A Amnistia Internacional pediu a Paris e a Londres para “reunirem as famílias divididas de migrantes”, transferindo de França para o Reino Unido os que ali têm familiares.

Num comunicado, a organização internacional de defesa dos direitos humanos pede aos dois governos que “cooperem com a maior urgência para identificar, nos campos do norte de França, os refugiados e migrantes que têm laços familiares no Reino Unido para assegurarem uma transferência rápida para junto das respetivas famílias”.

“As autoridades francesas e britânicas repetem incessantemente que ninguém pode atravessar o Canal da Mancha. Mas a nossa investigação mostra que numerosos refugiados e migrantes têm o direito de ser reunidos com a família no Reino Unido sem terem de apanhar comboios em andamento”, afirmou Jean-François Dubost, responsável pelo programa sobre pessoas separadas da secção francesa da Amnistia Internacional, citado no comunicado.

Segundo a organização, cerca de 6.500 refugiados e migrantes vivem em campos improvisados em Calais e Dunkerque, no norte de França, pelo que Paris e Londres devem garantir “o acesso a um acompanhamento jurídico adequado para que os que têm membros da família no Reino Unido se lhes possam juntar”.

Alguns migrantes em França têm, segundo a Amnistia, “sólidos argumentos jurídicos para se juntarem à família no Reino Unido, seja no âmbito do direito europeu seja da regulamentação britânica relativa à imigração”.

“As regras em matéria de reunificação familiar restringem-se atualmente à família nuclear, ou seja, companheiros e filhos a cargo. Essas regras devem ser ampliadas para incluir membros da família alargada”, afirma a organização, acrescentando que, dessa forma, “o Reino Unido partilharia com França a sua parte da responsabilidade na crise mundial dos refugiados”.

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