O sal é a principal fonte de sódio na nossa alimentação, embora outras substâncias como o glutamato de sódio, um condimento utilizado em muitas partes do mundo, podem contribuir neste aporte.

A maioria das pessoas consomem uma quantidade excessiva de sal a diário, com uma quantidade entre 9 a 12 gramas, ou seja, duas vezes a ingestão máxima recomendada pela OMS, que recomenda a redução do consumo de sal para menos de 5 g/dia por pessoa, o que equivale a cerca de uma colher de chá de sal.

Estima-se que 2,5 milhões de mortes poderiam ser evitadas a cada ano se o consumo global de sal fosse reduzido ao nível recomendado.

O excesso de sal na dieta incrementa a pressão arterial, sendo esta a causa de hipertensão em 30% dos doentes. O consumo excessivo de sal também tem relação com outras doenças como o cancro de estomago, a falência renal e a osteoporose.

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A hipertensão arterial contribui pelo menos para o 40% das doenças do coração e dos acidentes cerebrovasculares. Atualmente estima-se que a tensão arterial tem aumentado   em 20-30% da população europeia.

Como consequência desta situação os estados Membros da OMS concordaram em reduzir o consumo de sal da população mundial em 30% até 2025.

Uma ingestão de sal inferior a 5 gramas por dia em adultos contribui para diminuir a pressão arterial e o risco de doença cardiovascular, AVC e enfarte agudo do miocárdio. Este último responsável por 9 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

O principal benefício da redução da ingestão de sal é a correspondente redução da pressão arterial elevada e reduz o risco de doença cardíaca e de AVC

É relevante perceber que já existem estudos que abordam o excesso de consumo de sal na população infantil. Atualmente consomem doses superiores as recomendadas, não só de sal mas também de açúcar com os efeitos nocivos que isto provoca a curto e longo prazo para a saúde das crianças.

A redução da ingestão de sal é considerada uma das medidas mais custo-efetivas que os países podem adotar para melhorar o estado de saúde da população. As principais medidas de redução tem a capacidade de gerar uma vida mais saudável e um custo inferior à renda média anual ou ao produto interno bruto por pessoa.

Um adulto em cada quatro que tem uma pressão arterial elevada e dois milhões de pessoas morrem todos os anos em resultado do consumo de demasiado sal.

Na dieta, é preciso ter atenção por que o sal pode provir de alimentos processados, seja por serem particularmente ricos em sal (como pratos prontos, carnes processadas como bacon, presunto e salame, queijos, salgadinhos, macarrão instantâneo, etc.), são geralmente consumidos em grandes quantidades (como pão e produtos de cereais processados).

O consumo de sal em Portugal é de 8.9 gramas por dia.

Segundo dados da população portuguesa, se cada pessoa consumisse menos 2g de sal (0,8g de sódio) por dia a taxa de AVC cairia entre 30 e 40% nos 5 anos seguintes, ou seja, em média, seriam menos 11.000 casos de AVC por ano em Portugal.

Segundo ainda dados do INE, em 2020 (dados mais recentes) as doenças do aparelho circulatório foram as que mais mataram em Portugal, com 34.593 óbitos (+2,9%). Destas, o INE destaca a subida nas mortes por AVC (11.439).