A digressão mundial Eras Tour, da norte-americana Taylor Swift, passou este mês pelo Brasil, onde se desdobrou por concertos entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Mas segundo alguns dos utilizadores das redes sociais, onde se acumulam estes relatos, a artista fez mais do que estar em palco a cantar e foi visitar uma favela — onde até chegou a empunhar uma arma.

Na verdade, não é difícil, comparando fotografias da cantora e as imagens em causa — que estão a ser partilhadas por muitos utilizadores brasileiros –, perceber que se trata, neste caso, de imagens geradas artificialmente. Os traços da cantora surgem algo distorcidos, além de a pele exibir uma iluminação pouco natural, normalmente associada às imagens criadas por inteligência artificial.

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Além disso, está longe de ser a primeira vez que são partilhadas supostas fotografias de Taylor Swift, que na verdade não passam de imagens digitalmente manipuladas, e que mostrariam as cantoras nas mais diversas situações. A propósito da sua ida ao Brasil, multiplicaram-se as imagens manipuladas ou falsas que parecem mostrar Swift a passear pelas favelas do Rio, de cerveja na mão, ou até a fazer um churrasco com outra cantora norte-americana, Lana del Rey, com quem colaborou no seu último disco:

Algumas dessas imagens aproximam-se do aspeto real de Taylor Swift; outras mostram a cantora deformada ou até com tatuagens que, na realidade, não tem. Alguns dos utilizadores que as partilham assumem que as imagens são, de facto, geradas por “AI”, ou inteligência artificial.

Não existe, de resto, nenhuma notícia de que Taylor Swift se tenha de facto dirigido a uma favela durante a sua estada no Brasil, e muito menos de que tenha pegado numa arma. Quem foi visto a passear pelo Rio de Janeiro foi a sua equipa de dançarinos, enquanto a cantora aproveitava a pausa entre os concertos no Rio e em São Paulo — marcados pela notícia da morte de uma fã — para viajar até Nova Iorque.

É verdade que a cantora é favorável ao controlo do uso de armas nos Estados Unidos. Em 2018, durante o auge das marchas March for Our Lives pelas restrições de armas no país em reação aos tiroteios nas escolas norte-americanas, Taylor Swift revelou nas redes sociais que fizera uma doação para apoiar a causa, defendendo que “ninguém devia ter medo de ir para a escola por causa da violência com armas. Ou para uma discoteca. Ou um concerto. Ou um cinema. Ou o sítio onde rezam”.

Conclusão

Não existe qualquer notícia ou informação que indique que Taylor Swift visitou uma favela no Rio de Janeiro, e muito menos que pegou numa arma. O que existem são imagens com claros sinais de manipulação e de terem sido criadas com recurso à inteligência artificial.

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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