A disciplina de Matemática é uma das disciplinas mais valorizadas do ensino básico, possuindo um conjunto alargado de tempos letivos, aos quais se juntam tempos extra em apoios ao estudo e reforços da disciplina para os estudantes.

Esse facto, que se verifica igualmente na disciplina de Português, está associado à importância que se confere à disciplina, mas também aos exames nacionais realizados no final do 3º ciclo do ensino básico e ao ranking de escolas que deriva dos referidos exames.

Nos dias de hoje verificamos a existência de uma grande desmotivação dos alunos para disciplinas como a Matemática, não compreendendo a necessidade de uma disciplina associada ao cálculo, por exemplo, quando existem calculadoras de acesso fácil e rápido para realizar as diferentes operações numéricas diárias.

A verdade inegável é que a sociedade é evolutiva e sofre modificações constantes, articuladas com o próprio desenvolvimento tecnológico, e os alunos que atualmente frequentam o sistema de ensino devem ser preparados para responder a desafios futuros pois os desafios presentes ficarão obsoletos quando estes alunos chegarem ao mercado de trabalho.

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A escola é o instrumento de resposta de uma sociedade para estes novos desafios e deve garantir uma educação transversal capacitadora para salvaguardar o futuro destes jovens.

Perante os novos desafios, a Matemática deve ser reformulada, sendo necessária uma reforma curricular passível de pequenos ajustes ao longo do tempo, decorrentes desta necessidade de contínua resposta.

A proposta portuguesa de novas orientações curriculares para a Matemática do ensino básico foca a literacia matemática como ponto chave das suas propostas.

Esta literacia é a capacidade de um indivíduo raciocinar matematicamente e formular, aplicar e interpretar a Matemática para resolver problemas de diferentes contextos, procurando descrever, explicar e prever diversificados fenómenos e formular tomadas de decisão bem fundamentadas.

A proposta nacional contempla a articulação da Matemática com outros conhecimentos e sensibilidades, como a música, a dança, as ciências ou a arquitetura, e estabelece relações com a realidade para reconhecimento da sua aplicação diária.

Procura, ainda, a utilização da Matemática para conhecer, compreender e criar novas soluções em situações problemáticas. Valoriza o cálculo mental, fundamental no dia a dia, para a realização de operações básicas envolvendo numerais, e alerta para eventuais erros na manipulação de instrumentos de cálculo.

Projetando a aplicação da Matemática nas ciências sociais, as novas orientações curriculares da Matemática visam, também, a valorização da estatística e probabilidades, fundamentais na compreensão de informação disponibilizada em tabelas ou gráficos.

Concluindo, a Matemática é uma disciplina essencial no plano curricular nacional e necessita de se manter atualizada face às mudanças societais, sendo necessário uma reforma curricular que confira flexibilidade e adapte a disciplina ao próprio contexto educacional de interdisciplinaridade.

A Matemática está presente no nosso dia a dia, ainda que de uma forma dissimulada, e devemos valorizar tanto o cálculo mental, como a estatística e probabilidades para possibilitar uma visão crítica da informação que nos é apresentada.