Horacio Pagani não se poupou a esforços para se superar a si mesmo no desenvolvimento do muito (e há muito…) aguardado Huayra Roadster – reconhecendo, mesmo, que este foi o projecto mais complicado que a marca que ostenta o seu nome já enfrentou. Mas aí está a versão aberta do superdesportivo italiano. E em todo o seu esplendor.

Com estreia em público marcada para o Salão de Genebra, os únicos dados a confirmar oficialmente são os relativos à vertente comercial: tudo aponta para que o modelo custe 2,28 milhões de euros antes de impostos, e que os 100 exemplares a produzir tenham já todos comprador definido…

Como a beleza desta autêntica obra de arte está bem patente na fotogaleria – este é um daqueles casos em que as imagens falam por si, e valem mais do que as célebres mil palavras –, passemos ao que mais importa. Como o facto de o desenvolvimento do Huayra Roadster ter demorado seis anos, incorporar grande parte das soluções apresentadas pelo Huayra BC (versão ainda mais extrema do coupé da casa de San Cesario sul Panaro) e pretender constituir a sua variante de tejadilho removível com portas convencionais.

Uma das características determinantes do Huayra Roadster é o permitir rolar a céu aberto. Quando assim não for conveniente, existem duas opções: um muito leve hardtop em carbono com secção central em vidro, de remoção e instalação rápida e simples, que, quando colocado, faz este superdesportivo aparentar-se com um coupé com tecto panorâmico. A segunda opção é um tejadilho em carbono e lona, cuja maior virtude, ao contrário do seu congénere, é poder ser acomodado no interior do veículo – o que será sempre útil caso a chuva surja de forma inesperada.

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A par de uma aparência exterior ainda mais agressiva do que a do coupé, e em que quase todos os componentes mecânicos estão expostos, o Huayra Roadster assume-se como um primado à tecnologia. E uma proposta em que a máxima eficácia é um dos seus pressupostos essenciais. Daí a aerodinâmica activa, garantida pela suspensão dianteira pilotada e por vários apêndices específicos, que garantem uma elevada downforce e um equilíbrio dinâmico que se prevê notável, em qualquer circunstância.

O chassi monocoque é outros dos seus must. Garante a Pagani que incorpora materiais mais evoluídos do que os utilizados na Fórmula 1, ao ser construído em carbono, titânio e Carbo-Triax HP52, um composto à base de carbono, e dotado de subchassis em cromo-vanádio. Comparações à parte, notável é, sem dúvida, o ter aumentado em 52% a sua resistência estrutural face ao do coupé, sem qualquer incremento do peso, muito contribuindo para que o Huayra Roadster registe na balança 1.280 kg, assim redefinindo o paradigma dos descapotáveis, por ser 80 kg mais leve do que o seu irmão “fechado”.

Quanto ao motor, montado em posição central, e transmitindo a potência às rodas traseiras, continua a ser o V12 biturbo a 60° de 5.980 cc, produzido especificamente pela AMG para a Pagani. Com lubrificação por cárter seco, para poder suportar as elevadas acelerações laterais que o modelo está a apto a alcançar, oferece 764 cv às 6.200 rpm, e um impressionante binário de 1.000 Nm logo às 2.400 rom, sem com isso deixar de cumprir as exigentes normas Euro 6b de protecção ambiental.

Já a transmissão está a cargo de uma caixa pilotada de sete velocidades com sincronizadores em carbono fornecida pelos especialistas da Xtrac, que integra o diferencial autoblocante traseiro de controlo electrónico. Um conjunto que é 40% mais leve do que a tradicional caixa de dupla embraiagem. A contribuir para o devido controlo desta supermáquina está o controlo electrónico de estabilidade específico, desenvolvido em conjunto com a Bosch, que anuncia como um dos seus principais atributos ser o menos interventivo possível.

Por fim, as ligações ao solo. As suspensões, por triângulos sobrepostos nas quatro rodas, são construídas numa liga de alumínio que lhes permite serem 25% mais leves do que as do coupé. As jantes forjadas em alumínio são de 20” na frente, e de 21” atrás, estando revestidas por pneus Pirelli PZero Corsa específicos, desenvolvido em conjunto com a própria Pagani, por isso sendo os primeiros a exibir o logo HP (de Horacio Pagani) nos flancos. E como, apesar de as suas prestações não terem sido reveladas, o Huayra Roadster estará apto a alcançar acelerações laterais de até 1,8 G, os seus 100 afortunados proprietários decerto vão apreciar que o modelo esteja equipado com um sistema de travagem Brembo, com discos carbocerâmicos de 380 mm de diâmetro nas quatro rodas – os dianteiros actuados por pinças de seis pistões, os traseiros por pinças de quatro pistões.