“Foi desajeitado, doloroso, descontrolado. Mas não é sempre assim na primeira vez?”
Foi assim que Eric Cantona descreveu a vitória de Portugal no Euro 2016. No último vídeo da rúbrica que o ex-futebolista francês assinou durante a competição no Eurosport, Cantona elogiou Portugal, que resistiu à “praga bíblica” das borboletas, e atribuiu os prémios do Comissário do Futebol (como se autoproclamou Cantona nos episódios).
“Fez-se história no Euro. Portugal, que nos deu Eusébio, Luís Figo, Ronaldo, e os deliciosos Pastéis de Belém, finalmente, teve o seu primeiro título”, começou por dizer. Depois, um elogio à “ressurreição” de Ronaldo: “Deitado numa maca, a gritar como uma criança a quem destruíram um sonho de vida, ressuscitou, 60 minutos depois, para se tornar treinador”.
A final do Euro teve “todos os ingredientes de uma tragédia dos tempos modernos”: a praga de borboletas, o craque lesionado e a “ressurreição” de Ronaldo (motivo de “tantos portugueses se chamarem Jesus”, diz o antigo número 7 do Manchester United).
E, depois, atribuiu os “prémios” do Comissário, em que se inclui o prémio de melhor jogador, que vai para Cristiano Ronaldo, por “Mr. Butterfly”.
A antiga glória do futebol francês despediu-se assim da rúbrica em que foi analisando os acontecimentos do Euro. No início, tinha considerado que os campos pareciam “campos de batatas”, mesmo tendo sido feito pelos jardineiros franceses, “os mesmos que nos deram os magníficos jardins de Versailles”.