Ninguém consegue prever o futuro. Muito menos quando a realidade parece ir além da ficção. Quem poderia calcular o surgimento da COVID-19? Ou o desencadear de uma guerra na Europa? Não é possível antecipar acontecimentos como estes. Mas é possível estar preparado para a mudança e saber tirar o melhor partido dela. É isso que distingue as empresas “Fit for the Future”. Será que a sua é uma delas?
Após ter identificado as empresas, em 10 países, que estavam mais bem preparadas para o futuro, a Vodafone, em conjunto com a London School of Economics (LSE) e a B2B International, analisou como é que se estavam a adaptar aos novos desafios, sobretudo após a pandemia. E, assim, surge um conceito que pretende servir de exemplo para os negócios que ainda não conseguiram adaptar-se à mudança. O que significa, então, estar “Fit for the Future?”. Segundo o estudo internacional “Fit for the Future, 2021 Report”, realizado pela Vodafone, LSE e B2B International, “são os negócios que vingaram e evoluíram ainda mais em relação ao ano passado”, que “enfrentaram os desafios com coragem e estão preparados para progredir”. E o que distingue estes negócios? Têm “a sustentabilidade no seu ADN”, conseguem adaptar-se com facilidade, são os primeiros a utilizar “tecnologias transformadoras” e “a aproveitar as oportunidades que surgem”. No fundo, são negócios que não se limitam a reagir à mudança: fazem dela uma vantagem.
Se já está a fazer a sua própria avaliação para perceber se a sua empresa está a este nível, tome nota – estas são as principais características de uma empresa “Fit for the Future”: têm uma atitude positiva em relação à mudança; uma boa recetividade às novas tecnologias; prepararam planos para a transformação do negócio assentes nas novas tecnologias; adotaram estratégias abrangentes para o futuro ,que são “documentadas, específicas, financiadas e medidas”; estão a par das novas tendências e são recetivas à ajuda de novos líderes, tendo ainda uma capacidade de adaptação e de resposta superior à das concorrentes. Todas estas características fizeram com que estas empresas estivessem bem mais preparadas para uma crise, por mais imprevisível que fosse – como a pandemia de COVID-19.
Em Portugal, a maioria das empresas considera que a digitalização passa pela adoção de soluções tecnológicas que permitam o crescimento da empresa no mercado ou que melhorem a experiência do cliente. É o que conclui o estudo “Digitalização, a realidade portuguesa”, realizado pela Vodafone, que teve por base 1544 entrevistas realizadas a decisores da digitalização nas empresas em Portugal.
36 %
dos inquiridos, diz que a digitalização passa pela adoção de soluções tecnológicas que permitam o crescimento da empresa no mercado
35 %
dos inquiridos, diz que a digitalização passa por melhorarem a experiência do cliente
Quanto a possíveis benefícios, apontam a possibilidade de ter novos clientes, uma maior eficiência nos processos e uma melhor gestão do tempo e rapidez, por exemplo, na resposta a reclamações.
73% das empresas procuraram/implementaram novas soluções tecnológicas. No entanto, apenas 7% dos decisores inquiridos já implementaram por completo um plano para a digitalização. A maioria fez algumas alterações – ou planeia fazer – mas não tem qualquer plano definido. As que mais progridem nesta matéria são as empresas de maior dimensão e as pequenas e médias empresas (PME). Já as micro empresas e os empresários em nome individual ficam mais atrasados no que diz respeito à introdução de novas tecnologias. Um terço das empresas aponta os custos elevados como o principal obstáculo à digitalização, seguido do know-how, ou seja, a oferta existente no mercado e a qualificação dos funcionários.
17 %
dos inquiridos, os benefícios da digitalização passa pela angariação de novos clientes
15 %
dos inquiridos, os benefícios da digitalização passa pela eficiência nos processos
14 %
dos inquiridos, os benefícios da digitalização passa por dar maior resposta a reclamações
Os serviços digitais mais utilizados são as soluções de produtividade – como as ferramentas da Google e Microsoft – e videoconferência – uma tendência que poderá ser justificada pela pandemia e pelo teletrabalho. O e-commerce e a big data são as menos utilizadas e as que despertam menos interesse às empresas portuguesas.
71 %
dos inquiridos utilizada como soluções de produtividade as ferramentas da Google e Microsoft
56 %
dos inquiridos utilizada como soluções de produtividade: ferramentas de videoconferência
Quando a análise recai sobre o nível de digitalização dos fornecedores, o destaque vai mais uma vez para as grandes empresas e para as PME. A maioria considera que os seus fornecedores são tão digitalizados quanto elas. No entanto, as empresas mais pequenas acreditam que estão mais bem posicionadas do que os seus fornecedores.
O estudo conclui ainda que o que mais preocupa as empresas é a situação económica do país. 70% tem esta preocupação em mente. Em segundo lugar, vem a rentabilidade do negócio. Apesar disso, 64% dos inquiridos estão otimistas em relação ao futuro, em particular, os decisores das grandes empresas.
70 %
dos inquiridos, estão preocupados com a situação económica do país.
47 %
dos inquiridos, estão preocupados com a rentabilidade do negócio
64 %
dos inquiridos estão otimistas em relação ao futuro.
82 %
dos que estão optimistas, são decisores das grandes empresas
Tendo em conta o estado da digitalização das empresas portuguesas, será que acompanham a tendência internacional? Existem empresas portuguesas “Fit for the Future” ou ainda há um longo caminho a percorrer? E como é possível chegar lá? Henrique Fonseca, administrador da área de Negócio Empresarial da Vodafone Portugal, descodifica alguns dos caminhos em entrevista ao Observador.