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MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

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Paulo Cafôfo: "PSD usa fragilidade dos nossos conterrâneos da Venezuela como arma política"

Em entrevista ao Observador, Paulo Cafôfo acredita que pode liderar uma "geringonça" madeirense e não exclui nenhum partido. Nem o CDS. O alvo a abater é só um: o PSD de Miguel Albuquerque.

Reportagem na Madeira

Segundo as sondagens, o candidato do PS às eleições regionais da Madeira está longe de conseguir vencer mas pode ser o responsável por terminar com a maioria absoluta do PSD na região, 43 anos depois. E mesmo perdendo, ainda pode haver espaço para uma maioria de esquerda no Parlamento regional, embora os últimos estudos de opinião mostrem uma descolagem do PSD. Paulo Cafôfo mostra-se confiante e quer ser o rosto da mudança. “Uma mudança serena”, acautela. De capacete debaixo do braço, encontra-se com o Observador num café bem no centro do Funchal. Durante trinta minutos evitou falar do cenário de derrota e está pronto para entender-se com qualquer partido desde que isso sirva para arredar o PSD do poder. Afinal, o que fará no day after das eleições?

Acordos? “Não excluo ninguém, exceto o PSD”

O PS nunca esteve tão perto de conquistar a presidência do Governo regional da Madeira como nestas eleições. As sondagens chegaram a mostrar uma luta taco a taco entre PSD e PS e deixam antever que não haverá uma maioria absoluta de um só partido. Se desta vez o PS não chegar lá é a prova provada de que o partido na Madeira está condenado a ocupar o lugar da oposição?
Não há condenações na História. E eu acredito que o PS tem feito aqui um percurso exemplar e que vamos ganhar as eleições. E eu estou preparado para ser o próximo Presidente do governo Regional. Esta nova página, esta viragem que se está a verificar na história da ilha e do arquipélago deve-se muito a um trabalho que tem sido feito por parte do Partido Socialista. Começámos com os Estados Gerais, com uma abertura à sociedade civil, congregando pessoas como nunca tinha acontecido na história da região. Fomos o partido que mais se abriu, juntando vontades, pessoas e quadros que vieram dar corpo a este projeto que estamos a construir para a Madeira.

Noto que está confiante. Mas há a possibilidade de perder estas eleições. Se assim for, manter-se-á como líder da oposição na Assembleia Regional?
Estou convencido de que serei o próximo Presidente do governo Regional. Portanto, para mim, esse é o cenário. Tem havido uma onda crescente de entusiasmo por parte das pessoas que acreditam na mudança e eu tenho a responsabilidade de fazer esta mudança histórica. Não faço futurologia. Sou uma pessoa de diálogo e de convergência e estarei preparado para, após as eleições e com os resultados que o povo decidir, poder garantir uma estabilidade política. O nosso programa acaba por ser a base para um entendimento. Isso é fundamental, porque a mudança que nós pretendemos para a região é uma mudança serena, tranquila. Não será o fim do mundo na Madeira depois do dia 22 de setembro.

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(MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR)

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Falemos então desse cenário. O Bloco de Esquerda já se mostrou disponível para um entendimento com o PS. Foi, aliás, pela voz da própria Catarina Martins, no passado sábado, que o BE deu esse sinal. É o primeiro partido com quem vai procurar dialogar no pós-eleições?
Não estou preocupado com o Bloco de Esquerda ou com outras forças políticas. Estou preocupado em ganhar as eleições e em formar governo.

Mas falou de diálogo e a questão aqui é perceber se tem preferência por negociar à esquerda ou à direita.
Tenho preferência por ganhar as eleições. Não faço previsões nem arranjos eleitorais. O que as pessoas querem é que haja um projeto político que possa ser ganhador, que possa representar a diferença e que possa fazer melhor pelos madeirenses. E eu quero fazer melhor pela Madeira, pelos madeirenses e pelos porto-santenses. A minha prioridade é melhorar a qualidade de vida das pessoas depois de 43 anos do mesmo poder que esgotou a sua capacidade governativa e a de resolver os problemas. Precisamos de ter uma região forte, desenvolvida, unindo os madeirenses. Para isso estamos dispostos a dialogar com todos os partidos que aceitem este pressuposto de virar de página.

Então não exclui ninguém?
Não excluo ninguém, exceto o PSD.

Só exclui o PSD?
Obviamente, porque o PSD foi quem nos trouxe até este ponto e é um partido do qual nós somos alternativa. Não faria qualquer sentido.

"Houve uma ilusão que se criou: a de que o PSD de Miguel Albuquerque seria a alternativa ao PSD de Alberto João Jardim. A verdade é que a renovação não renovou e nós continuamos com os mesmos problemas"

Mas presumo que tenha lido os programas dos seus adversários. Não consegue identificar com qual é que há mais convergência?
Todos os partidos têm tido e têm questões com que concordo e outras de que discordo em termos de conteúdos programáticos. Todos têm coisas positivas nos seus programas. A meu ver, o do PS tem de ser a base de entendimento para haver pontes.

Como eventual líder de um governo minoritário, preferia contar com acordos escritos de incidência parlamentar, coligações de governo ou negociar caso a caso com os diferentes partidos?
Preferia, em nome da estabilidade política que defendo, acordos de incidência parlamentar. A democracia funciona e funcionará com os resultados eleitorais, com aquilo que será o peso político com assento parlamentar e é na Assembleia Regional que eu quero negociar acordos para podermos governar em estabilidade e mudar a Madeira.

Para que fique claro, prefere acordos parlamentares e não uma coligação de governo.
Sim, a minha preferência é fazer acordos de incidência parlamentar. Creio que seria o melhor caminho.

Qual foi o maior erro da governação de Miguel Albuquerque?
Houve uma ilusão que se criou: a de que o PSD de Miguel Albuquerque seria a alternativa ao PSD de Alberto João Jardim. A verdade é que a renovação não renovou e nós continuamos com os mesmos problemas que tínhamos na altura do jardinismo.

Que são quais?
A região continua com graves problemas de desemprego. Somos a segunda região do país com a taxa mais alta. Nos últimos oito anos, 14 mil madeirenses emigraram, grande parte deles jovens que não tiveram oportunidade na sua terra. E esta é uma situação que tem de ser invertida com investimento em setores tradicionais, como a agricultura e o turismo, mas também inovando em setores como o da Economia do Mar. Mas há ainda outro problema, a questão da Saúde.

“Miguel Albuquerque recusou usar a autonomia para melhorar modelo de mobilidade”

Um dos problemas de que os madeirenses mais se queixam tem a ver com as passagens aéreas para a ilha. No conselho de administração da TAP encontra-se o ex-secretário de estado do Turismo do PS, o madeirense Bernardo Trindade. O governo central é do PS. Se até agora Governo e TAP nada fizeram para alterar esta situação, porque devem os eleitores acreditar que é com o candidato do PS ao Governo regional da Madeira que a situação vai mudar?
Este modelo que está vigente foi criado por Miguel Albuquerque e Passos Coelho em 2015. Portanto, os pais deste modelo de mobilidade são o PSD e o PSD-Madeira. Depois, em segundo lugar, António Costa procurou resolver este problema dando à região a possibilidade de definir o seu próprio modelo. Disse o seguinte: se este modelo não serve, então a Madeira que desenhe e proponha um novo modelo. O governo regional e Miguel Albuquerque recusaram usar a autonomia para melhorar esse modelo enquanto o Estado fez o que tinha de fazer para assegurar a mobilidade dos residentes com o continente.

(MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR)

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Portanto, o que António Costa fez foi dizer “apresentem vocês uma nova proposta”. Não foi uma proposta em que tenha sido parte ativa.
António Costa assegurou o financiamento e repare: para a Madeira e para os Açores são gastos 70 milhões de euros anualmente. E o que António Costa fez foi dizer à Madeira para usar a sua autonomia e propor um novo modelo.

E o que é que defende então o PS-Madeira?
Temos de aperfeiçoar este modelo. E isso começa por garantir que os madeirenses não adiantem o valor total da viagem.

Na página 35 do seu programa, fala de “rever o modelo do subsídio de mobilidade”, mas não dá uma solução fechada para o problema. Porquê?
Esta questão tem de ser vista no âmbito da continuidade territorial. E aí temos a questão aérea e a marítima. Queremos incluir estas duas saídas da ilha debaixo do mesmo chapéu. É por isso que também propomos a existência de um ferry que faça a ligação a Lisboa durante todo o ano. Precisamos de acertar com outras forças políticas este modelo de mobilidade sob o chapéu da continuidade territorial.

“PSD usa fragilidade dos nossos conterrâneos da Venezuela como arma política”

Outro dos temas que têm marcado a campanha tem a ver com a questão da comunidade luso-venezuelana, que aumentou na Madeira nos últimos anos por via do regresso de emigrantes à ilha. Muitos membros dessa comunidade, estima-se que até quatro mil, podem vir a votar nestas eleições. Como pode uma comunidade que deixou a Venezuela desiludida com o socialismo bolivariano votar no Partido Socialista? Como espera convencê-los?
O socialismo bolivariano não é o socialismo português, o socialismo democrático. Aliás, nós temos um governo socialista na república e não é igual ao da Venezuela, assim como temos um governo socialista nos Açores e não é igual ao da Venezuela. Essa narrativa, que tem sido proferida por parte do PSD, é desonesta e tem como objetivo confundir as pessoas. Convencê-las de que o nosso socialismo democrático é o mesmo da Venezuela.

Mas ter “socialista” no nome do partido não pode ser suficiente para afastar esses eleitores?
Quando se tenta fazer política de uma forma desonesta isso acontece. Deixe-me dizer que eu jamais irei utilizar a fragilidade dos nossos conterrâneos da Venezuela como arma política. De todo.

Está a insinuar que é isso que o PSD está a fazer?
Não estou a insinuar. Estou a afirmar que isso acontece. É um aproveitamento dessa fragilidade para retirar dividendos políticos. As pessoas já vêm de uma situação muito complexa, de um país que infelizmente não está a ter a liderança e a governação que se exigia a um país daquela dimensão e com a riqueza que tem.

Tem estado com esta comunidade?
Sim, completamente.

A campanha socialista não tem passado muito por aí.
Eu tenho estado com esta comunidade e tenho uma enorme recetividade junto desta comunidade. O que eu não faço é usá-los. O PSD e o CDS colocaram pessoas luso-venezuelanas como candidatos para serem quase um isco para a comunidade venezuelana. Aquilo que se deve fazer é integrar estas pessoas na sociedade e na economia. Falamos deles como venezuelanos quando na verdade são portugueses. E é como portugueses que devem ser tratados.

"O PSD e o CDS colocaram pessoas luso-venezuelanas como candidatos para serem quase um isco para a comunidade venezuelana. Aquilo que se deve fazer é integrar estas pessoas na sociedade e na economia"

Outra questão que também tem estado a marcar a campanha é a necessidade de construir um novo hospital no Funchal. É uma necessidade reconhecida por praticamente todos os partidos. O PS é um dos mais ambiciosos, garantindo que se for Governo o constrói em cinco anos. É viável?
Em termos de investimento público, a Madeira mudou. E respeito muito o que foi feito no passado. Mas é impressionante que no meio de tanto betão e durante tantos anos não tenha havido disponibilidade orçamental nem projetos para construir um novo hospital.

É uma questão de prioridades?
É. Este hospital tem de sair do papel. Nem as expropriações de terrenos para a construção estão sequer concluídas.

Por isso é que pergunto como é que pretende fazer isto em cinco anos.
Com a tal vontade política que é necessária. A saúde da região tem de dar uma volta. Neste momento não está garantido o acesso universal à saúde e há uma falta de confiança das pessoas da região em relação à saúde, assim como existe uma grande desmotivação dos profissionais. O hospital assume um caráter central para a resolução dos problemas. A garantia que posso dar é que isto será uma prioridade. Vamos fazer tudo e arregaçar as mangas para colocar no terreno este hospital no prazo que estabelecemos, que é perfeitamente viável.

(MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR)

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“Miguel Albuquerque recorre a autonomia infantil, de birra, de gritaria”

O seu slogan é “coragem para mudar”. Vai ter coragem para ter voz grossa e bater punho no diálogo com um governo liderado por António Costa?
A questão que coloca é importante porque tem a ver com o relacionamento da região com a República. E aquilo que tem existido aqui não é um relacionamento saudável, o que não beneficia ninguém.

Consigo será diferente?
Será claramente diferente. O que existe agora é uma guerrilha permanente, é até o evocar de uma autonomia infantil, de birra, de gritaria do Funchal para Lisboa, com a finalidade do PSD-Madeira de não resolver os problemas.

Aquilo que está a dizer é que quando Miguel Albuquerque levanta a voz a António Costa é uma questão de birra e não de autonomia?
Nunca vi Miguel Albuquerque levantar a voz contra Passos Coelho, nem quando a Madeira foi obrigada a agachar-se perante Lisboa para assinar o plano de assistência financeira.

Isso terá muito a ver com o facto de os dois serem do mesmo partido e a questão era precisamente essa. Se eventualmente Paulo Cafôfo e António Costa vencerem as respetivas eleições, que garantia pode dar de que não será um diálogo menos firme por parte do governo Regional?
Os madeirenses não querem tricas políticas, querem alguém que resolva os problemas. Tem de haver uma solidariedade nacional e para isso é preciso uma articulação que se faça de forma responsável. Se queremos ter respeito temos de nos dar ao respeito, duma forma firme. Há uma coisa que eu reconheço: Lisboa é sempre centralista e tem-no sido sempre. A autonomia tem de resolver os nossos problemas, não pode servir para esconder a incapacidade de os resolver.

Nunca vi Miguel Albuquerque levantar a voz contra Passos Coelho, nem quando a Madeira foi obrigada a agachar-se perante Lisboa para assinar o plano de assistência financeira"

E porque é que os eleitores devem acreditar nessas palavras? Também garantiu, quando se candidatou à Câmara Municipal do Funchal, que cumpriria o mandato até ao fim. No entanto, ei-lo aqui a disputar as eleições regionais depois de ter renunciado ao cargo… Se aí não cumpriu a sua palavra, porque é que agora irá cumprir?
Precisamente por essa razão. Esta governação do PSD tem sido efetivamente desastrosa. E foi esse desastre e essa desilusão com esta renovação que não aconteceu que levou a que os madeirenses e em particular os funchalenses apelassem a que eu avançasse. Eu não podia virar as costas às pessoas quando me pediram para avançar e para dizer presente.

Então quando disse que ia chegar ao fim do mandato era porque estava iludido?
Não, não, não. Nesta dialética política há muito ruído e eu assumo aquilo que disse. Agora, também assumo que as pessoas fizeram um apelo para que eu pudesse avançar porque veem em mim a pessoa certa para governar esta região. E foram esses apelos que eu segui.

Depois do péssimo resultado que o PSD teve na Madeira nas eleições autárquicas de 2017, Miguel Albuquerque procedeu a algumas remodelações no governo e na sua entourage política. Vimos Alberto João Jardim a aparecer…
Desculpe, mas não vi Alberto João Jardim a aparecer. Apareceu no congresso e manifestou a sua vontade de participar. Mas depois eclipsou-se. Portanto, alguma coisa se passa no PSD para não conseguirem que o seu líder histórico esteja neste momento decisivo para a região a participar na campanha para manter o PSD no poder.

Mas houve uma reconciliação com o Jardinismo. Até nas palavras que Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque proferem um sobre o outro.
O Alberto João Jardim teve o seu papel num determinado contexto histórico. Miguel Albuquerque tenta agora utilizar a narrativa de Alberto João Jardim. Só que Miguel Albuquerque não é Alberto João Jardim. O Presidente do governo Regional não soube sair do passado e nós precisamos de futuro. E o futuro só se faz com outras caras e outra energia.

(MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR)

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Desde essas autárquicas de 2017, o PSD tem vindo a crescer nas sondagens e nas mais recentes já surge à frente do PS, algo que nessa altura não parecia possível. Perdeu o seu momento?
Não, de todo. Aliás, o meu momento e o de todos os madeirenses e porto-santenses é já no próximo dia 22 de setembro. Confio que vamos ganhar. Tenho uma espécie de sensor que me diz que vamos ganhar e formar governo.

Será uma desilusão se não vencer?
Acima de tudo será uma desilusão para tantos madeirenses. Mas como eu não acredito que isso vá acontecer não haverá essa desilusão.

“Miguel Albuquerque é uma desilusão”

Para terminar, tenho um pequeno desafio para si. Vou pedir que caracterize com apenas uma palavra os seguintes políticos: Miguel Albuquerque.
Desilusão

Alberto João Jardim.
Passado.

António Costa.
Melhor primeiro-ministro.

Rui Rio.
Desilusão.

Marcelo Rebelo de Sousa.
Um grande presidente.

Paulo Cafôfo.
Futuro presidente.

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