O Ministério da Saúde quer reduzir as longas listas de espera para as cirurgias de obesidade, e vai investir 12 milhões de euros para possibilitar a operação de dois mil doentes em 2017, escreve esta terça-feira o Diário de Notícias. No primeiro semestre deste ano, havia 1.493 doentes em lista de espera, sendo que alguns podem esperar até dois anos pela cirurgia.

O prazo recomendado para os doentes de obesidade é de 270 dias, mas, de acordo com informações do Portal do Serviço Nacional de Saúde relativas a abril, referidos pelo DN, oito hospitais apresentam tempos de espera superiores. O de Évora é o caso mais grave, com 703 dias de espera. A ideia do Ministério é reduzir as listas e o tempo de espera.

O gabinete do ministro da Saúde explica ao DN que “está a ser estudado um programa de financiamento específico a integrar no contrato-programa a estabelecer com os hospitais do SNS em 2017, incentivando-se a resolução destes casos”, e acrescenta que o programa deverá incluir “cerca de 2.000 utentes”. Do programa vão fazer parte os 18 centros hospitalares reconhecidos como centros especializados no tratamento da obesidade.

Trata-se da recuperação de um programa que foi criado ainda pela ministra Ana Jorge, e que entretanto foi suspenso, e deixa a Associação de Doentes Obesos (ADEXO) muito satisfeita. “É uma ótima notícia e faz parte do que há muito pedimos e que irá pôr os hospitais a funcionar”, garante ao DN o presidente da ADEXO, sublinhando que “o Estado gasta 680 milhões por ano em doenças associadas à obesidade. Enquanto o governo não resolver fazer algum tratamento, este dinheiro está a ser mal gasto”.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Obesidade e Doenças Metabólicas, Rui Ribeiro, explica que o número de cirurgias tem diminuído, e aponta o seu caso concreto. “No caso do meu serviço, no Centro Hospitalar Lisboa Central, ficámos aquém da capacidade porque o hospital não consegue contratar mais anestesistas”, conta, destacando que situações idênticas ocorrem por todo o país.

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