Os EUA serão “castigados pela sua imprudência, ignorância e incompetência se impuserem as taxas alfandegárias” prometidas por Donald Trump durante a campanha. A ameaça surge num editorial de um jornal afeto ao Partido Comunista Chinês.

No decorrer da corrida à Casa Branca, uma das promessas feitas por Donald Trump foi o lançamento de uma taxa alfandegária de 45% sobre os produtos chineses que entrassem em solo norte-americano. O jornal avisa que tal decisão, a confirmar-se, terá consequências.

“As encomendas da Boeing [EUA] serão substituídas por modelos Airbus [Europa]. As vendas de automóveis e iPhones vão sofrer um revés, e as importações de soja e milho dos EUA vão ser interrompidas. A China pode, ainda, limitar o número de estudantes chineses que estudam no EUA.”

Segundo o The Guardian, estão reunidas todas as condições para que uma guerra comercial se inicie entre as duas potências, caso Trump insista na taxa.

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Será um desastre, dizem os especialistas

No entanto, não é só a imprensa chinesa que antevê um futuro difícil, caso Trump avance com esta medida alfandegária.

Paul Haenle, diplomata veterano norte-americano que também é diretor do centro Carnegie-Tsinghua, na Beijing’s Tsinghua University, tem a mesma opinião.

O diplomata afirma que se Trump avançar com “a tarifa comercial de 45%, isso vai ser prejudicial para os nossos próprios interesses, e vamos sentir consequências que vão afetar as nossas sociedades e a nossa própria economia, assim sendo não vai ser eficaz. A partir desse ponto de vista, Trump vai ter de moderar alguns pontos da retórica que apresentou”. Haenle diz ainda que a introdução de medidas protecionistas prejudicam as já tensas relações entre a China e os EUA, além de prejudicar a própria economia americana.