A incursão terrorista de 7 de outubro, em Israel, tinha como objectivo declarado, matar, torturar, violar e sequestrar judeus. Não sou eu que o digo, é a Carta do Hamas que o preconiza e foi o que aconteceu.

Os requintes de malvadez, desumanidade e crueldade ficam por conta do ódio que é semeado há anos nas escolas da ONU, pagas por nós, e provavelmente do uso generalizado de fenetilina, a “droga dos jihadistas

Em simultâneo com a incursão, foram lançados sobre as povoações israelitas, milhares de mísseis terra-terra, procurando provocar o máximo número de mortos civis, o que só não aconteceu porque Israel gasta rios de dinheiro na protecção dos seus cidadãos.

As imagens da crueldade em estado puro, que a maioria dos media se recusou a passar, dispensam qualquer descrição e a condenação da barbárie foi quase generalizada.

Mas foi sol de pouca dura.

Ainda a procissão mal saía do adro e já se ouviam em altos berros as lengalengas da “força desproporcionada” e dos “crimes de guerra israelitas” para qualificar a normal reacção de Israel.

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Aquelas criaturas estranhas que, da extrema-esquerda à extrema-direita, odeiam os judeus e o Ocidente, começaram de imediato a justificar os terroristas e a empurrar as culpas para as vítimas, lançando uma inacreditável campanha de genuíno ódio antissemita, visível em pornográficas manifestações de “jovens”, muçulmanos e estudantes, no Ocidente.

Esta inqualificável identificação com o Hamas, não tardou a ter a ousadia de condenar Israel por exercer o seu direito de autodefesa contra terroristas islâmicos, acusando Israel de violar o Direito Internacional (DI).

A hipocrisia, incluindo a do governo português, ficou escandalosamente patente na votação favorável de uma Resolução da ONU que omite completamente o Hamas, as acções do Hamas, os reféns, etc., e se limita a condenar e fazer exigências à parte agredida, tentando impedi-la de se defender.

Para António Costa, Israel tem o direito de se defender… desde que não se defenda!

Para Lula da Silva nem isso. O desvairado presidente do Brasil, tão amigo da agressão russa à Ucrânia, não hesitou em atacar Israel, ignorando olimpicamente o que se passou no dia 7 de Outubro.

Mas as acusações de que o legítimo exercício do direito de autodefesa viola o DI Humanitário, são falsas. Trata-se apenas de retórica de gente totalmente ignorante dos conceitos do DI ou, hipótese mais provável, ao serviço de uma agenda de ódio que os autoriza a, deliberada e conscientemente, mentir para enganar e moldar a opinião pública.

Há televisões que chegam ao desplante de apelidar as agressões do Hamas como reacção à “violência estrutural sionista” e até Guterres, num exercício desprezível, foi por esse caminho. Quando se mente assim, pouco há a acrescentar sobre a agenda de quem propaga este ódio. Numa manobra de pura demagogia, vincado cinismo ou patética ignorância, estes “jornalistas” , que se recusam a mostrar as imagens do terror islamista, salientam incontáveis vezes as imagens das vítimas palestinianas, muitas delas comprovadamente encenadas, e amplificam a propaganda e os números publicados por um grupo terrorista.

Mas a força empregue por Israel é desproporcionada?

Na guerra, a proporcionalidade é um princípio do jus in belo (justiça na guerra, Protocolo I, Adicional às Convenções de Genebra, de 1949) que diz que os benefícios do uso da força têm de ser ponderados com os prejuízos causados. Uma resposta proporcionada é a que alcança o objectivo pretendido, causando apenas os danos necessários e nada mais que isso. Se eu quiser matar uma mosca que me incomoda, será desproporcionado usar uma granada, porque poderei causar danos desnecessários a terceiros. Devo deixar de matar a mosca? Claro que não, eventualmente usarei uma toalha ou um mata-moscas.

A proporcionalidade, bastante mais fácil de discutir em conversas de sofá e tertúlias televisivas, do que analisar em concreto, não implica, por exemplo, uma resposta igual ou o uso de meios equivalentes.

No caso vertente, se Israel fizesse o mesmo que o Hamas, e violasse, torturasse, sequestrasse e assassinasse brutalmente o mesmo número de cidadãos de Gaza, e disparasse milhares de mísseis, sem direcção, contra áreas civis palestinianas, não só não seria uma resposta “proporcional”, como seria ilegal à luz do DI.

A resposta “proporcional” é a que usa a força necessária e suficiente para alcançar o objectivo legítimo que, neste caso, é destruir a capacidade militar do Hamas.

Esta capacidade é, segundo a Carta do Hamas e as declarações dos seus líderes, unicamente orientada para a destruição de Israel e o extermínio de judeus, pelo que Israel tem, ao abrigo do DI, o direito de se defender (e o dever, para com os seus cidadãos) neutralizando-a.

O facto de não o ter conseguido até ao momento, é a prova cabal de que não usou a força suficiente, logo “desproporcionada”.

E não o fez porque a estratégia do Hamas é, ela mesma, um crime de guerra: disparar mísseis a partir de áreas habitadas, escolas, hospitais, mesquitas, etc.

Isso coloca os decisores israelitas perante o dilema ético e legal de atacar esses sítios, correndo o risco de causar muitas baixas civis, ou não atacar e correr o risco de os mísseis daí disparados matarem os seus próprios civis. Postas as coisas nestes termos, os israelitas só atacam quando a vantagem militar obtida justifica o risco de matar civis. É este o conceito de proporcionalidade que marca a linha entre o que é legítimo e o que é crime de guerra.

O curioso é que nenhum dos extremosos defensores do Hamas achou até agora necessário clarificar o que entende por força proporcionada.

Será que se Israel assobiar para o ar, os mísseis islâmicos derretem em plena atmosfera e largamconfettis? Será que os terroristas ficarão comovidos ao ponto de oferecerem raminhos de oliveira aos judeus?

Para esta gente, qualquer gesto que Israel faça para se defender, será sempre “desproporcionado”, porque o que espera do “bom” judeu é que aceite pacificamente ser sovado, torturado e morto

O Hamas conta com a comunicação social, a ignorância, e o ódio generalizado aos judeus e é exactamente por isso que usa os civis como escudos humanos. Quantos mais palestinianos morrerem, maior a “vitória” do Hamas, já que a sua aposta é na demonização de Israel. A comunicação social ao entrar neste jogo, evitando explicar os porquês e os contextos, está efectivamente a promover mais mortes de civis, remunerando a cínica estratégia do Hamas. A responsabilidade das vítimas palestinianas é pois do Hamas e também da comunicação social que torna efectiva esta prática imoral e ilegal.

É bom que isto fique claro. Cada vez que uma televisão resumir o conflito às imagens que o Hamas filtra, deve estar ciente de que alguns desses mortos são causados por si mesma

Mas Israel alveja deliberadamente alvos civis?

De acordo com o DI (Protocolo I às Convenções de Genebra), um “alvo militar” inclui “objetos civis que, pela sua natureza, finalidade, localização ou uso, contribuam efetivamente para a acção militar e cuja destruição ofereça uma vantagem militar definida”. O DI legitima pois a destruição do Hamas e da sua infraestrutura.

E os civis?

Uma vez que o Hamas, usa deliberadamente a sua população civil para proteger suas instalações militares, localizando as suas posições militares dentro ou debaixo de hospitais, mesquitas, escolas e casas, como por exemplo a infinidade de túneis onde se abriga e onde armazena o seu arsenal, esses locais passam imediatamente a alvos militares legítimos, segundo o DI.

Israel tem pois o direito legal de os atacar, procurando embora minimizar os efeitos colaterais sobre civis. E fá-lo!

Embora não existam especificas obrigações legais, antes de um ataque a um alvo militar Israel avisa a população para se afastar usando sistematicamente uma pequena explosão de aviso, no tecto do edifício. Avisa também em larga escala, advertindo a população civil da sua intenção de atacar as posições do Hamas, e aconselhando-a a abandonar essas áreas dentro de um determinado prazo com o objectivo de poupar vidas.

Ah, mas é uma “limpeza étnica”, uma “transferência forçada de civis”, criticam os de sempre.

Não é tal!

Israel não pretende expulsar as pessoas da sua região, da mesma maneira que a GNR não faz uma “transferência forçada de civis” quando evacua uma aldeia em perigo de incêndio ou inundação. Trata-se, obviamente, de uma medida cautelar, destinada a poupar vidas humanas.

E como o Hamas tenta (para não perder os seus escudos humanos) impedir esses civis de abandonar as suas casas e áreas, é o Hamas que tem toda a responsabilidade moral, política e legal, por quaisquer danos colaterais causados a esses civis.

Sim, mas Gaza está sob cerco e bloqueio, acusam os activistas do ódio!

Gaza não está sob cerco, nem ocupada. Faz fronteira com o Egipto, e há quase 20 que Israel se retirou do território. A acusação de que Israel impõe bloqueio ilegal à Faixa de Gaza, é também errada. O DI reconhece objectivamente o direito de os Estados imporem bloqueios ao território e às áreas do mar a partir dos quais são conduzidos actos hostis, e de impedir a entrada em tal território de materiais que possam servir às actividades militares inimigas.

Israel não tem sequer de abastecer Gaza de electricidade, água, ou o que quer que seja.

Violação ostensiva do DI (Convenção Internacional contra a Tomada de Reféns, 1979) é, isso sim, a tomada de reféns civis, incluindo famílias inteiras, mulheres e crianças, bem como a exibição de corpos mortos e mutilados nas ruas de Gaza.

A Convenção criminalizou a tomada de reféns e determinou que os responsáveis e executores estão sujeitos a processo ou extradição se forem detidos dentro da jurisdição de uma nação que seja parte da Convenção. Como o Qatar, por exemplo, onde se acoitam os líderes do Hamas, que vivem como nababos nos luxuosos hotéis de Doha.

O ataque indiscriminado às povoações israelitas, massacre intencional e deliberado de civis indefesos, uso da própria população civil como escudos humanos, (o principal centro de comando do Hamas está, toda a gente sabe, nas caves do Hospital Al Shifa), saque e destruição de casas particulares, tomada de reféns, exibição de corpos mortos e mutilados, etc, esses sim, são crimes de guerra sem apelo nem agravo.

O Hamas é, segundo o DI, totalmente responsável por esses crimes. A sua liderança, comandantes e combatentes são puníveis por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

É que o Hamas, mesmo querendo destruir o estado de Israel, como consta da sua Carta Fundadora, podia perfeitamente reduzir o número de baixas dos seus civis. Bastava não instalar posições militares em zonas civis, criar abrigos para os civis, deixá-los abrigaram-se nos túneis e bunkers espalhados por todo o território (reservados os seus líderes e militantes), em vez de ordenar que se mantenham nos alvos.

Mas não o fez, nem o faz.

E quem é esta gente que, no Ocidente, faz por ignorar tudo isto e só tem Israel no radar?

Além dos ignorantes (uma sondagem entre jovens nos EUA, revela que mais de metade não sabem coisas básicas sobre o conflito), que são muitos, é a moderna esquerda dita “antissionista” acompanhada à viola pela direita “antissemita”, ao toque de caixa dos aiatolas e da rua islâmica, que não podem deixar de se maravilhar pela facilidade com que conseguem fazer dançar em elaboradas coreografias, tantos criaturas “bempensantes”, como certos comentadores da CNN, a Dona Mortágua, a Sra. Catarina, o Operário Raimundo, o Dr. Miguel Sousa Tavares, o inacreditável Nuno Ramos de Almeida, o general Agostinho Costa e toda uma extensíssima coorte de indignados do mesmo ADN.

É gente que se diz “de paz”, mas que apenas se preocupa com os imaginários “crimes de guerra israelitas”, que, em reacção pavloviana, dão como óbvios mesmo sem saberem patavina do que realmente está a acontecer.

A estas preocupadas criaturas, o coração não lhes sangrou de amor quando de Gaza partiu e parte, o terror, o foguetório, a barbárie absoluta. Não se lhes sacudiu a sensível consciência quando na Síria foram mortas mais de meio milhão de pessoas, ou quando na Ucrânia, o invasor russo já meteu debaixo da terra centenas de milhares de pessoas. Não sentiram o amor quando, nos corações das trevas do mundo, morreram e morrem centenas de milhares de pessoas, em guerras onde não há sequer qualquer preocupação com quaisquer leis ou direitos.

Porquê?

Porque não é o amor à “causa palestiniana” que os move, mas sim o ódio.

O ódio ao judeu, o ódio a Israel, o ódio aos EUA, o ódio ao Ocidente.

E por isso qualquer governo israelita tem de encarar a dura realidade de que os pregadores de virtude que se passeiam pelas televisões a verter lágrimas de crocodilo e a rasgar as vestes pelo Hamas, perdão pela “causa palestiniana”, não passam de cínicos que desta forma tentam disfarçar o feio antissemitismo que lhes ronrona no peito.