Nesta altura, fazemos sempre um balanço do ano que está a acabar. Foram doze meses conturbados na política internacional e na política interna de vários estados. Houve eleições em países importantes para Portugal, como Espanha e o Reino Unido, houve o impeachment de Donald Trump, um Parlamento Europeu com um novíssimo equilíbrio de forças e uma Comissão com uma nova agenda. Houve protestos inspirados nos “Gilets Jaunes” nas mais diversas geografias do mundo. Houve a Greta Thunberg.
Mas o acontecimento do ano foram as manifestações em Hong Kong.
Em primeiro lugar, porque estes protestos aparecem em contraciclo. Não há artigo ou livro sobre o tema, escrito nos últimos anos, que não reconheça que a democracia está a regredir, quer em número de estados “livres”, quer – e este é porventura o dado mais preocupante, porque afeta o que costumávamos chamar “democracias maduras” – pela degradação da qualidade do regime. É certo que, em Hong Kong, as manifestações começaram por ser contra a lei da extradição. Mas rapidamente se transformaram numa recusa de submissão à China autocrática.
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