A situação é fabricada? É. Foi fabricada pelo Hamas, movimento islâmico palestiniano, para culpar o Governo de Israel pela morte de inocentes? Não. O vídeo tem percorrido as redes sociais e, em concreto, o Facebook e já foi partilhado centenas de vezes. O conteúdo? Primeiro, vê-se um homem perto de um carro parado. O homem afasta-se. O carro explode. Rapidamente aparecem vários homens que se deitam no chão, fazendo-se passar por vítimas da explosão do carro armadilhado.

No Facebook, as imagens são apontadas como fazendo parte da “indústria de fake news do Hamas”, mas esta acusação é falsa. O vídeo não foi filmado recentemente, nem sequer foi filmado na zona de conflito entre Palestina e Israel. Trata-se de uma montagem, sim, mas com outro objetivo.

O momento em que os figurantes fingem ser vítimas

A história é contada pelo New York Times e pelo New Zealand Herald. Segundo os dois jornais, o vídeo foi gravado em 2016 e não em 2021, durante a operação Falcon Intelligence Cell, que tinha como objetivo garantir que um espião iraquiano se mantinha infiltrado no Estado Islâmico.

Durante o tempo em que o capitão Harith al-Sudani esteve infiltrado no Estado Islâmico, teve de realizar várias missões terroristas e que eram encenadas com dois objetivos: evitar a perda de vidas humanas e garantir que dentro do movimento terrorista a sua imagem era credível. Al-Sudani acabaria por não voltar de uma das missões com o Daesh, acreditando-se que foi torturado antes de ser assassinado.

Conclusão:

Falso. As imagens foram captadas no Iraque, durante a operação Falcon Intelligence Cell, que tinha como objetivo garantir que um espião iraquiano se mantinha infiltrado no Estado Islâmico. Nada tem a ver com o Hamas.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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