A polémica do livro Juan Carlos I: o rei das 5.000 amantes, uma biografia não autorizada sobre a vida íntima do monarca espanhol, já ultrapassou as fronteiras e ainda nem sequer chegou às livrarias. Mas, na entrevista dada ao jornal El Español, Amadeo Martínez Inglés, autor da obra que será publicada em setembro, deixa ainda mais revelações.

“[Juan Carlos] sempre foi um predador sexual. Mal via uma mulher queria dormir com ela”, afirma o coronel reformado.

Apesar de no livro apenas se referir às amantes do monarca pelas suas iniciais — não por medo, garante –, na entrevista, o autor não se coibiu de destacar quais as amantes que considera terem sido aquelas de quem Juan Carlos mais gostou.

São elas Corinna zu Sayn-Wittgenstein, empresária alemã e ex-mulher de um príncipe alemão (tendo mantido o título de princesa) que conhece o monarca desde 2004 e esteve com ele, em 2012, entre “15 a 20 dias num hotel em África”; a atriz Bárbara Rey, cujo relacionamento começou nos anos 80 e durou 15 anos quase sem interrupções, terá guardado gravações e fotografias dos vários encontros com o rei, lê-se no El Español; e a decoradora Marta Gayá, que fazia parte do grupo restrito de amizades de Juan Carlos em Maiorca e que o El Español diz ter sido “o grande e verdadeiro amor do rei” — segundo o jornal espanhol, chegou-se a temer que esta relação, que ocorreu no final dos anos 80, provocasse o divórcio entre Juan Carlos e Sofia.

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Martínez Inglés acusa ainda Juan Carlos de ter “utilizado serviços do Estado”, em particular o Exército, para levar os seus casos extraconjugais — “tinha um helicóptero” só para isso.

As suas saídas era questões de Estado. Estavam programadas com escoltas, o hotel de luxo estava reservado, todo o serviço que se montava ao lado do hotel. Gastou o dinheiro de todos os espanhóis”.

As informações sobre os envolvimentos amorosos de Juan Carlos são “exaustivas”, explica Martínez Inglés, já que os seus movimentos eram controlados por “todos os serviços de inteligência de Franco”. Para o coronel, Juan Carlos foi o homem “mais espiado de toda a história de Espanha” — “e creio que do mundo”.

Sabia-se com quem dormia, quando, onde e até os nomes das raparigas”.

Este controlo só não ocorreu durante a lua de mel do monarca, mas o coronel acredita que a sua mulher, a rainha Sofia, o “apanhou com alguma empregada de hotel” porque “o casamento já tinha fracassado” no regresso da viagem, que durou cerca de um ano.

Ainda que Sofia se tenha apercebido de imediato da infidelidade do marido, a monarca terá aguentado o casamento porque “queria a todo o custo que o filho fosse rei”, defende Martínez Inglés. Juan Carlos abdicaria do trono para o filho Felipe — que assumiu o cargo como Felipe VI — em 2014.

O autor do livro diz também ter procurado amantes do atual rei espanhol, mas sem sucesso. “Só teve namoradas oficiais”, afirma Martínez Inglés, acrescentando que é a rainha Letizia quem veste “as calças reais”.

Livro. Juan Carlos terá tido 5 mil amantes ao longo da vida