Nas últimas semanas, tem vindo a circular no Facebook um dado relacionado com o cancro de pele: o de que Israel é o país com a maior incidência do mundo, apenas atrás dos países da Oceânia. “Israel tem a mais alta incidência de cancro de pele fora da Australásia [Oceânia]. Isto é o que acontece naturalmente quando os europeus neocoloniais brancos reivindicam terras como suas”, pode ler-se numa das publicações. Será verdade?

Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde, que divide os cancros de pele melanomas e não-melanomas, é percetível que Israel não ocupa as posições cimeiras em nenhum dos rankings. No primeiro grupo, é a Dinamarca que surge na primeira posição entre os países fora da Oceânia, com 31 casos por 100 mil habitantes, seguida da Noruega, com 30,6 e da Suécia, com 27,4 (a Austrália aparece com 37 e a Nova Zelândia com 30).

Portugal surge longe do grupo da frente, com uma incidência de 5,7 casos de melanoma por 100 mil habitantes. Apesar de estar acima da média mundial (de 3,2), Israel figura apenas na 23ª posição na lista, com 10,8.

No que diz respeito aos cancros de pele não melanoma (como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular), os Estados Unidos destacam-se fora da Oceânia, com 63,3 casos por 100 mil habitantes, seguidos do Canadá, com 57,5 e da Suíça com 37,5. Mais uma vez, a Austrália lidera a lista a nível mundial com 140 casos por 100 mil habitantes. Portugal surge abaixo da média mundial (de 10,4) com 8,4 casos. Já Israel tem uma taxa bastante baixa de cancros de pele não-melanoma.

Conclusão

Israel não tem a maior incidência do mundo de cancro de pele fora da Oceânia. Se no casos dos melanomas, o país ainda se posiciona acima da média mundial (embora longe do pelotão da frente), nos restantes cancros de pele está muito abaixo da média.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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