790kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A capacidade hospitalar para acolher doentes que precisam de internamento é uma das principais preocupações na região da Grande Lisboa, a mais afetada pelo surto de Covid-19
i

A capacidade hospitalar para acolher doentes que precisam de internamento é uma das principais preocupações na região da Grande Lisboa, a mais afetada pelo surto de Covid-19

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A capacidade hospitalar para acolher doentes que precisam de internamento é uma das principais preocupações na região da Grande Lisboa, a mais afetada pelo surto de Covid-19

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Vários hospitais com mais de metade das camas ocupadas. Como está a pressão hospitalar na Grande Lisboa

Hospital Beatriz Ângelo perto de esgotar capacidade de internamento. Amadora-Sintra já começou a transferir doentes. Curry Cabral tem dois terços de camas ocupadas. Veja o levantamento do Observador.

Vários hospitais da região da Grande Lisboa têm metade ou mais da sua capacidade de internamento de doentes com Covid-19 ocupada — e alguns já foram obrigados a transferir pacientes para outras unidades menos pressionadas, de acordo com um levantamento feito esta segunda-feira pelo Observador.

Na conferência de imprensa desta segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, falou sobre a capacidade hospitalar em Lisboa e Vale do Tejo — que nas últimas semanas concentra a maioria das preocupações da epidemia de Covid-19 em Portugal —, negando que haja uma “grande pressão” sobre as unidades hospitalares, mas reconhecendo que alguns hospitais têm mais de 90% da sua capacidade de internamento ocupada.

De acordo com informações recolhidas pelo Observador junto de vários hospitais da área metropolitana de Lisboa, há unidades a trabalhar no limite e a transferir doentes ou a preparar-se para isso. Outras, por seu turno, têm conseguido adaptar-se à procura, embora mantenham mais de metade das camas ocupadas. O fenómeno é tanto mais preocupante quanto mais perto da área metropolitana se encontram os hospitais.

Serviços de saúde em Lisboa e Vale do Tejo “não estão sob grande pressão”. Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, esgotou capacidade

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Hospital Beatriz Ângelo (Loures) praticamente no limite

Camas em enfermaria: 67, das quais 51 estão ocupadas

Camas de cuidados intensivos: 10, das quais 7 estão ocupadas

O hospital Beatriz Ângelo — instituição do SNS em Loures gerida em regime de parceria público-privada pelo grupo Luz Saúde — é um dos casos mais preocupantes na região da Grande Lisboa. Na conferência de imprensa desta segunda-feira, António Lacerda Sales referiu que aquele hospital já tinha atingido, nos últimos dias, uma taxa de ocupação de 100% no que diz respeito às camas destinadas à Covid-19.

Ao Observador, fonte oficial do grupo Luz Saúde forneceu os números detalhados referentes a esta segunda-feira. O hospital tem atualmente um total de 67 camas dedicadas à Covid-19, das quais 62 são em enfermaria geral e 5 são no serviço de doenças infecto-contagiosas — ocupadas em último lugar, por se destinarem prioritariamente a doentes com doenças como, por exemplo, a tuberculose. A estas, juntam-se 10 camas de cuidados intensivos.

Esta segunda-feira, 51 pessoas encontravam-se internadas em enfermaria com Covid-19 no hospital Beatriz Ângelo (46 na enfermaria geral e 5 na unidade de doenças infecto-contagiosas). Ao mesmo tempo, sete pessoas encontram-se internadas em cuidados intensivos no hospital de Loures. Isto significa que, esta segunda-feira, o cenário já não era de 100% de ocupação, mas a mesma fonte confirmou que há três dias o hospital chegou a ter as dez camas de cuidados intensivos ocupadas e que tem estado sempre “na linha vermelha”.

Ao contrário do que já está a acontecer no hospital Amadora-Sintra (que já transferiu alguns doentes para o Hospital Militar de Belém como parte do plano de resposta a nível regional para lidar com o esgotamento das capacidades dos hospitais), o hospital de Loures ainda está a analisar a possibilidade de integrar o protocolo com a Administração Regional de Saúde e o Hospital Militar.

O hospital Beatriz Ângelo tem estado perto de esgotar a capacidade de internamento

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Depois das notícias, no final de maio, que davam conta de que o hospital Beatriz Ângelo estava a chegar ao limite das suas capacidades devido à velocidade de propagação do vírus em Loures, seis doentes foram transferidos para outras unidades: dois foram para o hospital de Santa Maria, em Lisboa, e quatro foram para o hospital de Abrantes (Centro Hospitalar do Médio Tejo).

Hospital de Santa Maria (Lisboa) com mais de metade da capacidade ocupada

Camas em enfermaria: 84, das quais 48 estão ocupadas

Camas de cuidados intensivos: cerca de 20, das quais 14 estão ocupadas

O maior hospital do país foi classificado pelo secretário de Estado da Saúde como estando numa situação “intermédia” entre os menos e os mais preocupantes, com uma taxa de ocupação dos internamentos entre os 70 e os 75%.

Segundo explicou fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Norte ao Observador, aquele hospital lisboeta tinha nesta segunda-feira um total de 84 camas de enfermaria dedicadas à Covid-19, distribuídas ao longo de quatro enfermarias. Três delas são exclusivamente dedicadas à Covid-19 (totalizando 63 camas), enquanto uma quarta enfermaria acolhe os doentes que, tendo um quadro clínico que exige internamento, aguardam ainda o resultado do teste ao novo coronavírus: se der positivo, ficam numa das enfermarias alocadas à infeção; se der negativo, são encaminhados para outro serviço do hospital. A estas, juntam-se cerca de 20 camas de cuidados intensivos — um número dado por aproximação ao Observador com a justificação de que o hospital ainda tem capacidade para mobilizar mais camas de UCI para a ala dedicada à Covid-19.

O hospital explica que tem um plano “bastante expansível” para alargar a capacidade de acolhimento que, até agora, ainda não precisou de ser posto em prática. De acordo com a mesma fonte, na situação mais dramática, o hospital conseguiria disponibilizar mais de 300 camas de internamento e um máximo de 120 camas de cuidados intensivos.

No hospital de Santa Maria, há quatro enfermarias destinadas a acolher doentes com Covid-19

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Esta segunda-feira, o hospital de Santa Maria tinha 48 doentes internados nas enfermarias e 14 doentes a receber cuidados intensivos. Até ao momento, o hospital não esgotou a sua capacidade e ainda não teve de transferir nenhum doente para outra unidade de recurso. Ainda assim, de acordo com o Diário de Notícias, o centro hospitalar tem reportado a taxa de ocupação à ARS de Lisboa e Vale do Tejo com vista a uma possível transferência de doentes para o hospital militar de Belém, sobretudo depois de, na semana passada, um pico ter feito o hospital aproximar-se do limite de internados em cuidados intensivos.

Hospital Amadora-Sintra já está a transferir doentes

O hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, conhecido pelo antigo nome de Amadora-Sintra, os dois concelhos da área metropolitana de Lisboa que serve, é o exemplo mais claro dos efeitos que o esgotamento da capacidade de internamento está a ter na região de Lisboa.

Segundo noticiou na última sexta-feira o Expresso, o hospital já se encontrava a transferir doentes para outras unidades, depois de ter atingido a capacidade máxima: 70 doentes em internamento. Ao longo desta segunda-feira, não foi possível contactar o hospital Amadora-Sintra com o objetivo de confirmar a atual capacidade máxima da instituição nem para obter dados atualizados sobre a situação.

De acordo com a notícia do Expresso, o hospital atingiu a capacidade máxima apenas nos internamentos em enfermaria — os menos graves. Naquele dia, cerca de dez doentes já tinham sido transferidos. De acordo com o Diário de Notícias, cinco deles foram para o Centro de Apoio Militar (CAM), instalado no antigo Hospital Militar de Belém. Os restantes doentes foram enviados para o hospital de Abrantes.

O hospital Amadora-Sintra já teve de começar a transferir doentes para outras unidades

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

No que toca à capacidade de internamento em cuidados intensivos, o hospital ainda não atingiu a totalidade, embora não tenha sido possível confirmar o número de camas atualmente alocadas à Covid-19. Esta segunda-feira, quando questionado na conferência de imprensa diária sobre os hospitais da região de Lisboa mais pressionados pela Covid-19, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, colocou o hospital Amadora-Sintra em segundo lugar na lista, com 93% da capacidade esgotada.

Hospital Garcia de Orta (Almada) com um terço da capacidade ocupado

Número total de camas disponíveis: 48

Número de doentes internados: 14 em enfermaria e três em cuidados intensivos

Em maio, o hospital Garcia de Orta, em Almada, chegou a estar preparado para receber mais de uma centena de doentes com Covid-19. Atualmente, após algumas reconfigurações na organização da unidade, que se adequou à procura, o hospital tem um total de 48 camas alocadas à ala Covid-19. Fonte oficial do hospital avançou este número ao Observador sem, contudo, especificar quantas destas camas são em enfermaria e quantas são em cuidados intensivos.

Esta segunda-feira, o hospital tinha um total de 17 doentes internados com a doença. Destes, 14 estavam em enfermaria e três estavam na Unidade de Cuidados Intensivos. Desses três, apenas um necessitava de ventilação externa.

Autoridades de saúde preparam-se para encerrar cafés do bairro da Jamaica. Associação de moradores tinha dado o alerta

Questionada sobre a possibilidade de esgotamento da capacidade do hospital, fonte da instituição garantiu que “a situação é monitorizada diariamente e ainda não se colocou esse problema”. Ainda assim, o hospital preparou-se para a possibilidade de ter de aumentar a sua capacidade depois dos surtos que apareceram nos bairros da Jamaica e de Santa Marta de Corroios. Porém, a preocupação não se veio a concretizar e o hospital não se aproximou da capacidade máxima.

Hospital Curry Cabral (Lisboa) com mais de dois terços ocupados

Camas em enfermaria: 63, das quais 45 estão ocupadas

Camas de cuidados intensivos: 8, das quais 5 estão ocupadas

Parte do grupo dos três hospitais inicialmente ativados para receber doentes com Covid-19, o Curry Cabral, em Lisboa, chegou a ser a principal linha da frente no combate ao coronavírus em Portugal. O hospital tem mantido sempre um número significativo de doentes em internamento, embora não seja agora uma das situações mais preocupantes na região.

O hospital Curry Cabral foi um dos primeiros a receber doentes com Covid-19 em Portugal

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

De acordo com fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Central, o hospital tem um total de 63 camas em enfermaria disponíveis para receber doentes com Covid-19, das quais 45 estão ocupadas. Já em termos de Unidade de Cuidados Intensivos, o hospital tem oito camas alocadas ao coronavírus, das quais cinco estão ocupadas.

No mesmo centro hospitalar, o hospital de São José, também no centro de Lisboa, tem disponíveis 10 camas de cuidados intensivos, das quais apenas três estão neste momento ocupadas por doentes com Covid-19.

Hospital Dona Estefânia (Lisboa) com metade da ocupação

Camas em enfermaria: 6, das quais 3 estão ocupadas

Camas de cuidados intensivos: cerca de 2, das quais 1 está ocupada

No início de junho, a diretora-geral da Saúde anunciava uma “notícia muito boa” para o país: a julgar pelos dados do hospital pediátrico de Dona Estefânia, em Lisboa, não havia crianças infetadas com Covid-19 em cuidados intensivos no país e apenas duas se encontravam internadas em enfermaria.

Na última semana, a situação parece ter mudado. De acordo com dados fornecidos ao Observador por fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Central, das seis camas de enfermaria dedicadas à Covid-19 no hospital, três estão ocupadas. Já nos cuidados intensivos, das duas camas disponíveis, uma encontrava-se esta segunda-feira ocupada.

Mais longe de Lisboa, situação menos preocupante

Com a maior preocupação a focar-se na região da Grande Lisboa, os hospitais da região que se encontram mais longe da capital vivem agora a situação menos grave.

É o caso do hospital de Setúbal que, apesar de o secretário de Estado Lacerda Sales o ter incluído na lista dos mais preocupantes com 86% de ocupação nos internamentos, tinha esta segunda-feira apenas dois doentes com Covid-19 internados — nenhum deles em cuidados intensivos.

No hospital de Setúbal, há apenas dois doentes com Covid-19 internados

MELISSA VIEIRA / OBSERVADOR

Segundo fonte oficial, o hospital dispõe de uma enfermaria inteira alocada à Covid-19 (cerca de duas dezenas de camas, número aproximado), mas apenas duas camas se encontravam esta segunda-feira ocupadas.

Por outro lado, o Centro Hospitalar do Médio Tejo, com unidades em Abrantes, Torres Novas e Tomar, encontrava-se esta segunda-feira com apenas 26% de ocupação nos internamentos, de acordo com o secretário de Estado — motivo pelo qual tem sido o destino de vários doentes transferidos de unidades mais pressionadas na Grande Lisboa.

O Observador contactou ainda outros hospitais da região da Grande Lisboa, públicos e privados, mas não foi possível obter até ao momento da publicação deste artigo números definitivos sobre a capacidade de internamento e ocupação dessas unidades.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora