A democratização da inovação, outrora um privilégio de poucos, alastra agora a todos os que têm a coragem de arriscar e inovar. Mais do que uma mera estratégia de crescimento, a inovação tornou-se um imperativo para a sobrevivência das organizações portuguesas num mundo em constante evolução e marcado pela competição internacional.

A transição para uma cultura de inovação representa um marco decisivo neste trajeto. As falhas, tradicionalmente encaradas como negativas, começam a ser vistas como etapas fundamentais no percurso rumo ao sucesso. As empresas portuguesas estão a aprender a aceitar o risco e a considerar o erro como uma parte crucial do processo de aprendizagem, um passo vital para desbloquear o potencial inovador e garantir a competitividade a nível global.

Neste panorama, as escolas de negócios, com destaque para instituições como as Business School, emergem como incubadoras essenciais de inovação. Ao fomentar um ambiente onde os futuros líderes são encorajados a adotar novos modos de pensar e a desenvolver competências alinhadas com os desafios emergentes, estas instituições têm um papel fulcral na evolução do ensino de gestão em Portugal, adequando-o às exigências de um mundo que muda a um ritmo acelerado.

Conforme salientado no artigo da McKinsey, “The eight essentials of innovation”, o sucesso na inovação sustenta-se em oito pilares fundamentais, que abrangem desde a definição de objetivos claros até à mobilização efetiva de recursos e competências. Para as empresas portuguesas, isto implica ir além das iniciativas de inovação isoladas e integrar a inovação como um pilar central da estratégia empresarial. As lideranças devem assumir o papel de promotores desta transformação, demonstrando um compromisso autêntico através de políticas e ações concretas que incentivem a inovação em todos os níveis organizacionais.

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A colaboração entre o setor empresarial, académico e público deve ser reforçada, aproveitando o potencial das escolas de negócios como plataformas de intercâmbio de ideias e estabelecimento de parcerias estratégicas entre diferentes setores. Esta sinergia é crucial para formar a próxima geração de líderes empresariais em Portugal, dotando-os de uma mentalidade inovadora e das competências necessárias para prosperarem na economia global.

A responsabilidade social da inovação desempenha também um papel vital, exigindo das empresas uma ponderação cuidada sobre o impacto das suas inovações na comunidade e no ambiente. Desenvolver soluções sustentáveis que respondam aos desafios sociais e fomentem a inclusão não só contribui para um futuro mais verde e justo, como também abre novas oportunidades de mercado e reforça a ligação das empresas com os consumidores e a sociedade em geral.

Finalmente, a inovação na era digital requer uma abertura para a mudança e a disrupção, com as empresas portuguesas na linha da frente da adoção de novas tecnologias. O uso de ferramentas como inteligência artificial, big data e “internet das coisas” para reinventar produtos, serviços e modelos de negócio é essencial para responder às necessidades dos consumidores e às exigências de um mercado que está em constante evolução.

Resumidamente, o futuro de Portugal como líder em inovação depende de um compromisso coletivo com a mudança, a aprendizagem contínua e a colaboração. Ao semear uma cultura que valoriza a inovação, ao construir estruturas que a suportam e ao promover a responsabilidade social, as organizações portuguesas não só se adaptarão às mudanças, mas também liderarão a criação de um futuro próspero e sustentável.

Juntos, podemos transformar os desafios de hoje nas oportunidades de amanhã, consolidando Portugal como um motor de inovação no panorama global.

O Observadorassocia-se aos Global ShapersLisbon, comunidade do Fórum Económico Mundial para, semanalmente, discutir um tópico relevante da política nacional visto pelos olhos de um destes jovens líderes da sociedade portuguesa. Ao longo dos próximos meses, irão partilhar com os leitores a visão para o futuro nacional e global, com base na sua experiência pessoal e profissional. O artigo representa, portanto, a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da Comunidade dos Global Shapers, ainda que de forma não vinculativa.