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Sophia Kianni. “Querem que as pessoas sintam que são elas que poluem e não as petrolíferas. Já não caímos nesses truques”

Aos 21 anos, Sophia Kianni, fundadora de uma ONG com nove mil voluntários que traduz informação ambiental para mais de cem línguas, é a mais jovem conselheira da ONU para as alterações climáticas.

Tudo começou quando não conseguiu ver estrelas no céu de Teerão. Aos 12 anos, Sophia Kianni, norte-americana de ascendência iraniana, ficou chocada com a poluição atmosférica no país dos seus antepassados – e inda mais com o desconhecimento da família em relação às alterações climáticas. Ao pedir à sua mãe para a ajudar a traduzir textos científicos de inglês para farsi, lançou a semente do que viria a ser a Climate Cardinals. Fundada em 2020, a Organização Não Governamental conta com 9500 voluntários de sessenta países e ferramentas de inteligência artificial para traduzir informação científica sobre o clima para cerca de cem idiomas.

Ainda universitária em Stanford, na Califórnia, foi apontada por António Guterres como a mais jovem conselheira da ONU para questões climáticas. Desde então, a sua notoriedade não tem parado de crescer: está entre as trinta pessoas com menos de trinta anos mais influentes do mundo para a revista Forbes, já se reuniu com governantes de quarenta países e foi recentemente apontada como representante do Comité Jovem do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP).

Sophia desvaloriza o peso individual nas emissões globais de dióxido de carbono. Defende que são as multinacionais petrolíferas e de gás que devem ser responsabilizadas  e que os decisores mundiais devem atender à pressão da sua geração para implementar rapidamente uma transição energética para fontes renováveis. Entre conferências e colóquios, faz questão de se divertir como qualquer outra jovem da sua idade, embora diga que ainda não teve tempo para celebrar os seus feitos precoces. Numa conversa telefónica de 40 minutos a partir de Nova Iorque, na véspera da participação na conferência We Choose Earth Tour’23, organizada pela EDP em Madrid, Sophia explica como se tornou numa das mais promissoras figuras na luta pelo arrefecimento do planeta mesmo antes de terminar os estudos.

Tem 21 anos e já é uma das figuras mais importantes da sua geração na luta contra as alterações climáticas. Quando e como é que essa preocupação surgiu?
Foi numas férias de verão no Irão, o meu país de origem. Estava no sexto ano, tinha uns 12 ou 13 anos. Na capital, Teerão, percebi que a poluição atmosférica era enorme. Desde criança, costumo observar as estrelas com o meu pai, que é cientista. Mas ali não dava para ver nada. Apesar do céu limpo, havia uma neblina a tapar as estrelas e eu achei aquilo assustador. Fui pesquisar e li que a temperatura média no Médio Oriente estava a subir duas vezes mais rapidamente do que no resto do mundo, que havia milhares de iranianos hospitalizados anualmente devido à poluição do ar e que apenas 5% da população sabia o que as alterações climáticas eram. Isso alarmou-me porque tenho muitos tios e primos ali. Os meus familiares estavam na linha da frente.

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Como reagiram os seus pais ao seu alarme?
Eles educaram-me para ter preocupações sociais e ambientais. Apoiaram-me imenso desde o início, ficaram orgulhosos por eu promover a atenção sobre problemas ambientais, principalmente no Irão, onde praticamente não se fala sobre o assunto e onde há imensos problemas de escassez de água, poluição atmosférica, instabilidade política, violações dos direitos humanos. Os meus pais ficaram contentes por eu, desde muito nova, ter colocado luz sobre o que estava a acontecer.

"Os jovens querem mais medidas para travar as alterações climáticas e são os decisores políticos que têm a influência para alterar a forma como os sistemas estão a funcionar"

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De que forma é que, ainda adolescente, decidiu combater um problema tão profundo?
Apercebi-me, primeiro, do desconhecimento dos meus familiares e, depois, da iliteracia geral dos estudantes iranianos em relação a temas ambientais. Falei com a minha mãe para me ajudar a traduzir para farsi diversas informações sobre alterações climáticas. As reações foram surpreendentes. Muitos dos meus familiares ficaram imediatamente preocupados e quiseram saber mais. Senti que os tinha conseguido ensinar. Mais tarde, pensei que se tinha sido capaz de provocar aquele impacto apenas com a ajuda da minha mãe, teria ainda mais se conseguisse criar uma rede de jovens que me ajudasse nas traduções.

Foi assim que nasceu o Climate Cardinals?
Exatamente. A maior parte dos textos importantes sobre alterações climáticas estava em inglês, espanhol, francês e alguns em mandarim. No resto das línguas, havia pouco ou nada. Por exemplo, o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas (UNIPCC) foi publicado nos seis idiomas oficiais da ONU, deixando o conhecimento afastado de mais de metade dos habitantes do planeta. Foi por isso que meti mãos à obra. Queria juntar mais pessoas capazes e motivadas para fazer o que eu já andava a fazer, traduzir e influenciar outros, porque a educação tem de ser a base de qualquer mudança que queiramos operar no plano climático.

Fundou a ONG em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Como?
Enfrentar uma pandemia aos 18 anos não é o cenário mais agradável. Como não podia viajar nem protestar, decidi aproveitar o tempo para multiplicar a rede de voluntários para as traduções e organizar os movimentos. Estava no meu último ano do secundário, a fazer as candidaturas para a universidade. Para não estar no quarto sem fazer nada de especial dediquei-me a acelerar o lançamento do Climate Cardinals e a juntar mais pessoas ao projeto.

Correu bem. Três anos depois, são mais de nove mil voluntários…
É verdade, somos 9.500 jovens voluntários em sessenta países, a traduzir informação científica sobre as alterações climáticas em mais de cem línguas. Tornámo-nos na maior organização ambiental sem fins lucrativos de todo o mundo. Já traduzimos cerca de 1,5 milhões de palavras cruciais relacionadas com o ambiente. Agora estamos a implementar ferramentas de inteligência artifical (IA) na tradução. Com o Translation Hub, da Google, conseguimos em três meses traduzir o mesmo número de palavras que nos primeiros dois anos do Climate Cardinals. As ferramentas de IA têm imenso potencial nas questões climáticas. Podem aprimorar a modelagem climática e aumentar a precisão das previsões, analisar grandes bases de dados e auxiliar na monitorização do desmatamento das florestas.

"A maior parte dos textos sobre alterações climáticas estava em inglês, espanhol e francês. O relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas (UNIPCC), por exemplo, foi publicado nos seis idiomas oficiais da ONU, deixando de fora mais de metade dos habitantes do planeta."

Já teve tempo para celebrar o feito que conseguiu alcançar?
Honestamente, sinto que acordei uma manhã, criei uma plataforma que causou um enorme impacto, mas ainda não senti o seu peso. Foi tudo tão rápido. Nem consegui celebrar os nossos feitos como deve ser. Até porque há constantemente muito trabalho por fazer. O meu maior orgulho é a equipa que construí. São estudantes universitários que se voluntarizam, podiam estar a divertir-se ou a fazer qualquer outra coisa, mas entregam o tempo a esta causa, que consideram prioritária. Ainda há pouco recebi uma mensagem de uma estudante romena a dizer-me que não tinha informação em romeno na escola e que tinha juntado os colegas para fazerem a tradução. Estas coisas são incríveis e o são os meus maiores motivos de satisfação.

Num dos primeiros eventos públicos em que participou, em novembro de 2019, juntou-se em Washington ao movimento Extinction Rebellion num protesto e greve de fome diante do escritório de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. Como é que essa experiência catapultou o seu papel como ativista pela justiça climática?
Participei no primeiro dia de protesto e prossegui a greve de fome durante uma semana, remotamente. Mas eu tinha apenas 17 anos, agora tenho 21. O meu ativismo cresceu imenso entretanto. Naquela altura, não me conseguia envolver no sistema político, não conseguia aceder aos decisores como consigo agora. Felizmente, hoje sinto que tenho voz, e que a minha voz representa também a de milhares de jovens em todo o mundo. Tenho a oportunidade de estar envolvida na procura de soluções devido ao contacto direto que tenho com os legisladores, no âmbito do meu cargo nas Nações Unidas. Quero continuar a ser uma intermediária entre a minha geração e os decisores, porque os jovens querem claramente mais medidas para travar as alterações climáticas e são os decisores políticos que têm a influência necessária para alterar a forma como os sistemas estão a funcionar.

Como é que reagiu quando António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, a nomeou como a mais jovem conselheira para as questões climáticas?
Mudou completamente a minha vida. Nem me apercebi, na altura, quão grande era a responsabilidade e o privilégio. Tinha 18 anos, era tão nova. De repente, estava a apresentar propostas ao John Kerry [Enviado Presidencial Especial para o Clima dos EUA] e a debater com ministros de quarenta países. Levei 400 jovens para a COP26 [Conferência da ONU para as alterações climáticas], escrevemos um manifesto e tivemos a nossa voz ouvida por decisores mundiais. São só alguns exemplos de como essa nomeação mudou tudo para mim.

Crê que a sua geração está melhor preparada para os desafios impostos pelas alterações climáticas do que as gerações mais velhas?
É inegável de que temos mais acesso a informação através da internet e das redes sociais, que representaram uma fonte de conhecimento complementar às escolas. Acho que a minha geração está mais informada. Mas nas gerações anteriores há imensas pessoas que estão a lutar há muito mais tempo que eu, como a Laurence Tubiana ou a Mary Robinson. Estão há décadas a fazer campanha. Se não fossem elas, se calhar a minha geração sabia menos sobre o assunto.

"Não podemos forçar as pessoas a serem perfeitas. É melhor aceitar que somos imperfeitos e viver com isso. Somos todos pessoas com poder para contribuir na resolução deste tremendo problema"

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Conhece pessoalmente Greta Thunberg? Estão completamente alinhadas ou defendem formas diferentes de combate às alterações climáticas?
Acho injusto comparar duas mulheres que se dedicam ao máximo a esta causa. Eu adoro a Greta, acho que ela é uma inspiração, tenho muito respeito por ela e pelo que faz por este movimento. Mas somos duas pessoas diferentes e é natural que tenhamos perspetivas distintas em relação a determinados assuntos. Mesmo jogando na mesma equipa.

Muitas pessoas pretendem ajustar o seu quotidiano a um comportamento ambiental mais responsável, mas não sabem por onde começar. Que conselhos lhes dá?
Mais do que este ou aquele hábito, o mais importante é educarem-se a si próprias e aos outros em questões ambientais. Primeiro, falar com a família, segundo, votar sempre nas propostas favoráveis à proteção do ambiente, e, finalmente, envolverem-se em campanhas e organizações de justiça climática, assinar petições, serem ativos. No meu dia-a-dia, só compro roupa em segunda mão, para não apoiar a indústria de fast fashion. Também tenho uma alimentação quase 100% constituída por vegetais e alimentos vegan. Cada um deve fazer o que pode e o que consegue mas, honestamente, esse não é o meu foco. Nós precisamos é de uma mudança de sistema.

Como assim?
Vemos cada vez mais grandes multinacionais petrolíferas, como a ExxonMobil ou a Shell, a utilizarem campanhas e espaços publicitários para fazerem “greenwashing”, em muitos casos colocando o peso do problema nos ombros dos indivíduos. Fazem com que as pessoas sintam que são elas que poluem, e não as grandes empresas. Nós, jovens, já não caímos nesses truques, e deixámos isso bem claro na COP26. As empresas petrolíferas e de gás têm de ser responsabilizadas e pressionadas para uma rápida transição para as energias renováveis. Essa pressão tem de ser alargada a políticos e representantes, através do voto em agentes políticos que realmente acreditem na justiça climática e que queiram implementar mudanças de fundo.

"Mais do que este ou aquele hábito, o mais importante é as pessoas educarem-se a si próprias e aos outros em questões ambientais: falar com a família, votar sempre nas propostas favoráveis à proteção do ambiente, envolverem-se em campanhas e organizações de justiça climática, assinar petições, serem ativos."

Mas isso não liberta o indivíduo do dever de contribuir para um planeta mais sustentável?
Esse dever surge naturalmente com a educação. O que não podemos é forçar as pessoas a serem perfeitas. É melhor aceitar que somos imperfeitos e viver com isso. Somos todos pessoas com poder para contribuir na resolução deste tremendo problema. Desde muito nova que uso as plataformas online para falar disto e sei o quão ameaçador pode ser falar das alterações climáticas do ponto de vista da responsabilidade individual. Acarreta uma interferência nas liberdades individuais, cria dúvidas, preocupações, ódio.  Tenho amigos com medo de falar de alterações climáticas nas redes sociais. É por isso que acredito que é melhor mostrar às pessoas e deixá-las decidir por si.

Tem-se manifestado bastante crítica quanto ao Projeto Willow, para exploração de gás e petróleo no Alasca. Quais são os riscos deste projeto?
Antes de mais, trata-se de um acto de tremenda hipocrisia, porque Joe Biden [presidente dos EUA] prometeu na campanha eleitoral que não ia aprovar projetos de exploração de gás e de petróleo, para travar os impactos da mudança climática. Com isso, ganhou votos. Mas agora a sua administração aprovou a exploração massiva de combustíveis fósseis que vai provocar a emissão de 9,2 milhões de toneladas cúbicas de dióxido de carbono, o equivalente a colocar mais dois milhões de carros a gasolina a circular nas estradas americanas. Afeta ainda as populações locais e as migrações de animais. É um desastre ambiental que, a acontecer, vai acelerar o aquecimento do planeta e o degelo do Ártico. Quem vai sofrer mais com esta decisão? Como sempre, os jovens e as comunidades marginalizadas. Temos de parar este projeto. Já foram enviadas mais de um milhão de cartas à Casa Branca a pedir a proibição das operações.

Sente que os seus conselhos são constantemente ignorados pelos líderes mundiais?
Espero que sejam tomados em consideração, senão andava a trabalhar em vão. O objetivo dos jovens, como eu, é serem agentes de pressão. Temos a esperança de que os políticos, ao ouvirem alguém como eu, que podia ser filha ou neta deles, entendam que estão a decidir o nosso futuro e que sintam essa urgência. Eles também têm de saber que a quebra de promessas têm normalmente consequências eleitorais.

Também está envolvida na luta das mulheres iranianas pelos seus direitos básicos…
Claro, como uma iraniana nos EUA sinto uma responsabilidade tremenda nesse sentido. Uso as minhas plataformas para falar da situação política no Irão e, por vezes, isso até me traz dilemas porque eu não sofro na pele a retaliação que os meus familiares podem sofrer. Tenho sempre muito receio pela minha família.

"As empresas petrolíferas e de gás têm de ser responsabilizadas e pressionadas para uma rápida transição para as energias renováveis. Essa pressão tem de ser alargada através do voto em agentes políticos que realmente acreditem na justiça climática e que queiram implementar mudanças de fundo."

Tem viajado mais de dez vezes por ano para conferências, colóquios e compromissos com as Nações Unidas, gere uma plataforma gigantesca e escreve relatórios sobre temas complexos. Sobra-lhe tempo para fazer o que os jovens costumam fazer?
Sim, não abdico de me divertir como qualquer rapariga da minha idade. Gosto de aproveitar as férias, ir a concertos, festas, e faço questão de partilhar isso nas redes sociais porque não quero que pensem que sou uma jovem diferente ou especial. A pior parte é ter de enfrentar o assédio e o ódio dos trolls. Não sou mais do que uma estudante universitária normal que se importa muito com um tema que afeta toda a Humanidade, e a minha geração em particular. Todos o podem fazer e eu tento que todos os que me seguem sintam isso. Embora tenha muito trabalho, a minha maior responsabilidade é ser aluna a tempo inteiro.

Está a par das maiores urgências ambientais em Portugal?
Estou muito mais virada para a realidade nos EUA. Há certamente pessoas mais conhecedoras para falarem sobre as necessidades ambientais em Portugal.

Pretende entrar na política no futuro, de modo a implementar diretamente as políticas ambientais em que acredita?
Nunca pensei seriamente nisso. Ainda sou muito jovem e tenho de acabar o meu curso universitário [de ciência climática e políticas de saúde, em Stanford, nos EUA]. Mas sou uma empreendedora, tenho a minha organização sem fins lucrativos e é neste caminho que me vejo a fazer nos próximos tempos.

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