O candidato Marcelo Rebelo de Sousa venceu as eleições presidenciais em Newark e Washington, nos Estados Unidos, que aconteceram este fim de semana, confirmou hoje a Comissão Nacional de Eleições. Depois das eleições terem sido canceladas devido a uma tempestade de neve há duas semanas, os 4.264 emigrantes inscritos no consulado de Newark e os 740 eleitores de Washington tiveram possibilidade de escolher o próximo Presidente da República portuguesa no sábado e domingo passados.

Em Newark, Rebelo de Sousa conseguiu 60,87% dos votos, contra 21,74% de Sampaio da Nóvoa e 8.70 por cento de Vitorino Silva. Em Washington, o novo Presidente da República teve 53,09% dos votos e Sampaio do Nóvoa empatou com Marisa Matias, com 14,81%.

Em ambas as cidades, a abstenção foi esmagadora: apenas 11,08% dos eleitores em Washington foram às urnas, ainda assim mais do que os 0,54% que votaram em Newark. Com estes números, ficam fechados os resultados nos Estados Unidos, onde apenas 2,95% dos 12.797 eleitores registrados votaram.

Marcelo Rebelo de Sousa venceu, então, com 57.95% dos votos, contra os 23.99% recolhidos por Sampaio da Nóvoa e 8.09% obtidos por Marisa Matias. Apesar de o voto destes emigrantes ter acontecido num momento em que já não alteraria o resultado final, vários eleitores fizeram questão de exercer o seu direito.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na tarde de sábado, José Luís Fernandes, juiz de primeira instância na Pensilvânia, conduziu cerca de duas horas para votar em Newark. “Vale a pena, porque é muito importante para a representação da nossa comunidade. Se não votarmos, não conseguimos mostrar aos políticos em Portugal que existimos e que merecemos a sua atenção”, explicou Fernandes à Lusa.

João Machado, que se mudou para os EUA há 21 anos e ainda viveu em Portugal durante a ditadura, disse que o voto era uma forma de honrar a história do país. “Além de ser um dever cívico, é um direito que custou muito a conquistar. A nossa comunidade devia entender melhor a importância do voto. Temos população suficiente para sermos relevantes e garantir voz às nossas comunidades”, explicou João Machado.

O Cônsul de Newark, Pedro Soares de Oliveira, disse à Lusa que “a participação de todos os eleitores é importante”, mesmo que os números sejam quase insignificantes e não influenciem o resultado. “A repetição do ato eleitoral nesta assembleia de voto resulta de um imperativo legal que valoriza esse mesmo objetivo”, concluiu o diplomata.