É uma imagem, em alguns casos um vídeo, que mostra milhares de pessoas numa praça. Uma publicação nas redes sociais relaciona as imagens da multidão com manifestações nas ruas de Caracas, na Venezuela, contra a reeleição do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “O Exército une-se ao povo. E pede a renúncia de Maduro”, lê-se numa das descrições.

Após as eleições presidenciais de 28 de julho, foram organizadas várias manifestações por plataformas ligadas à oposição a Nicolás Maduro, em particular por María Corina Machado, uma das vozes mais críticas do regime e que foi impedida concorrer neste ato eleitoral.

Os opositores saíram às ruas, porque não acreditam nos resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, que deu a vitória a Nicolás Maduro com 51% dos votos e 44% ao rosto da oposição, Edmundo González.

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De acordo com a oposição venezuelana, as atas a que tiveram acesso (cerca de 83%) mostram um resultado muito diferente. Edmundo González obteve 67%, ao passo que Nicolás Maduro não foi além dos 30%.

Logo após as eleições, María Corina Machado apelou às Forças Armadas para respeitaram a “vontade popular”. Não obstante, o Ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, veio declarar a sua “lealdade absoluta e apoio condicional” a Nicolás Maduro.

Só por isto a ideia de que o Exército se juntaria a manifestações — como sugere a publicação nas redes sociais — seria muito improvável.

Mais: a fotografia e os vídeos publicados não mostram protestos na Venezuela. As imagens referem-se antes às festas de Sanfermines, na cidade espanhola de Pamplona. O vídeo foi, aliás, publicado originalmente a 6 de julho de 2024 na conta oficial de Instagram da organização das festividades — três semanas semanas antes das eleições presidenciais venezuelanas.

Conclusão

As imagens publicadas nas redes sociais não se referem aos protestos na Venezuela contra os resultados das eleições venezuelanas, que deram a vitória a Nicolás Maduro. Mostram uma festa na cidade espanhola de Pamplona. Além disso, o vídeo original foi publicado a 6 de julho de 2024 — três semanas antes do ato eleitoral e das manifestações.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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