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Ao fim de 17 jornadas, Schjelderup é o melhor marcador da liga dinamarquesa, com 10 golos

FrontzoneSport via Getty Images

Ao fim de 17 jornadas, Schjelderup é o melhor marcador da liga dinamarquesa, com 10 golos

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Como joga Schjelderup, o jovem que o Benfica não quer deixar fugir e vai ser a "figura da Noruega"

Com o especialista em scouting, Sérgio Cecílio, olhamos para as qualidades e defeitos do jovem extremo de 18 anos do Nordsjælland que tem sido apontado ao clube da Luz a troco de 14 milhões de euros.

Bastam poucos minutos a assistir um jogo do Nordsjælland da Liga Dinamarquesa para se perceber porque é que Roger Schmidt deseja ter Andreas Schjelderup no plantel do Benfica. Quando o jogo se aproxima, o jovem extremo norueguês de 18 anos recebe-o de braços abertos.

“É um daqueles jogadores que parece que ganham vida quando têm a bola. Tem condições para se impor no Benfica, mas tenho a impressão de que pode não ser já. Se não estiver bem nos primeiros jogos, não o crucifiquem ali no Estádio da Luz, porque ele capacidade e potencial tem bastante”, descreve Sérgio Cecílio, coordenador de scouting do Køge, clube do segundo escalão do futebol dinamarquês, que ajudou o Observador a analisar as qualidades e defeitos de Schjelderup, jogador que tem sido associado ao Benfica. “Vai ser uma das figuras da seleção da Noruega juntamente com o Haaland e com o Odegaard”, acrescenta.

Sérgio Cecílio alerta para a idade e para o contexto de onde o jogador é proveniente. “Vem de um ambiente que estar em 1.º ou em 5.º é a mesma coisa. A pressão é zero. O Campeonato dinamarquês é uma coisa e o Campeonato português e, especificamente, o Benfica, são outra”, atira. E exemplifica: “Na Dinamarca, o Nordsjælland, se perder, não faz mal. ‘Ganhamos para a semana’. É assim a mentalidade”.

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Andreas Schjelderup

Data de nascimento: 1/6/2004 (18 anos)

 

Nacionalidade: Norueguesa

 

Clubes anteriores: Bodø/Glimt (Noruega) e Nordsjælland (Dinamarca)

 

Posição: Extremo-esquerdo; segundo avançado

 

Altura: 1,76 m

 

Pé preferencial: Direito

A origem do jogador não é apenas um dado para completar o bilhete de identidade. Andreas Schjelderup nasceu na Noruega, em Bodø, e foi no Bodø/Glimt que o Nordsjælland o encontrou. O olheiro português na Dinamarca identifica um característica do jogador que deriva da sua origem. “Os jogadores nórdicos não levantam problemas disciplinares, nunca. São muito profissionais. O Schjelderup tem muito profissionalismo e uma mentalidade ganhadora, por isso, pode adaptar-se bem a Portugal. Sei que se passa qualquer coisa coisa com o Benfica e com o Enzo por ter viajado para a Argentina na passagem de ano. Um jogador nórdico, se não puder ir, não vai. Nesse aspeto, nunca trazem problemas”, garante.

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Schjelderup é um extremo que atua preferencialmente a partir da esquerda. No entanto, também pode desempenhar o papel de segundo avançado. Isto significa que, no 4x2x3x1 em que Roger Schmidt normalmente monta o onze do Benfica, o norueguês mostra-se mais apto a ocupar as posições de João Mário no flanco esquerdo ou de Rafa Silva nas costas do avançado. “O Schjelderup é um jogador que gosta de ter a bola no último terço. É extremamente inteligente. Tem uma visão de jogo muito forte. Por vezes, parece que desacelera o jogo para atrair os adversário e, depois, fazer o passe de morte ou então fazer golos”, analisa Sérgio Cecílio, acrescentando também que o jovem “é muito forte no drible e no controlo de bola, joga com os dois pés, tem muita criatividade” e, deste modo, “é o jogador certo para o Benfica”.

"Se não estiver bem nos primeiros jogos, não o crucifiquem ali no Estádio da Luz, porque ele capacidade e potencial tem bastante".
Sérgio Cecílio

O norueguês não tem por hábito participar na fase de construção do jogo do Nordsjælland, o que lhe permite esperar esperar pela bola em zonas mais adiantadas do campo, tendo mais relevo no processo de criação do jogo da equipa dinamarquesa. Nesse sentido, tirando partido da qualidade técnica, mesmo recebendo de costas para a a baliza contrária, consegue orientar-se para a defesa e feri-la, tal como se pode ver no vídeo partilhado pelo líder do Campeonato da Dinamarca. É por atuar perto da última linha dos adversários que consegue colocar-se em situações situações de finalização com frequência. Ao fim de 17 jornadas, leva já 10 golos, 0 que faz do norueguês o melhor marcador do Campeonato.

“Ele é mais forte ao nível de criação, de abrir espaço para ao outros através da contemporização. Às vezes, a equipa está a acelerar e a bola chega a ele e parece que para, mas para por uma questão de inteligência. Não é parar, porque não lhe apetece correr ou não lhe apetece jogar. Para, vê o espaço e depois cria outra vez”, descreve Sérgio Cecílio. Desta ideia, revela-se outro ponto forte do jogador: a condução de jogadas de transição ofensiva. Schjelderup é veloz a conduzir a bola e estabelece bem como e em que momento definir a as jogadas. Uma característica que pode não ter oportunidade de utilizar no Benfica, visto que os encarnados jogam quase sempre, em Portugal, contra adversários em bloco baixo, existindo poucas oportunidades para desenvolver jogo em campo aberto.

Como um jogador de 18 anos nunca é um projeto acabado, Sérgio Cecílio aponta as maiores lacunas de Schjelderup. “Talvez a força física, porque ele é um jogador baixo e com pouco peso. Mas uma coisa garanto: os jogadores da Primeira Liga da Dinamarca aguentam mais cargas do que os da Primeira Liga portuguesa, portanto, até nisso se pode adaptar. Na Dinamarca, temos um terço das faltas que temos aqui. Tudo o que seja só usar a força física, desde que os jogadores não usem braços, os árbitros não marcam faltam”, indica.

Umas das principais mudanças que Roger Schmidt implementou no Benfica foi o recurso à pressão alta na saída de bola dos adversários, algo para o qual Schjelderup não tem particular apetência. “Ele não é tão forte nesse aspeto, porque nunca foi treinado para tal. A pressão não me parece realmente ser o forte dele. No entanto, poderá vir a ser um bocadinho mais agressivo, pois os nórdicos, na sua essência, são agressivos”, aponta o especialista em scouting.

Sérgio Cecílio chegou a indicar o jogador a “alguns clubes europeus e a outro clube português”, que não o Benfica. Uma das equipas que recebeu a recomendação foi o Panathinaikos, da Grécia. Neste momento, Sérgio considera que “Schjelderup já está num nível superior ao Panathinaikos”. O membro do staff técnico do Køge considera que ir à equipa B dos encarnados não é benéfico para o extremo.

“Ele já tem três anos de futebol sénior. Não me parece que seja proveitoso quando ele já está a jogar num clube que está no topo da Primeira Liga da Dinamarca. O Schjelderup está prestes a ir à seleção principal da Noruega. Acho que mais valia estar no plantel principal. Mesmo que só vá entrando, era muito mais benéfico para o Benfica e para o jogador”, explica. Sendo que, se mantiver o ritmo de desenvolvimento, o negócio que pode custar 14 milhões de euros aos cofres encarnados (10 pela transferência, quatro por objetivos) o investimento do clube da Luz vai compensar no futuro.

“Se o Schjelderup continuar a evoluir desta maneira vai valer mais do que isso”, assegura o português que também acumula funções de diretor desportivo no clube treinado por Daniel Agger, colocando os olhos numa futura transferência ainda que “jogar no Benfica e na Liga dos Campeões já seja muito bom”.

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