeira, não é atual, alerta um site ucraniano dedicado a Fact Checks, StopFake.

Esta fotografia da Reuters foi tirada em março de 2014, quando ativistas pró-russos colocaram a bandeira à entrada do Concelho Regional de Kharkiv, como se pode ver pelo artigo publicado no jornal russo Kommersant.

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Militares ucranianos abandonam os seus postos?

De acordo com o Stop Fake, vários sites de informação russos têm divulgado uma fotografia onde se veem dois militares aparentemente a correrem numa planície. Esses mesmos sites argumentam que se trata de militares ucranianos a abandonarem os postos para onde tinham sido destacados, esta quinta-feira, durante o conflito com as forças russas.

“As Forças Armadas da Ucrânia recusam obedecer a ordens em massa e abandonam as suas posições ao longo de toda a frente”, lê-se numa dessas páginas, que cita os separatistas pró-russos de Lugansk.

Mais uma vez, a fotografia é verdadeira, mas está cortada e não foi tirada esta quinta-feira. A imagem remonta a agosto de 2021, quando as tropas ucranianas estavam a fazer exercícios na Alemanha, relata a agência de notícias ucraniana, Ukrinform.

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Armazém ucraniano explode durante invasão russa da Ucrânia?

Tem sido também habitual a partilha de conteúdos relacionados com explosões um pouco por toda a Ucrânia, à medida que as tropas lideradas por Vladimir Putin vão avançando no terreno. Um desses conteúdos, partilhados via Facebook, mostra uma grande explosão no caminho de uma estrada, sem automóveis. Trata-se, no entanto, de uma publicação enganadora.

É que o vídeo em questão, utilizando as ferramentas de identificação da origem como Google Images, foi filmado em setembro de 2017. Pertence, de facto, a uma base militar em Kalynka na Ucrânia. E, sim, a explosão ocorreu mesmo.

A agência Reuters, por exemplo, através do fotografo Gleb Garanich, registou o momento da explosão há cinco anos. Em causa estaria o lançamento de vários rockets direccionados para a base militar de Kalynka.

Tratando-se de um vídeo, o mais correto é verificá-lo com conteúdo semelhante. Tanto o site da Radio Free Europe, que partilhou as mesmas imagens no dia 27 de setembro de 2017, também o jornal britânico The Guardian o fez. No texto da rádio que acompanha as filmagens, pode ler-se que os “líderes ucranianos dizem que houve sabotagem por detrás das explosões massivas no armazém de armamento”. A publicação original foi entretanto verificada pela agência Reuters, considerando-a como falsa.

São muitos os vídeos que circulam por estes dias nas redes sociais. Maior parte está ligada a explosões que ocorrem em terreno ucraniano. No entanto, um deles, foi filmado em 2017 e não agora. E apesar de representar uma explosão real na Ucrânia, em nada está ligado à invasão liderada por Vladimir Putin.

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Quartel-general ucraniano de Donbass foi destruído?

Na manhã desta quinta-feira, vários órgãos de comunicação social russos referiam que o quartel-general das forças ucranianas de Donbass foi destruído, citando o líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin.

“O quartel-general das forças militares da Ucrânia em Donbass foi destruído. A operação militar irá acabar muito em breve, as cidades de Donbass serão libertadas”, afirmou Pushilin, através de um grupo do Telegram dos separatistas russos.

Esta informação, porém, foi negada pelo ministro do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, através de uma publicação no Facebook. “Os russos estão a mentir. O quartel-general dos militares ucranianos não foi destruído. As nossas tropas estão a defender em todas as direções”, lê-se no post de Gerashchenko.

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Vídeo mostra paraquedistas russos a aterrarem na Ucrânia?

Está a circular nas redes sociais um vídeo que está a ser descrito como sendo do momento em que paraquedistas do exército russo saltaram de aviões militares e invadiram pelo ar a Ucrânia. As publicação divergem no que toca ao local onde o vídeo foi gravado: uns dizem que esta foi a invasão russa em Carcóvia, outros em Odessa.

Mas é falso que estas imagens retratem a invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeada esta madrugada. Embora não seja possível determinar concretamente o ano em que o vídeo foi captado, há pelo menos dois conteúdos de 2016 em que este mesmo vídeo já aparece.

Um deles é uma publicação no Twitter, realizada a 6 de setembro de 2016, em que o autor descreve as centenas de paraquedistas em queda como sendo de um desembarque em Rostov, uma cidade na Rússia. Outro foi publicado no Facebook a 18 de setembro desse ano e o autor diz que as imagens são de 2.000 militares paraquedistas russos a desembarcar em Rostov após se terem atirado de 17 aviões soviéticos Ilyushin Il-76 em 2014.

Independentemente do ano em que o vídeo foi realmente captado, certo é que tem pelo menos seis anos e não têm qualquer relação direta com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que escalou para uma guerra na madrugada desta quinta-feira.

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