Vejo na IL uma organização capaz de conquistar poder, para que, de forma instrumental possa influenciar com a sua visão, políticas negociadas que ajudem a implementar em Portugal os valores das democracias liberais, da economia social de mercado, de uma regulação independente capaz de criar valor social, do reconhecimento do mérito, tudo isto de uma forma gradual e adaptada à realidade do nosso povo. Uma cultura de mérito que permitindo a todos, em especial aos nossos jovens subir na vida em Portugal caso o desejam e não noutros países da UE ou países terceiros, por falta de oportunidades condignas no nosso país. Para que Portugal venha a ser um dos países mais prósperos da Europa e não um dos mais pobres como acontece atualmente.

Se não tivesse esta expetativa, não teria aceite o convite para ser candidato como independente pela IL, em 2021 à presidência da Câmara de Gaia e, pouco mais tarde, cabeça de lista nas eleições legislativas de 2022 pelo distrito de Coimbra. Como é óbvio numa missão de serviço a uma causa em que acredito, sem qualquer hipótese de vir a ser eleito, dada a dimensão do partido naquela altura.

Com um desassossego construtivo, com compromisso, e sobretudo a esperança de sempre em Portugal e com vontade de empregar a minha energia e experiência, numa família política com que desde que me conheço me identifico, entendi logo a seguir ás eleições legislativas, submeter a minha filiação na Iniciativa Liberal. Subscreveu a minha filiação simbolicamente e a meu pedido o Presidente do Partido.

Manifestei-me disponível para colaborar emprestando a minha experiência de 35 anos adquirida em variadas vertentes da minha formação como médico dentista. Sempre que me foram solicitados contributos, tive oportunidade de os disponibilizar com toda a prontidão e empenho. Fui como quase todos surpreendido com a demissão de Cotrim Figueiredo.

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Não tive dúvidas em apoiar a Carla Castro, conhecedor da sua capacidade do seu trabalho e dedicação. Como escrevi durante a campanha, a Carla Castro foi a única candidata que percebeu a importância e revelou capacidade de mobilizar a sociedade civil, como se comprova pelo leque de testemunhos e apoiantes que por ela deram a cara, vindos do mundo das empresas da universidade, das organizações, da inovação e investigação, das profissões liberais e trabalhadores independentes, e até surpreendentemente de quadrantes políticos liberais muito diversos.

É uma líder empática, uma guerreira, autónoma e independente, com provas dadas e capaz de interpretar a inteligência coletiva que se espera da Iniciativa Liberal.

Vi-me assim, depois de militar na Juventude Centrista e no CDS de 1977 até 2001, altura em que fui eleito pela 1ª vez bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, (achando que política partidária e ordens profissionais não seria uma boa mistura) de novo num congresso, na IL designado por Convenção.

Foi uma experiência interessante. Até porque, verifiquei que, para além das APPs digitais que substituíram o velhinho NOKIA da Telecel, o voto eletrónico as urnas eleitorais, e os jeans e sapatilhas, o blazer azul, a gravata heráldica e sapato de vela, nada de muito substancial no que respeita à natureza humana se tinha substancialmente alterado.

O Ser Humano, é um lugar comum, mas deve ser repetido, é capaz em tudo, do melhor e do pior. Seja numa Convenção ou num Congresso. Em qualquer partido. No Fino Liberal como na Festa do Avante ou no Pontal. Não existe o Homem Novo. Nem o Homem Novo Liberal. Existem valores, princípios, convicções, ideologia e sobretudo Pessoas com credibilidade ou falta dela, capazes de interpretar a realidade, sem a soberba de achar que a vão inventar.

Vou direto ao essencial: Parabéns ao Rui Rocha e à sua Comissão Executiva pela vitória e eleição. 888 votos, 51,7% contra 757, 44% da Carla Castro. Por um voto se ganha e por um se perde e neste caso, é uma vitória que vai para além disso.

Ouvimos e registamos na Convenção o seu compromisso de contar com todos, unir e transportar a IL para os 15%. Esta intenção e este desígnio, poderão concretizar-se como é sabido, não apenas por declarações de intenções mas,

  • na sequência da ação política das equipas agora eleitas, em particular do líder e da sua Comissão Executiva,
  • contando com a Carla Castro e os 44% dos votos que obteve, uma votação extremamente expressiva;
  • pela capacidade de motivar o exercício do magistério de influência do anterior Presidente João Cotrim Figueiredo;

Este ascendente que o João tem, como tive ocasião de lhe dizer no abraço de despedida no final da Convenção, decorre do reconhecimento generalizado do êxito da sua liderança e exercê-lo é uma responsabilidade decorrente desse sucesso mas também do apoio expresso e reiterado que deu a Rui Rocha.

Last but ( de forma alguma) not least, todos temos como membros o dever de ajudar a Iniciativa Liberal e contribuir com os meios ao nosso alcance para o seu sucesso.

A IL precisa, como todos internamente o reconhecemos e afirmamos, de crescer em quantidade, nº de eleitores, pelo reconhecimento e envolvimento da sociedade civil e , adicionando uma nota pessoal decorrente do que observei na convenção, em Tolerância e Maturidade.

Só então, se o eleitorado o reconhecer e não cairmos na tentação de o chantagear, seja com que pretexto for seremos como todos decretaram um partido de Governo.

A Iniciativa Liberal não pode andar a jogar à “Macaca”, um jogo antigo, da era analógica, mas que também existe em versão digital, em que se desenham um conjunto de casas ou quadrados no chão, se atira uma pedrinha e se salta ao pé coxinho evitando a que contém a pedrinha: Segundo a Wikipédia,

“Cada jogador atira uma pedrinha ou malha, inicialmente à casa com o número 1, devendo acertar dentro das linhas. Em seguida, salta ao pé coxinho nas casas isoladas e com os dois pés nas casas duplas, evitando a que contém a pedrinha.
Chegando ao céu, pisa com os dois pés e retorna, pulando da mesma forma até as casas 2-3, de onde o jogador tem de apanhar a pedrinha do chão, sem perder o equilíbrio, e saltar de volta ao ponto de partida. Não cometendo erros, atira a pedrinha à casa 2 e depois continua assim sucessivamente, por todas as casas numeradas.
Perde a vez quem:
Pisar as linhas do jogo
Pisar a casa onde está a pedrinha
Não acertar com a pedrinha na casa onde ela deva cair
Não conseguir (ou esquecer-se) de apanhar a pedrinha
Ganha quem acabar de saltar por todas as casas primeiro.”

Deixo ao critério da imaginação do leitor imaginar os jogadores, a pedrinha, as casas isoladas e as linhas do jogo.

Parabéns a todos os eleitos e aos proponentes e subscritores das moções apresentadas. Uma saudação especial à Carla Castro, e a toda a equipa candidata à Comissão Executiva que integrei com muito gosto.

Ficou uma cumplicidade que só a satisfação do dever cumprido faz emergir. Soube-nos tão bem praticar como é obrigatório num partido de matriz liberal o “Play by the Roules”. Dando o exemplo.

Membro nº 4557 da Iniciativa Liberal