A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem mais quatro administradores não-executivos desde ontem. De acordo com um comunicado enviado pelas Finanças, o Estado – na qualidade de acionista detentor da totalidade do capital social do banco público -, elegeu na semana passada os quatro membros não executivos do Conselho de Administração: Ana Maria Fernandes, Maria dos Anjos Capote, João Amaral Tomaz e José Maria Monteiro de Azevedo Rodrigues foram os nomes escolhidos.

João Amaral Tomaz foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no primeiro governo liderado por José Sócrates, tendo trabalhando com Luís Campos e Cunha e Teixeira dos Santos como ministros das Finanças, até ser substituído por Carlos Lobo. Depois integrou a administração do Banco de Portugal que deixou em meados do ano passado alegando “razões pessoais”.

Ana Maria Fernandes foi presidente da EDP Renováveis, tendo depois passado para a EDP no Brasil, onde chegou a ‘chairman’ e foi substituída em 2015. A outra mulher não-executiva, Maria dos Anjos Capote, foi administradora da CMVM e José Azevedo Rodrigues foi bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (ROC).

A lista de administradores não-executivos, que já conta com Rui Vilar, aguarda ainda luz verde do Banco Central Europeu para mais três gestores: o jurista Alberto Souto, reformado do Banco Europeu de Investimento, e dois estrangeiros, como o Público noticiou em Fevereiro. A administração da Caixa liderada por Paulo Macedo, recorde-se, vai ter um total de 16 membros: oito executivos e igual número de não-executivos. A informação prestada pela Caixa Geral de Depósitos à CMVM informa ainda que a eleição decorreu a 17 de março, confirmando assim mais quatro dos oito nomes propostos para a administração não-executiva do banco público.

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Recapitalização e obrigações

O comunicado enviado pelas Finanças refere ainda que “a Comissão Europeia decidiu no dia 10 de março de 2017 que a estratégia de recapitalização da CGD é realizada em condições de mercado, isto é, não constituindo um novo auxílio de Estado. Nessa sequência, e para a concretização da segunda fase do plano de recapitalização, o Estado Português, na qualidade de acionista único, determinou o aumento do capital social da CGD, no montante de 2.500 milhões de euros.”

Recorde-se ainda que a CGD irá também realizar uma emissão de obrigações subordinadas de categoria Additional Tier 1, num montante de 500 milhões de euros, estando por isso a promover um conjunto de apresentações (‘roadshow’) junto de investidores institucionais, em Lisboa, Londres e Paris.

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