793kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Julia Etchingham Will Host ITV's Conservative Leadership Debate Airing On Sunday Night
i

ITV via Getty Images

ITV via Getty Images

Truss e Sunak: um deles será o sucessor de Boris. O mais votado agora estará em melhores condições?

A última ronda das votações dos deputados conservadores terminou esta quarta-feira. Truss e Sunak começam uma nova fase de campanha e os militantes podem começar a votar já em agosto.

    Índice

    Índice

Os deputados do Partido Conservador saem agora de cena e a decisão acerca do próximo ocupante do nº10 de Downing Street passa para as mãos dos militantes — à exceção daqueles que se filiaram há menos de três meses no partido, que não poderão votar.

As hipóteses são duas e foram conhecidas esta quarta-feira, depois da quinta ronda de votações: Rishi Sunak, o ministro de Boris responsável pela pasta das Finanças e um dos primeiros a anunciar a demissão do cargo há duas semanas, e Liz Truss, a ministra dos Negócios Estrangeiros, que pediu calma quando ministros, secretários de Estados e conselheiros começaram a abandonar os seus lugares, uma crise que acabou por dar origem à demissão de Boris. A 5 de setembro, deverão ser anunciados os resultados finais.

“Hasta la vista, baby”. Boris despede-se do Parlamento

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois da ronda desta quarta-feira, que deixou para trás Penny Mordaunt, secretária de Estado do Comércio, restam, à semelhança dos dias anteriores, várias dúvidas — ou uma que engloba todas: Será que os militantes dos conservadores preferem Sunak ou Truss? Nesta votação, o antigo ministro das Finanças foi o que arrecadou mais votos por parte dos deputados, um total de 137 votos, contra 113 votos de Liz Truss.

Olhando para as rondas anteriores, Penny Mordaunt conseguiu ficar sempre em segundo lugar, à frente da responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros. E só nas últimas 24 horas de corrida é que Truss ganhou fôlego para conseguir alcançar o lugar que lhe permite estar no duelo final — Mordaunt não foi além dos 105 votos. Dos 11 candidatos iniciais, oito conseguiram chegar à primeira ronda e, depois, o critério baseou-se na exclusão do candidato com menos votos Pelo caminho ficaram, além de Mordaunt, Kemi Badenoch, Nadhim Zahawi, Jeremy Hunt, Suella Braverman e Tom Tugendhat.

Os dois candidatos vão agora começar uma nova fase de campanha. Como é habitual, deverão percorrer o Reino Unido para que os militantes conheçam as duas opções que têm para a futura liderança do partido -- e, claro, para que fiquem a conhecer as suas propostas

O que vai acontecer agora? Verão de campanha

Os dois candidatos vão agora começar uma nova fase de campanha. Como é habitual, deverão percorrer o Reino Unido para que os militantes conheçam as duas opções que têm para a futura liderança do partido — e, claro, para que fiquem a conhecer as suas propostas. Como avança a SkyNews, os programas de Sunak e de Truss deverão, entretanto, ficar disponíveis no site do Partido Conservador. Para já, sabe-se que os dois concordaram em participar num debate televisivo, no dia 4 de agosto.

Mas não haverá muito tempo para campanha. As urnas abrem no primeiro dia de agosto, deixam de receber votos a 2 de setembro e três dias depois, dia em que o calendário marca uma segunda-feira, é anunciado o vencedor, ou vencedora. Nas listas, contam-se entre 140 e 200 mil militantes — o número exato de filiados nunca foi revelado pelo partido –, que poderão votar por correio ou através de uma plataforma online, assim que receberem o boletim. Este método pode, aliás, encurtar o tempo de campanha, uma vez que os militantes podem votar logo no primeiro dia, a um mês do limite.

No Twitter, Sunak publicou um vídeo, em que considerou ser a única pessoa capaz de derrotar Keir Starmer, líder da oposição, nas próximas eleições. "Acredito que sou o único candidato capaz de fazer isso."

Esta quarta-feira, logo depois de conhecidos os resultados da quinta ronda, os dois candidatos com mais votos aproveitaram o momento para começar a fazer campanha. No Twitter, Sunak publicou um vídeo, em que considerou ser a única pessoa capaz de derrotar Keir Starmer, líder da oposição, nas próximas eleições. “Acredito que sou o único candidato capaz de fazer isso.”

Já Liz Truss insistiu numa das suas principais bandeiras, a carga fiscal: “Quero conseguir impostos mais baixos, quero ajudar famílias que têm dificuldades”. “Este tem sido o meu foco ao longo desta campanha e é sobre isso que vou fazer campanha nas próximas seis semanas, por todo o país”, acrescentou.

O que dizem as sondagens, o que dizem os militantes e o que mostram os exemplos anteriores?

Nos últimos dias, a imprensa britânica tem alertado para a diferença que pode existir entre as votações dos deputados e as preferências dos militantes, apontando para a queda da popularidade de Rishi Sunak — desde a presença na festa de aniversário de Boris Johnson durante o confinamento, com o seu nome a aparecer no caso Partygate, até à polémica que envolveu a sua mulher, que terá fugido aos impostos.

"Quero conseguir impostos mais baixos, quero ajudar famílias que têm dificuldades". "Este tem sido o meu foco ao longo desta campanha e é sobre isso que vou fazer campanha nas próximas seis semanas, por todo o país"
Liz Truss

E as últimas sondagens dão mesmo uma vantagem a Liz Truss. À SkyNews, Patrick English, da YouGov, referiu que a candidata tem 20 pontos de avanço de Sunak e explicou que a questão dos impostos poderá mesmo ser um motivo para esta mudança e que Truss é a adversária mais difícil que Sunak poderia ter. Na sondagem de ontem, Sunak aparecia atrás de Truss e das duas candidatas que ficaram pelo caminho nas últimas rondas.

À parte das sondagens, vale a pena olhar para o que aconteceu no passado, nas várias eleições internas do Partido Conservador, e perceber como é que foram as votações dos deputados e, posteriormente, dos militantes. Por exemplo, no caso mais recente, na eleição de Boris Johnson: os militantes escolheram o ainda primeiro-ministro e os deputados conservadores também — em 2019, Boris contou com 160 votos, Jeremy Hunt com 77 e Michael Gove com 75. E David Cameron conseguiu traçar o mesmo caminho, sob preferências idênticas entre deputados e militantes.

Para encontrar a exceção é preciso recuar até 2001, ano em que Ken Clarke acabou em primeiro nas rondas das votações dos deputados, mas acabou por ser derrotado por Duncan Smith, que foi o favorito de 61% dos militantes. Duncan Smith já anunciou, aliás, o seu apoio a Liz Truss, a candidata que ficou na mesma posição que o conservador no início do século.

Os onze candidatos à sucessão de Boris tiveram de assinar um acordo, por escrito, com o compromisso de que não desistiriam da corrida, caso chegassem aos dois lugares finais

O acordo escrito que impede desistências nesta fase

Outra exceção é mesmo Theresa May, que não precisou de concluir todas as etapas das votações para se tornar líder do Partido Conservador, já que acabou por ficar sem adversário na reta final do processo — por desistência de Andrea Leadsom.

Este cenário não pode, no entanto, repetir-se agora. É que os onze candidatos à sucessão de Boris tiveram de assinar um acordo, por escrito, com o compromisso de que não desistiriam da corrida, caso chegassem aos dois lugares finais. O objetivo foi mesmo impedir que uma ascensão como a de May, em 2016, se repetisse impedindo os militantes de terem a palavra final sobre o futuro do partido.

Esses militantes dos conservadores, segundo o The Guardian, não são representativos dos vários contextos populacionais do Reino Unido. No total, representam 0,30% da população e, em 2017, os dados referiam que cerca de 70% são homens, com uma média de idade de 57 anos e que vivem, sobretudo, em Londres e a sul do território britânico. É a essa franja, por isso, que caberá escolher, de entre estes dois nomes, o próximo primeiro-ministro.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos