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Iniciativa Liberal, a "startup política". Não têm sedes, são dissidentes de partidos tradicionais e querem ser como Mayan

Dispensam sedes físicas, apostam na tecnologia, crescem a partir dos descrentes na política e de antigos simpatizantes de outros partidos, em particular do PSD. Como se mexe o aparelho da IL?

Carlos Boto tem 35 anos, nasceu em Seia, numa “aldeia no meio das montanhas”, e foi obrigado a entrar no seminário porque a família, sem recursos como tantas outras, não tinha outra forma de garantir uma “educação pública de qualidade”. Passou pelo Fundão, Guarda e regressou a Seia, até se mudar para Coimbra para estudar Engenharia de Materiais. Desiludiu-se com Portugal, viveu uns meses na China e, mais tarde, nos Estados Unidos. Foi lá que arranjou financiamento para lançar a DoDoc, uma empresa pensada para as necessidades da indústria farmacêutica, a operar em Portugal. E foi aí que se voltou a desiludir com o país.

“A primeira coisa que aconteceu foi receber uma multa porque criámos a empresa através de uma procuração de uma firma de advogados porque estávamos nos EUA e não sabíamos que era preciso comunicar o início de atividade às Finanças”, recorda ao Observador. Era preciso dar um abanão num país que continua a criar obstáculos aos que querem fazer mais e melhor.

Hoje, Carlos Boto está à frente do núcleo da Iniciativa Liberal de Coimbra. É um dos muitos novos rostos da Iniciativa Liberal que começam a assumir funções de coordenação num partido que procura agora um crescimento sustentado um pouco por todo o país, com núcleos territoriais e pessoas que, no terreno, vão tentando criar uma rede para lá dos dois grandes centros de influência do partido — Lisboa e Porto.

"Aproximei-me [do partido] por me identificar com a maneira com que a IL dizia aos portugueses que merecem melhor, que merecem ser felizes e que não têm de emigrar"
Carlos Boto, coordenador do núcleo de Coimbra

Neste momento a IL conta com quase três mil membros distribuídos por mais de 30 núcleos por todo o país. As presidenciais foram um motor importante num partido que continua a privilegiar as redes sociais às estruturas mais rígidas — basta ver que grande parte da vida interna do partido é discutida em plataformas digitais como o Discord e o WhatsApp.

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A grande maioria dos dirigentes locais tem menos de 40 anos e, de acordo com a direção do partido, 30% dos membros da IL têm menos de 30 anos. A heterogeneidade de perfis socioprofissionais é outra garantia do partido: entre as fileiras do partido, existem engenheiros, empresários, médicos, advogados, enfermeiros ou, por exemplo, operadores fabris. Muitos deles com um percurso político semelhante: pertenceram ou foram simpatizantes de partidos como o CDS e, em particular, como o PSD.

“O PSD está muito virado para si próprio. Está a definhar”

Foi o caso de João Figueiredo (não o presidente e deputado do partido, falta-lhe o “Cotrim”), de 30 anos, que está à frente do núcleo de Gondomar e entrou para o partido há dois anos. Fez parte do PSD, até pertenceu a uma concelhia política da JSD, mas nunca se identificou a 100%. Começou a “desacreditar” nas estruturas do partido, “na dinâmica de poder, na falta de debate ideológico, na falta de propostas concretas”.

Figueiredo não culpa nenhuma direção, até porque considera que o problema é mais profundo. “O PSD está muito virado para si próprio e pouco virado para fora a pensar nos problemas reais. Está a definhar sobre si mesmo“, diz ao Observador.

Decidiu deixar o partido num dia em que foi ver um jogo do FC Porto com um amigo e companheiro na JSD. Estávamos a discutir e tomámos a decisão naquele momento: vamos sair do PSD e vamos para este partido novo que surgiu, a IL, conta. “Acreditámos numa organização que não tinha provas dadas, nem tinha ido a eleições, mas gostámos muito da mensagem política e da forma de comunicar e de mostrar mensagem.”

“Se dermos as condições certas às pessoas, garantindo algumas coisas universais, mas tudo o resto ficar a cargo do indivíduo as pessoas podem ser o melhor que se conseguirem tornar“, sintetiza, antes de assumir que a proposta de criação de uma taxa única do IRS com a grande bandeira que o fez sentir-se próxima do partido.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ricardo Zamith, de 45 anos e coordenador do núcleo da Póvoa de Varzim, tem uma ligação ainda mais íntima com o PSD. Ainda que independente, foi vereador na Câmara Municipal com o pelouro das obras particulares, municipais e modernização administrativa, a convite do atual presidente da autarquia, e esteve lá quatro anos. Depois do mandato, a ligação não se renovou devido a “algumas incompatibilidades” com Aires Pereira e a forma ligeiramente “autoritária” com que o social-democrata, diz Zamith, tem gerido uma autarquia que está há mais de 30 anos nas mãos do PSD.

A possível ascensão dentro do aparelho e executivo social-democrata era uma possibilidade real, mas Zamtih decidiu romper com o PSD e filiou-se na Iniciativa Liberal. Ao Observador, explica porquê: “É o primeiro partido que põe as ideias à frente das pessoas, ideias coerentes, lógicas e que funcionam.”

Não é uma realidade muito diferente da de Sérgio Figueiredode 36 anos e coordenador da IL em Viseu, outrora o berço do ‘cavaquistão’.  Apesar de nunca ter tido qualquer participação ativa na vida partidária, e de viver numa cidade governada pelo PSD há mais de 30 anos, nasceu numa família maioritariamente conservadora. Decidiu escolher outra via por entender que o partido já não oferecia as respostas concretas quer a nível nacional, quer local.

“A visão do papel que o Estado deve ter na vida dos cidadãos é muito diferente, o PSD nesse aspeto é demasiado socialista e nada liberal. O PSD tem uma visão demasiado totalitária da política, muito longe das pessoas”, aponta. Depois de estar na IL, garante, até já conquistou a parte mais conservadora da família e converteu em votos. “Muitos estão descontes com o que existe não se sentem representados.”

"O que diferencia a IL dos outros partidos é a possibilidade de opinar, de pensar fora da caixa, de procurar soluções que não são habituais”
Cláudia Vasconcelos, coordenadora do núcleo de Faro

A desilusão com o Estado e com o statu quo

Em Loures, o núcleo da IL é liderado por Pedro Almeida, 36 anos. Apartidário, estudou Ciência Política e começou a carreira a trabalhar para o Ministério da Defesa, mas a experiência não deixou saudades. “Fiquei com uma visão algo negativa da forma como funcionava a Função Pública”. Passou a trabalhar no setor privado, mais especificamente na área financeira, e aproximou-se do partido por entender que a IL oferecia “soluções concretas” em matérias como a “transparência” e o “combate à corrupção”. Mais: por acreditar que o partido quer “colocar o poder nas pessoas” e retirar o protagonismo aos poderes “mais instalados”.

Olga Baptista, de Braga, faz parte do “grupo que andou a recolher assinaturas”. Está no partido desde o dia 1, é fundadora. Até à entrar na Iniciativa Liberal não tinha qualquer ligação partidária por não se reconhecer em nenhum partido. Sentia-se descontente com a política nacional e com as opções que existiam. “Não havia nada que me satisfizesse.”

Com 44 anos, é casada, tem duas filhas e é diretora técnica na farmácia que tem em Fafe. Apesar do pouco tempo entre a vida pessoal e a vida profissional, sentiu que era preciso fazer mais pelo país. “Sentia um descontentamento generalizado, mas para ter legitimidade tenho de me disponibilizar para fazer algo diferente.”

Cláudia Vasconcelos é outro dos rostos femininos da IL. Antiga simpatizante do PSD, em grande medida graças à influência da família, lidera o núcleo mais a Sul do país, o de Faro. Aproximou-se do partido por entender que os restantes não se mostravam capazes de resolver os problemas que identifica na Saúde ou na Educação.

“Não percebo porque é que não posso escolher onde posso ser tratada. Sou de Albufeira e para fazer um exame, se depender do público, tenho de ir ao hospital de Faro ou ao de Portimão e isto não me faz sentido nenhum”. Votou pela primeira vez no partido nas últimas eleições europeias e decidiu envolver-se cada vez mais. “Aqui temos a possibilidade de opinar, de pensar fora da caixa, de procurar soluções que não são habituais“, assegura.

A vontade de romper com o estado das coisas é a cola que une grande parte dos simpatizantes, militantes e dirigentes da Iniciativa Liberal. Sem expressão eleitoral e parlamentar para impor um caminho, é a crença de que é possível crescer, influenciar e fazer diferente que move o partido.

De novo a palavra a Carlos Boto, do núcleo de Coimbra: “O país não se pode conformar com recursos públicos mal geridos, com pessoas que amamos a emigrarem, que desistem do país. As pessoas que acreditam e que querem fazer alguma coisa encontram problemas e dificuldades. E quando se tenta fazer alguma coisa são confrontadas com o ‘habitua-te que isto não vai mudar’”, sintetiza.

“Temos médicos, advogados, enfermeiros, engenheiros, operadores fabris, não há um padrão que vincule a ideia de haver mais empresários”
Sérgio Figueiredo, coordenador do núcleo de Viseu

A organização: sem sedes, com Discord e WhatsApp

Aos olhos dos próprios, a Iniciativa Liberal é uma espécie de “startup política”. Quem o diz é João Figueiredo, que coordena o núcleo de Gondomar, que tem quase 50 membros, e que compara o partido a uma empresa em crescimento em que é preciso “montar a organização, arranjar pessoas, definir atividades, prazos, tentar encontrar mais recursos, é literalmente montar uma estrutura do zero e pôr uma máquina a funcionar”. É como meter uma empresa a trabalhar.

A tentar impor-se no chamado ‘país real’, para lá das redes sociais e dos corredores mediáticos, os responsáveis pela Iniciativa Liberal vão tentando encontrar formas alternativas de garantir essa implantação territorial, evitando mimetizar fórmulas tradicionais usadas por outros partidos.

A sede física é um custo completamente desnecessário“, explica ao Observador Carlos Boto, do núcleo de Coimbra, que esclarece. “Isto é um partido que gere muito bem os seus escassos recursos e tentamos maximizar ao máximo os recursos que temos”, completa João Figueiredo, de Gondomar. “As sedes físicas não são a prioridade e não é a partir disso que estamos a crescer.”

A grande aposta do partido tem sido outra: a plataforma digital Discord,  um software de conversa via texto e áudio, geralmente usado por quem se dedica ao mundo do e-game e dos podcast. A migração para o Discord surgiu, explica Carlos Boto, para responder à necessidade de encontrar uma forma “fácil e simples” de dar a conhecer aos simpatizantes e militantes tudo: o manifesto, as ideias, a organização, o núcleos e “uma base de informação comum e partilhada entre qualquer novo membro”.

“Este modelo possibilita não só o acesso de qualquer membro à solução que está a ser discutida num determinado momento por temas, mas que essa informação seja pesquisável para poder ser utilizada mais tarde”, continua. “O Discord é a solução para todos estes problemas: não é preciso partilhar dados pessoais e permite fazer a gestão de um conjunto de canais distintos agregados no mesmo servidor para que os membros possam participar mediante interesses, conhecimento e vontade”.

Para aceder, é enviado um link e essa pessoa ganha um conjunto de permissões, que podem aumentar à medida que é necessário.  Além disso, a plataforma pode ser usada por qualquer núcleo autonomamente para criar ‘salas’ de discussão de determinados temas e para incluir os membros. Há até a possibilidade de criar “canais externos que são abertos a qualquer pessoa”.

O Discord já está a fazer o seu caminho no terreno. Em Faro, Cláudia Vasconcelos explica que esta plataforma tem servido de espaço para partilha de “documentos, notícias e até algumas páginas de debate mais livre” — a que chamaram “Café do bairro“.

Apesar das limitações tecnológicas identificadas, a vida do partido ainda se faz muito no WhatsApp. “É o meu melhor amigo na IL e o meu pior inimigo para a vida pessoal”, concede a mesma Cláudia Vasconcelos. João Figueiredo, do núcleo de Viseu, reconhece que há uma “atividade brutal” do partido dentro do WhatsApp e que é nesta rede social que se marcam reuniões, que se discute política, temas do dia a dia e até onde se tomam determinadas decisões.

As reuniões oficiais ditam a orientação oficial do partido, mas muita da história do partido e de quem faz parte dele ficam escritas nestas conversas.

As contas (orgulhosamente) certas e a barreira dos três mil

Num partido liberal também nas contas há “descentralização”. João Figueiredo, coordenador de Gondomar, explica a decisão: “A IL acredita na descentralização e em dar mais poder e capacidade de decisão aos diferentes núcleos. Cada núcleo tem uma gestão própria de fundos.”

Como funciona essa gestão? A nível nacional o partido recebe as quotas dos membros e “distribui o formato dessas quotas pelos diferentes núcleos: os critérios são o tamanho dos núcleos e o número de membros”. Uma parte para a nacional, outra para a região na qual o membro está inscrito. Depois, os núcleos têm o dever de se autofinanciarem através de donativos, venda de merchandising ou organização de eventos.

Para uma melhor gestão de todo o processo, cada núcleo tem também contas bancárias próprias: uma para donativos, uma para angariações de fundos e uma para despesa.

Pedro Almeida, de Loures, garante que a gestão local é praticamente autonóma. “Vamos tendo apoio do partido para alguns projetos, mas somos estimulados a procurar financiamento através de donativos de pessoas, de membros. Há independência e autonomia”, explica. Carlos Boto, de Coimbra, corrobora. “Não há imposição por parte da Comissão Executiva sobre qual a melhor forma de localmente nos organizarmos ou os objetivos a atingir.”

Neste momento, a nível nacional, a Iniciativa Liberal vai ultrapassar a barreira dos três mil membros na próxima vaga aprovações. Esta aprovação é um método que está nos estatutos do partido e funciona como o último passo na filiação de novos membros.

Crescer à custa de Mayan

JOSÉ COELHO/LUSA

Os núcleos estão a crescer e os coordenadores não têm dúvidas de que a candidatura de Tiago Mayan Gonçalves à Presidência da República foi uma alavanca para a mensagem liberal. Na visão do partido, toda a dinâmica que envolveu a campanha funcionou como um “boost” — a nível nacional, no primeiro trimestre, o número de membros do partido “duplicou”.

“Em janeiro e fevereiro houve muita gente a procurar-nos, novos membros a entrar. O núcleo tem nove meses e o período de maior crescimento foi nessa altura”, conta Pedro Almeida, que no núcleo de Loures já conta com mais de 50 membros. Todos os coordenadores falam num “grande impulso” e no crescimento de membros nos meses da campanha. João Figueiredo nota ainda que com a candidatura presidencial houve a chegada de membros mais novos porque “os jovens ficaram contagiados com a candidatura e quiseram entrar”.

“O Tiago personaliza a IL, a IL quer passar ideias mais do que passar uma cara conhecida e a força das ideias é tão grande que mobiliza, fica e perdura no tempo”, considera Olga Baptista, fundadora do partido e líder do núcleo de Braga, que contabiliza já mais de 70 membros. Também Ricardo Zamith, cujo núcleo que lidera tem mais de 40 membros (mas será partido em breve devido à formalização do núcleo de Vila do Conde) assume que essa candidatura “fez toda a diferença para ter mais membros”.

“Eu corporizei isso, mas acima de tudo tem a ver com a mensagem, os valores, a proposta da IL ter tido mais uma plataforma e uma oportunidade para se dar a conhecer”
Tiago Mayan Gonçalves, ex-candidato à Presidência da República

Cláudia Vasconcelos lembra que Mayan esteve no Algarve e manteve uma conversa online com pessoas da região e isso teve um impacto no crescimento da IL. “As pessoas estão muito mais interessadas, há muita gente a aproximar-se pela postura do Tiago. De novembro para agora duplicámos o número de membros”, revela.

Tiago Mayan Gonçalves não rejeita os créditos que lhe são atribuídos. “Eu corporizei [uma estratégia que foi acertada], mas acima de tudo tem a ver com a mensagem, os valores, a proposta da IL ter tido mais uma plataforma e uma oportunidade para se dar a conhecer”, realça, frisando que “foi uma grande oportunidade de exposição do partido e das ideias“.

A estratégia para as autárquicas e a “harmonização da marca”

Com duas eleições no mesmo ano, a Iniciativa Liberal procura tirar conclusões das Presidenciais e preparar-se para as autárquicas — com a “consciência” de que são atos eleitorais diferentes e de que “não pode ser feito um decalque”. Em muitos núcleos, as equipas autárquicas ainda não estão fechadas, mas o objetivo da Iniciativa Liberal está traçado há muito tempo: ir sozinho ao maior número de autarquias possível na primeira vez que vai a votos numa eleição destas.

A estratégia para as autárquicas ainda não está finalizada. A Iniciativa Liberal pretende arranjar um slogan nacional, que funcione para todas as zonas do país, mas muito do trabalho vai ser feito no terreno, sendo que há muita comunicação entre núcleos para partilha de ideais. A “harmonização da marca” funciona como em qualquer marca, apesar de se tratar de um partido, para que a comunicação flua e seja reconhecida de Norte a Sul. A ideia é que se for seguida uma fórmula que tem funcionado, é possível “alcançar bons resultados”.

A nível nacional, a IL não estabelece objetivos de números porque há uma diferença de concelho para concelho, mas vários coordenadores já traçaram metas, entre elas alcançar um resultado próximo ou melhor do que nas últimas eleições a que a IL foi a votos, as Presidenciais.

Ricardo Zamith afirma que “haverá um candidato próprio” em Póvoa de Varzim e revela as principais metas do núcleo: “O objetivo é melhorar a percentagem que Mayan conseguiu (4,7%), eleger um deputado municipal e um vereador.” Apesar de admitir que “não é fácil”, Ricardo acredita que “é possível”. Para isso, vai usar todas as armas que tem e a experiência política que adquiriu.

A pré-campanha já começou nas redes sociais da região. “No Facebook temos feito algumas intervenções contra o estilo de liderança que está há décadas” a governar a autarquia. “Tudo o que a IL defende é o contrário do que está a ser feito” e “torna-se algo fácil criticar construtivamente”, explica o ex-vereador, dando como exemplo a “redução de impostos, nomeadamente o IRS”, em que a IL vai “propor a devolução da taxa de IRS que é cobrada às pessoas [4% no caso do município da Póvoa]. “Propomos ficar com 0, devolver a totalidade às pessoas”, explica.

Em Coimbra, o objetivo também é “ultrapassar a votação local do Tiago” e haverá candidato próprio. Mais do que os números, Carlos Boto refere que o núcleo quer “apresentar ideias diferentes”, liberais e que não costumam fazer parte das campanhas locais. Contudo, o plano ainda está a ser construído.

Cláudia Vasconcelos pensa da mesma forma, dispensa os objetivos concretos e explica que o que se pretende “é ter um plano a médio longo prazo para as autarquias”. “Temos o núcleo de Faro e vários grupos de trabalho e o que está a acontecer é que estamos a tentar puxar pelos grupos de trabalho para sair um bocadinho do normal, porque não vai ser a distribuir canetas e calendários que nos vamos destacar“, refere. A pandemia torna o trabalho “mais difícil” e falta a “ideia brilhante”, mas “está-se a tentar”.

Sérgio Figueiredo diz que a meta em Viseu é “eleger um deputado para a Assembleia Municipal”, sendo esta a única equipa que já está constituída. A composição da lista para a câmara ainda não está completa, mas é certo que haverá “candidato próprio”. “Sabemos que podemos ter algumas hipóteses num ou noutro órgão, mas acaba por ser secundário”, enaltece, ao acrescentar que o “objetivo número um é divulgar ideias”.

Já em Gondomar, João Figueiredo realça que “houve contactos para integrar uma coligação”, mas o núcleo declinou o convite. A decisão foi avançar com uma candidatura própria, mas ainda não é altura de avançar com os objetivos.

"Os liberais não são contra pagar impostos, não são contra o Estado social, a Segurança Social nem consideram que trabalharmos para o empresário é algo minoritário. Toda a gente produz valor e o objetivo do liberalismo é premiar a geração de valor"
Sérgio Figueiredo, coordenador do núcleo de Viseu

A necessidade de desfazer um “mito”

Num partido em que se criou o mito de que só há empresários e jovens empreendedores, poucos ignoram que a imagem que se colou ao partido — e que permitiu alavancar inicialmente a IL — pode tornar-se prejucial e enquistar no lugar de abril.

“A IL tem tudo. Tem de trabalhar para um país que seja verdadeiramente justo, trabalhar para produzir riqueza, ter oportunidade de trabalhar e produzir riqueza para a economia e ver o fruto do seu trabalho (que é refletido em impostos) ser positivo”, explica Sérgio Figueiredo, de Viseu.

É preciso, concluiu, ir “desconstruindo tabus”. “Os liberais não são contra pagar impostos, não são contra o Estado social ou contra a Segurança Social, nem consideram há trabalhos menores. Toda a gente produz valor e o objetivo do liberalismo é premiar a geração de valor”. Resta saber se esta mensagem terá força suficiente para fazer um brilharete nas autárquicas.

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