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Os livros também são para crianças?

A história dos livros para crianças nem sempre foi como a conhecemos. Se hoje oferecemos livros aos mais pequenos, dantes tal não era sequer concebido. Acredita?

Há crianças que não dispensam uma história para adormecer, mas nem sempre foi assim. Na verdade, enquanto hoje os livros para a infância são objetos comuns nas nossas casas e prateleiras, em tempos remotos este tipo de literatura nem sequer existia. Felizmente, a evolução e o conhecimento sobre os benefícios da leitura desde tenra idade fizeram com que se abrisse espaço para o livro na vida das crianças. E vários autores passaram a escrever também histórias para os mais pequenos. Sabia que Guerra Junqueiro e Pinheiro Chagas escreveram histórias para crianças? Se já lhe passou pela cabeça também o fazer e tem uma história pronta na gaveta, não perca mais tempo e candidate-se à 10.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce. Quem sabe se a sua não será a próxima a ser publicada. Só tem até final de 23 de março para o fazer.

A história das histórias infantis

Era uma vez, há muitos anos, um mundo onde não existiam livros para crianças. Este podia ser só um excerto de uma história infantil. Mas era a realidade da literatura para os mais pequenos.

Antigamente, devido à baixa esperança média de vida, a relação dos pais com os filhos não era como hoje. Dizia-se que era para não se criar laços, dado que a morte pairava constantemente. Afinal de contas, a medicina não era tão evoluída e os medicamentos eram escassos ou não existiam. A par de tudo isto, havia ainda a baixa educação (ou nenhuma, nalguns grupos sociais). Como resultado, os livros escasseavam; e se falássemos de literatura infantil, era coisa do futuro.
O aparecimento da literatura infantil relaciona-se com a ascensão da família burguesa, em que a criança passa a ser vista não como um “mini adulto”, mas antes como um ser distinto deste, com características e necessidades próprias.

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Em Inglaterra, por volta de 1400, começa por aparecer uma espécie de cartilha, com textos básicos como a Oração do Senhor ou o alfabeto. Contudo, não eram escritas especificamente para as crianças, apesar de poderem ser utilizadas como elementos didáticos. Só cerca do ano de 1600, a literatura infantil começou por se desenvolver. Ainda que o ensinamento da moral, das boas maneiras e da religião fossem uma constante, já apareciam alguns contos de fadas. Em Inglaterra, a viragem para este tipo de literatura fica marcada pelo livro A Little Pretty Pocket-Book (em tradução livre, Um Pequeno Livro de Bolso), do editor John Newbery. Pela primeira vez, o mercado tinha um livro exclusivamente para crianças. E com direito a brinde: uma bola, se fosse para um menino; ou uma almofada de alfinetes, se fosse para uma menina.

Em Portugal…

No nosso país, a literatura infantil começa a dar os seus primeiros passos no século XIX. Contudo, os livros eram traduções de contos de fadas, sobretudo oriundos de França, sem que existissem livros de origem portuguesa. Muitas destas histórias não cativavam o interesse das crianças, não estimulando assim o gosto pela leitura. Esta passou a ser uma das preocupações da Geração de 70 — os ilustres jovens intelectuais que manifestavam um descontentamento com o estado da cultura e das instituições nacionais da época. É então que, no final do século XIX, autores portugueses começam a escrever também para crianças, não só numa perspetiva didática, mas também de entretenimento. Entre eles, Guerra Junqueiro, Pinheiro Chagas e Adolfo Coelho.

Para além destes nomes, no início do século XX, destaca-se outro nome, no feminino: Ana de Castro Osório. Numa época em que as mulheres não tinham direitos, reivindica o feminismo e defende que homens e as mulheres deveriam não só aliar-se, como terem igual acesso à escola e ao trabalho, assim como os mesmos salários. Para Ana de Castro Osório, o princípio da mudança começava em saber-se ler e escrever, o que raramente acontecia nessa época, em que Portugal era dominado pelo analfabetismo. Para o contrariar, Ana de Castro Osório começou a criar manuais escolares e a escrever livros para crianças, o que lhe garantiu a designação de mãe da literatura infantil portuguesa. Publicou vários volumes de histórias para crianças, como A Comédia de Lili, O Princípio das Maçãs de Oiro ou a coleção “Para as Crianças”. Foi também responsável pela tradução de contos infantis, como os dos irmãos Grimm.

A literatura infantojuvenil começa, então, a ganhar espaço em Portugal. Mas foi apenas em 1930 que atingiu o seu apogeu. É também a partir desta época que começa a aproximar-se dos moldes que hoje em dia lhe conhecemos.

Já no primeiro quartel do século XX, além dos livros infantis, surgem jornais cujo público são as crianças. Alguns são suplementos aos periódicos dos adultos, outros são independentes. Exemplos destes jornais são o ABCzinho, Notícias Miudinho, Sr. Doutor, O Papagaio, O Mosquito ou O Gafanhoto.

Porém, durante o período do Estado Novo (entre 1933 e 1974), os livros infantis deixaram de ter tanto um carácter lúdico, sendo utilizados, muitos deles, com um objetivo moralizador. Adolfo Simões Müller, escritor e jornalista ligado ao regime em vigor, foi exemplo disso. Contudo, não nos podemos esquecer que muitos outros escritores de literatura infantil existiam e conseguiram separar a sua arte dos objetivos do regime vigente.

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Grandes autores para gente pequena

Se lhe pedíssemos para indicar um autor de livros infantis, qual o nome que lhe ocorreria? São vários os autores que hoje podemos ler às nossas crianças, com histórias adaptadas às suas idades. Uns mais clássicos, como os Irmãos Grimm, Charles Perrault (quem não leu O Capuchinho Vermelho, O Gato das Botas ou mesmo A Bela Adormecida?) ou o famoso Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol; outros mais recentes, como os portugueses Maria Alberta Menéres, António Torrado, Matilde Rosa Araújo, Alice Vieira ou Sophia de Mello Breyner Andresen.

Atualmente, os livros são considerados essenciais para “alimentar” o cérebro de todas as idades, havendo cada vez mais iniciativas para estimular a leitura, sobretudo junto dos mais novos. É o que faz o Pingo Doce, com o seu compromisso de democratizar o acesso aos livros e estimular, desde cedo, hábitos de leitura em família. No âmbito deste compromisso, nasceu um prémio que este ano assinala a sua 10.ª edição: o Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce.

Um prémio que dá vida a novos talentos

Se gosta de criar as suas próprias histórias para contar aos mais novos, porque não partilhá-las com uma audiência mais alargada? Já imaginou ter o seu livro infantil publicado e lido como aquela história que muitas crianças leem antes de se deitarem? Então tire o rascunho da gaveta onde o guardou (ou passe a computador a história que tem na cabeça) e candidate-se ao Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce, que visa fomentar a criatividade artística e literária, bem como o aparecimento de novos autores nas áreas da escrita e da ilustração. Só tem até ao final desta quinta-feira, 23 de março!  Se vencer a fase de texto da 10.ª edição deste prémio, além de ver o seu livro publicado, ainda ganha 25 mil euros.

Desde a sua primeira edição, o Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce já revelou 18 novos talentos na área da escrita e ilustração, com nove livros publicados e lidos por milhares de crianças. Será que o seu é o próximo ?

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